moonlight demons

Capítulo 2 : Família

   - Olá! Lobo idiota. - disse Evelyn Backer enquanto lambia a mão cheia de sangue com aquelas unhas grandes, os olhos sedentos de sangue e aquelas presas afiadas.
   Quando vi aquela cena, fiquei em choque o cheiro de sangue nunca foi tão nojento, vomitei o que tinha almoçado na escola, porém ao mesmo tempo estava sentindo algo estranho.
   Esse sentimento conflitante me deixou atordoado por um tempo, quando Evelyn Backer viu o que eu fiz também apareceu uma pitada de surpresa em seu rosto.
   Com esse sentimento estranho surgindo em meu corpo eu ajoelhei e coloquei a mão na cabeça segurando forte, garras começaram a surgir nas minhas mãos.
   Lutei amargamente até conseguir controlar essa besta, as presas se retraiu e as garras também, nisso eu olho para ela com uma expressão furiosa e pergunto: - O que vc fez!? -
   - Eu? Eu estou comendo, por que algum problema? - ela disse com uma expressão fria.
   - Co..comendo pessoas? - digo com uma expressão de medo em meu rosto.
   - Lobo idiota, você nunca fez isso? - perguntou Evelyn com uma expressão duvidosa no rosto.
   - Eu...? Eu não sei... - com isso olhei para o chão tentando lembrar de quando tive esses apagão quando viro essa besta.
   Penso * Será que eu fiz algo assim? Lembro do sangue e aparece na minha boca em alguns apagão, mas eu fiz mal a alguém? Ou matei alguém? *
   Quando olhei para ela se aproximando, eu então me levantei e tentei sair de lá as pressas.
   Porém assim e levantei ela correu e apareceu na minha frente como um flash de luz carmesim e me jogou no chão e fiquei jogado no chão olhando ela.
   Fiquei paralisado e pensei * Vou morrer assim? Mas tem muitas coisas para fazer ainda * pensando em tudo que aconteceu na minha vida, várias questões mal resolvidas...
   Fiquei no chão enquanto ela me olhava com uma expressão fria, se um olhar matasse eu teria sido fatiado por aqueles olhos.
   Vendo aquilo eu fechei os olhos, já preparado para morrer, até que senti uma dor em meu pescoço e abro os olhos, era ela me mordendo.
   - Ei, o que é isso? O que vc tá fazendo? - tentei afastei ela com as mãos, ela respondeu - Porque eu deveria obedecer um simples lobo? - antes de eu conseguir fazer alguma coisa ela furou minha barriga com sua mão.
   Com isso eu parei de resistir e vi minha barriga sendo atravessada pela mão dela, um calafrio que passou o corpo inteiro vendo minha barriga assim.
   - O que você... - falei antes de cuspir sangue e desmaiar naquele beco escuro e sombrio.
   Nesse momento aquela besta se apossou dele e mais uma vez vagou pela noite.
   No dia seguinte acordei no meio da montanha, onde tinha algumas casas perto, não era problema chegar na casa com minha força sobrenatural, mas agora estou sem roupa.
   Parece que dessa vez estava em uma transformação diferente de antes, meu corpo inteiro mudou dessa vez, * O que será que houve? * Essa foi uma das várias dúvidas minha.
   Lembrando de algo, passo a minha mão sobre a barriga, porém está completamente intacta como se nada tivesse acontecido.
   Dessa maneira coloco esse assunto no fundo do coração e vou para casa, como moro em uma área remota tento não ser visto enquanto volto a minha casa.
   Quando chego vejo minha irmã em frente a casa com um rosto preocupada.
   Eu, todo pelado vejo que no varal atrás de casa tem algumas roupas, mas estão todas molhadas, então eu penso * Não dá para usar isso *.
   Foi quando eu vejo um lençol que estava praticamente seco, pego ele e enrolo em meu corpo e penso * Vai servir por enquanto *.
   Nessa hora eu ainda estava estava pensando em entrar escondido, quando de repente ouço barulho do carro da minha mãe.
   Então as pressas eu olhei para a parte de frente da casa e vi minha mãe com uma expressão ainda mais preocupada que minha irmã.
   Quando ouço a conversa delas: - Ei! Como pode deixar seu irmão sozinho assim, ele não voltou da escola, nem posso imaginar o que pode ter acontecido. - gritou com minha irmã enquanto ela só abaixava a cabeça e escutava enquanto era repreendida.
   Ouvindo isso me senti culpado por minha irmã levar a culpa por esse incidente, então eu vou reunindo coragem para aparecer para elas.
   Foi então, estava pronto para ir e pensei * Não posso deixar ela levar a culpa assim por minha causa * fui andando até a parte da frente da casa, sem pensar nas consequências - Mãe! Não é culpa dela, eu desviei do caminho e acabou acontecendo algumas coisas... - falo em um tom determinado e no fundo escondendo a vergonha por estar praticamente pelado.
