Capítulo 3

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Passo Leve 🍃

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O dia acabava de começar, o sol raiava fraco e a maioria dos gatos estavam descansando em seus ninhos.

Passo Leve jazia em seu confortável ninho na toca dos guerreiros. Dormiu um sono tranquilo a noite toda, não se preocupou muito com a viagem do dia seguinte, seu cansaço era maior que a ansiedade.

-- Passo Leve, acorde. -- O guerreiro de imediato reconheceu a dona da doce voz, abrindo os olhos, deslumbrou Pata de Cerejeira o balançando para acordar -- A patrulha do amanhecer acabou de sair. Já temos de ir.

-- Está bem... -- ele disse se levantando, a acompanhando até a saída da toca de coruja e sentando no galho que a conectava até o topo cortado do grande carvalho -- reúna seus amigos, não vamos precisar de ervas para viagem, ela não é tão cumprida. Já se despediu de seus pais?

Passo Leve sabia da forte ligação que a aprendiz mantinha com eles. Ela gostava de ter a família por perto, até os membros mais afastados, como seus tios, Nuvem de Poeira e Estrela de Cravo.

-- Sim dei adeus quando eles saíram na patrulha, todos eles foram, só falta agora Flor de Hibisco.

Ela disse partindo para o salgueiro onde se encontrava a toca dos curandeiros. Passo Leve lambeu rapidamente a pelagem e seguiu até a toca dos anciões, onde estava o prisioneiro, e Pata de Gaio.

-- E tente dar o seu melhor, pode ser a sua grande chance. -- Lírio do Rio, a mãe do gatinho, o penteava ajeitando-lhe para a missão e o dando adeus -- não se preocupe, nada vai acontecer. Esse mal humorado não vai querer se meter com vocês.

Ela miou lançando um olhar fuzilante para Bigode de Pedra, como se fosse persegui-lo até a morte se ele encostasse em um pelo do filho.

-- Bom dia! -- miou Passo Leve para os anciões -- já estamos partindo Pata de Gaio, vamos?

O aprendiz deu uma lambida na bochecha da mãe e saiu atrás do guerreiro que já conduzia o prisioneiro para fora, onde Pata de Cerejeira e Pata de Lagarto aguardavam ansiosos.

-- E aí grandão, pronto para voltar para casa? -- Miou carinhosa e animada a gata cor de salmão para Bigode de Pedra, que somente soltou um bufo mal humorado resmungando alguma coisa -- Acho que não está muito a fim de falar...

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O caminho tinha sido tranquilo, sem obstáculos ou qualquer rebelião por conta do guerreiro cinza chumbo até chegarem na fronteira.

-- Está bem, temos de ficar quietos e torcer para não cruzarmos com uma patrulha

-- Mas, não será melhor se acharmos um grupo de gatos? -- questionou Pata de Gaio -- assim já o entregamos e voltamos mais cedo para casa.

-- Não, não é melhor. Temos que chegar até o acampamento deles e conversar sobre o acontecido com Estrela de Granizo -- respondeu o guerreiro -- coisa que uma patrulha não deixaria...

-- Além de acabar com vocês rapidinho.
murmurou baixinho Bigode de Pedra.

Passo Leve deu o sinal para continuarem. O território todo era uma enorme campina com grama alta, vários coelhos e lebres passaram por eles durante o trajeto. Todos estavam com fome, mas não se atreveriam a caçar em território inimigo.

Algum tempo depois o grupo chegou até um barranco bem alto, onde havia um portal de entrada. Os duas-pernas usavam o local para extrair pedras brilhantes e outras coisas diversas.

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