Capítulo 4

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Pata de Cerejeira 🌺

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A aprendiz sente duas patas empurrando a lateral de seu corpo com força, e ela foi atirada para longe. A gata se vira para o guerreiro que a atacou, e em seu rosto surge uma expressão confusa.

Pata de Cerejeira vê Passo Leve deitado, estava cheio de arranhões e batidos, com seu pelo ensanguentado. Mas ele sorriu, abriu um sorriso cansado e cheio de orgulho, uma pequena lágrima lhe escorreu, e antes que a aprendiz pudesse pensar no que poderia estar acontecendo, uma rocha translúcida e carmim encontrou o solo, e na sua queda, Passo Leve.

Automáticamente toda a batalha cessou, e o silêncio fez o baque da pedra ecoar pala caverna.

Só alguns segundos depois do acontecido Pata de Cerejeira tomou consciência que lá estava Passo Leve, embaixo dequela rocha. Mas mesmo assim não podia acreditar, que seu querido mentor, estava morto, que nunca mais o veria sorrir, ou correr feliz pela floresta junto a ela.

-- Essa não... -- Pata de Gaio lamentava após perseber o que ocorreu -- n-na-não pode ser... isso, isso não deveria ter... não era para ser...

A aprendiz cor de salmão se dirigiu devagar e tremendo até o corpo inerte, enquanto os outros gatos pareciam congelados a sua volta. Estava assustada, morrendo de tristeza, mas por algum motivo, as lágrimas se recusavam a cair. Ela se agachou deitada ao lado do cadáver e pressiou o nariz na bochecha macia e ensanguentada.

Ao deslumbrar os olhos fechados, a expressão calma, percebeu que ele estava em paz, e por um motivo estranho, ela não queria isso. Começou a tremer mais e mais, e agora, a tristeza lhe escorria dos olhos em forma de água.

-- Por favor... -- ela sussurrou baixinho, trêmula, perto do ouvido do antigo mentor -- ... sei que não está mais aqui, e que não pode me ouvir... mas obrigada. Obrigada por cuidar de mim, por sempre me acompanhar, por trocar, a-a sua vida, pela minha...

A aprendiz queria esquecer do mundo ao seu redor, se aconchegar no pelo de Passo Leve e dormir ali para sempre, mas seu luto foi interrompido por uma pata branca que repousou sobre o seu ombro, a pata de Olho de Ametista

-- Escute garota, eu, nós não queríamos que isso acontecesse... Não era nossa intenção, -- Podia se ver na voz da representante que realmente lamentava -- vocês podem ir, Estrela de Granizo permitiu que vão em paz, mas tenho de acompanhá-los...

Pata de Cerejeira não estava com cabeça para culpa-los ou qualquer outra coisa. Ela aceitou as desculpas e condições.

A pedra que caira era minimamente menor que o próprio guerreiro morto no acidente, então os aprendizes, junto a mais um ou dois guerreiros conseguiram rapidamente empurra-la de cima do corpo. Pata de Cerejeira pegou o mentor pelo cangote e começou a levá-lo, persebendo que já havia atingido a sua altura, e nem se dera conta.

-- Deixa que eu carrego

Murmurou Pata de Lagarto já esticando o pescoço para trocar de lugar com ela. Talvez pensasse que ela não era forte o suficiente, já que o aprendiz era maior que ela, ou que a gata não se sentisse confortável carregando o corpo.

-- Não -- miou neutra Para de Cerejeira afastando o cadáver do amigo -- eu posso fazer isso. Quero carrega-lo até em casa

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A representante já havia deixado o grupo a muito tempo na fronteira, e todo o caminho foi feito em uma silênciosa marcha, apenas em alguns momentos os soluços causados pelo choro que vinham com as lembranças de Pata de Cerejeira faziam um certo barulho.

Antes que se desse conta já tinham chegado ao carvalho que sustentava o acampamento. Todos eles subiram, e deixaram o corpo de Passo Leve para trás.

Ao chegar lá em cima, quem os recebeu foi Estrela de Cravo animado indo ao seu encontro

-- Estão de volta! Foi tudo bem? Onde está Passo Leve? Digam a ele que depois o quero na minha toca para um relatório da missão, e...

O líder interrompeu a fala, todas as suas perguntas não precisavam de respostas, os olhos encharcados de Pata de Cerejeira e o pelo ensanguentado dos aprendizes já falavam por si próprios.

