Á caminho da minha antiga escola. É vergonhoso, todos os meus amigos aprovados e rumo a uma faculdade e eu ainda aqui preso nesse inferno, tendo que aturar: Os mesmos professores fazendo piadinhas sobre a minha idade, os alunos me olhando como se eu fosse um ancião. Não suporto esse tipo de gente, não suporto esse lugar e sempre vou me perguntar... Tem alguém que suporta? Esse manicômio chamado escola?!
Passei pelo portão e logo vejo as vadias, não é muito difícil diferencia – las do resto das outras com suas saias e shorts minúsculos, mascando chicletes como se estivessem comendo merda, os lábios borrados de batom vermelho, rebolando de um lado para o outro como se realmente valessem alguma coisa, como se algum outro garoto visse elas além de nada mais nada menos do que putas, essa era a palavra correta para denomina – lãs.
Segui andando esbarrando com os outros grupos de estudantes, os jogadores de futebol, com suas jaquetas em vermelho e branco, calças coladas, junto á eles as patricinhas, garotas com roupinhas caras e cor de rosa, não menos vulgares que as putas, só um pouco mais ricas.
Mais adiante os nerd’s, com suas roupinhas cor de caqui, coletes xadrez e bolsas atravessadas, lógico que como bons nerds eles estavam com livros nas mãos.
Não demorei muito para encontras os “emos/ góticos” os “deprimidos” vestindo suas roupas pretas, olhos borrados como pandas, calças de rapper e uma corrente pendurada nelas, seriam assustadores se não fossem pagados de deprimidos, oprimidos pela sociedade por usar preto, alguém já disse para eles que ninguém realmente se importa?
Seguindo encontrei os homossexuais, que por algum motivo muito estranho não se misturam muito por serem “diferentes” acho que eles tem medo de não serem muito aceitos pelos valentões da escola, que com certeza não os aceitariam, talvez sejam legais... Não sei nunca me enturmei com nenhum deles.
Agora que já estou dentro da escola a única coisa que vejo são corredores enormes repletos de armários, mas ninguém neles, sigo andando até encontrar o numero do meu armário, fica no terceiro corredor, perto do banheiro das meninas, ótimo, serei acusado de ficar espionando elas agora.
Assim que chego em frente ao meu armário o abro e jogo meus livros La dentro, me viro para voltar lá para fora mas a única coisa que vejo são as vadias, vindo na minha direção, baixei a cabeça e fechei a cara, por incrível que pareça isso convencia algumas pessoas de que eu era uma má pessoa e fazia elas me temerem e se manterem distantes o que é bom para quem quer paz, mas é ruim quando você precisa de ajuda, está sempre sozinho.
Logo as vadias pararam na minha frente, a “vadia suprema” me encara com um olhar sedutor, mascando o chiclete com a boca aberta, achando que estava arrasando e que era super sexy. Alguém diz pra ela que não.
-Você é o Zac? Não é? –Perguntava mantendo sua pose de puta suprema e suas amiguinhas sorriam pra mim como strippers, a única diferença é que eu pagaria strippers, não esse rascunho mau feito.
-O que você quer? –Pergunto serio, não tenho o menor problema em ser grosso.
-Ué, pensei que já que estamos estudando na mesma sala, poderia se sentar atrás de mim... –Diz mordendo os lábios.
-Não! –Respondo seco.
-Não sabe o que esta perdendo Zac... –Completa com a voz fraca, tentando manter a pose de pussy inabalável.
-É Zayn! – Digo sério, olho de relance para trás das vadias e de longe vejo uma garota baixinha que perambulava por ai com os tênis rangendo. –Sai da frente. – Completo e elas abrem espaço para que eu passe, bastou isso e perdi a garota de vista.
Fiz meu caminho de volta para fora da escola, nem sinal da garota, era estranho, aparentemente ela não se encaixava em nenhum dos “grupinhos” escolares que eu conhecia, talvez fosse nova na escola, é broxante demais pensar que talvez ela faça parte do grupinho dos homossexuais.
Me sentei sozinho na escada da escola fiquei olhando envolta para ver se encontrava algum conhecido que não seja tão entediante como os novos alunos do terceiro ano, mas infelizmente não encontrei ninguém, aparentemente a solução seria ficar sozinho mesmo.
Coloquei meus fones de ouvido por dentro da blusa, certamente não seria hoje que eu prestaria atenção na aula, ia ficar vegetando olhando para o professor escutando alguma música, desenhando na classe.
O sinal tocou, todos fomos para o ginásio, onde seriamos informados de em qual sala iríamos estudar, que matérias teríamos e outras baboseiras, que eu nunca prestei atenção desde a terceira série.
Fiquei parado na porta do ginásio, já que fui um dos primeiro a chegar, seria mais fácil procurar por rostos conhecidos assim, eles passariam por mim, me veriam e provavelmente iriam me cumprimentar.
Logo o ginásio estava lotado de pirralhos, adolescentes semi menstruadas os grupinhos do ensino médio, não demorou muito para o diretor aparecer no palanque do ginásio, gordinho, com óculos arredondados, um terninho cinza com uma gravata vermelha, essa era o combinação anual do diretor Smith, bom depois de ter sido acusado de assédio pela faxineira, tenho pena dela. Se demitiu em duas semanas trabalhando na nossa escola. Os meninos mexiam nas coisas dela, até uma vez na hora da saída enquanto ela tomava banho roubaram suas roupas e o uniforme de faxineira, ela passou a noite toda pedindo para que alguém a ajudasse, só saiu no outro dia e então pediu demissão.
O diretor continuou seu discurso, apenas prestei atenção quando ele disse que a lista dos alunos e suas turmas estavam no primeiro corredor de armários, saí dali e fui direto ao primeiro corredor, não vou ficar ali ouvindo esse gordo chato falando que está muito feliz em nos ver, que pintaram a escola, que os professores continuam os mesmos e que por incrível que pareça, ainda continuemos sem faxineira.
Assim que cheguei ao primeiro corredor fui á uma das milhares de listas procurar pelo meu nome nelas, estava no segundo terceiro ano - e por mais que eu estude aqui desde os meus cinco anos, ainda colam Zac Malik na lista -, no terceiro andar, ótimo, agora vai ser mais difícil matar aula, não poderei dizer que vou ao banheiro e nunca mais voltar, a solução é passar logo de ano e me livrar desse inferno.
Subi até a sala com a minha mochila nas costas, era provável que iríamos ficar conversando no primeiro período.
Encontrei a sala e me sentei em uma das classes do fundo.
Me sentei e fiquei em silêncio ainda pensando em como enfiar na cabeça das pessoas que meu nome É ZAYN!
Contínuo?
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Until It's Gone
Mystery / ThrillerEu não sabia o quanto tinha, e como era importante e quando vi, perdi umas das coisas de quem eu mais dependia, do que eu mais precisava, do que me mantinha seguro, me perdi de mim mesmo, perdi o controle...