Paradoxal

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Os dias sempre iguais. As horas sempre em metamorfose. A vida sempre seguindo adiante

Na brecha de um passo e outro contradigo tudo que me foi ensinado

Ontem era jovem e transbordava positividade. Hoje ainda jovem, mas cansada a negatividade me assombra

Tudo em velocidade infinita me deixando a mercê do naufrágio neste mar inconstante

Quando o tempo se perde no próprio tempo como encontrá-lo sem se perder também?

Um paradoxo ambulante foi o que me tornei

O dia e a noite duas contradições. A ida e a volta mais duas contradições. O passado e futuro mais duas contradições

O eu perdido em algum lugar por aí só consegue pensar em morada constante

Tudo é um paradoxo sem fim e sem começo

As coisas apenas existem seja lá como for

Nesta inconstância só o piano me entende com suas melodias melancólicas

E sigo contradizendo tudo novamente.

Laís Mendes

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