-- Entendo... -- Ele abaixou a cabeça rapidamente e olhou para o grupo com tristeza -- Ele está lá embaixo?

Pata de Gaio concordou com a cabeça e emitiu um "depois lhe conto a história".

Pelo de Sangue e Nuvem de Poeira  logo desceram e retornaram com o corpo, que agora jazia no centro do acampamento, esperando para ser velado.

Estrela de Cravo subiu no grande tronco e começou a pronunciar as palavras para convocar o clã, e quando todos lá estavam, começou

-- Hoje nós nos despedimos de um grande guerreiro. Passo Leve sem dúvida, foi um gato corajoso e honrado, e tenho certeza que todos podem afirmar que ódio, orgulho e egoísmo nunca tiveram lugar em seu coração. Essa noite ele trocará lambidas com os espíritos ancestrais... -- Estrela de Cravo continuou falando, mas Pata de Cerejeira estava muito ocupada pensando em como gatos como aqueles podiam acreditar nessa baboseira?  Passo Leve iria para o céu virar uma estrela, e caçar com outros gatos mortos? Era realmente ridículo -- E por isso acho que esses três gatos, estão prontos para iniciar a vida como guerreiros de nosso clã.

Pelo de Sangue e Pelagem de Espinheiros se aproximaram se posicionando atrás de seus respectivos aprendizes, Cauda de Esquilo olha tudo com cara de pedra.

Pata de Cerejeira não podia acreditar, esse era para ser o momento mais feliz de sua vida, e Passo Leve não gostaria que ela estivesse melancólica assim, mas parecia impossível sorrir...

-- Eu, Estrela de Cravo, líder do Clã das Árvores, conclamo meus ancestrais guerreiros para que olhem esses aprendizes. Eles treinaram arduamente para compreender seu nobre código, e eu os entrego a vocês como guerreiros. Pata de Gaio, Pata de Cerejeira, Pata de Lagarto, prometem respeitar o código dos guerreiros e defender esse clã, mesmo a custo de suas vidas?

Pata de Gaio prometeu com uma voz firme, mas a gata sabia que estava dando pulinhos por dentro.

Pata de Lagarto também fez sua promessa firme, porém todo irrissado e ansioso

-- Prometo. Miou nervosa Pata de Cerejeira olhando para as patas.

-- Então, pelos poderes do Clã das Estrelas, dou a vocês seus nomes de guerreiros. Pata de Lagarto, apartir de agora você será conhecido como Tempestade de Lagarto. O Clã das Estrelas homenageia a sua força e coragem. -- O mais novo guerreiro recebeu o toque do focinho da antiga mentora e se dirigiu a frente do tronco orgulhoso -- Pata de Gaio, apartir desse momento você será conhecido como Geada de Gaio. O Clã das Estrelas homenageia a sua lealdade e sabedoria. -- esse também troca toques de nariz com Pelagem de Espinheiros e segue cheio de si até o amigo -- Pata de Cerejeira, apartir desse momento você será conhecida como Arroio de Cerejeira. O Clã das Estrelas homenageia a sua determinação e solidariedade. -- A guerreira não sabia o que fazer em seguida sem um mentor. Apenas lambe o ombro o corpo inerte de Passo Leve, e segue até o local designado. -- O Clã das Árvores dá as boas-vindas aos seus mais novos guerreiros!

Todos cantaram e gritaram os nomes do grupo. A mãe de Geada de Gaio já vinha lhe parabenizar, e Tempestade de Lagarto estava comemorando com Erva Doce, Pelo de Sangue e Garra Fina. Toda a família veio até Arroio de Cerejeira a abraçar, ( Queda de Prata, Pé de Brasa, Flor de Hibisco, Nuvem de Poeira e Estrela de Cravo) não só pela cerimônia, mas porque sabiam o quanto a perda lhe significava. E por um momento, ela pensou ter visto Passo Leve, sorrindo orgulhoso para ela, em meio a multidão.

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Holla 🏵️
Desculpa ter ficado curto, e que a criatividade ó 👌 tá pouca e faz falta kkkkk. Até por causa disso talvez o próximo capítulo demore um pouco mais que os outros 😬
Enfim espero que estejam gostando, deixem a estrelinha e até o próximo capítulo.
( 100 leituras 🎉🥳)

~bye bye 👋🤓

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⏰ Última atualização: Nov 09, 2020 ⏰

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