   Então minha mãe me olha com um rosto chocado e feliz, enquanto minha irmã olha para mim com um rosto cheio de surpresa, alegria e se prestar um pouco de atenção dá para se ver um pouco de raiva.
   Então minha mãe pergunta - Filho, você está bem? - quando aceno com a cabeça confirmando o que ele disse a expressão dela muda.
   - Você está louco! Deixando sua mãe preocupada assim, o que você acha que eu faria se você tivesse sumido!? - nesse momento aparece lágrimas nos olhos dela e continua - Desde que seu pai morreu, você pode ter ficado mais distante, mas você contínua sendo meu filho, então nunca faz isso de novo...
   Nessa hora ele caiu no meu peito e chorou por um bom tempo, parece que despertou lembranças dolorosas o que acabou de acontecer - Eu prometo mãe, nunca irei fazer isso novamente. -.
   Depois de um tempo tudo se esfriou, entrei dentro de casa e tomei um banho para refletir sobre o que aconteceu.
   Na banheira me lembro de alguns fatos, aquela mordida e a mão que atravessou meu estômago, não tem como eu inventar uma dor tão real como aquela.
   E depois daquilo tive outro apagão e acordei no pé da montanha aqui perto, ainda que eu não lembro tenho a sensação que fiz algo horrível, nunca senti isso depois desses apagões.
   Saindo do banho de toalha, vi minha mãe, ela estava com uma expressão triste enquanto olhava o teto sentada no sofá, mas parece que quando sai do banho ela despertou e olhou para mim sorrindo levemente.
   Quando vi aquele sorriso, senti uma pontada no coração, sem jeito eu sorri de volta e fui colocar uma roupa em meu quarto, no caminho penso * Nunca quero sentir isso de novo, não vou fazer mais elas se preocuparem comigo, nunca mais... *.
   Depois de se trocar percebi que hoje tinha aula, parece que fiz minha irmã faltar também, e minha mãe que estava trabalhando fora voltou por minha causa, senti uma amargura no coração, fiz elas perderem compromissos importantes.
   Nesse momento meu coração começa a se encher de ódio e começa a surgir pensamentos esquisitos na minha cabeça * É tudo culpa sua * se repetia constantemente, enquanto vinha a imagem daquela garota ontem.
   Quando de repente começo a me transformar e não percebo o que está acontecendo, era como se não tivesse mudado nada, mas eu olho para o reflexo da janela do quarto e vejo meu rosto.
   E fico assustado, porquê agora a transformação está diferente, as presas saíram para fora e tem uma quantidade maior de pêlos * Será que ontem fiz algo que mudou essa coisa? * Penso enquanto vejo o meu rosto e percebo que estou mais controlado.
   Então eu tento retrair as pressas e os pêlos, ainda é um pouco complicado, mas está melhor que antes e penso * O que mudou? O que eu fiz ontem? " Vários pensamentos veio a minha cabeça, me deixando mais confuso ainda.
   Toc Toc
   Foi então que ouço batida na porta e ouço a voz da minha irmã - Posso entrar? - perguntou ela com uma voz abatida, então eu rapidamente voltei ao normal e respondo - Entre... -
   Ela abriu a porta, assim que ela entrou deu para ver a tristeza misturada com raiva em seu rosto, então ele vem em minha direção, enquanto eu estou sentado na cama eu evito os olhos dela com uma expressão envergonhada.
   - Olhe para mim. - ela diz calmamente com os olhos fixos em mim, eu olho para ela sem jeito e deu para ver os olhos avermelhados, parece que ela chorou.
   - Como você pode ser tão irresponsável? Você sabia que deixou todas nós preocupada! - ela disse gritando comigo, então abaixei a minha cabeça.
   Naquele silêncio mortal eu falo em voz baixa - Desculpa, não era isso que eu queria... - então ela respondeu - Se você quer pedir desculpas não é comigo, você não viu como a mamãe está? -.
   Fiquei quieto, enquanto pensava * Porque eu fui naquele beco? Porque eu conheci ela? Porque isso acabou assim? * então eu levantei e passando ao lado de minha irmã disse - Obrigado. - e fui até a sala onde minha mãe estava.
   - Mãe, perdão, eu não queria que as coisas se acontecessem desse jeito, nunca foi minha intenção machucar você assim, então por favor... me desculpa... - eu fala isso enquanto começava a sair lágrimas de meus olhos, então abracei minha mãe.
   Depois de me acalmar um pouco ela disse - Não se preocupa, eu lhe conheço muito bem e sei que nunca tentaria fazer algo assim porquê quer. - ela fala isso enquanto passava a mão levemente no meu cabelo.
   Então levantei o rosto com os olhos ainda avermelhados digo - Mãe, nunca mais isso irá acontecer novamente, então não precisa se preocupar com nada - com determinação no rosto continuo - Eu juro. -.
   Foi então que passei o dia com minha família, depois disso parece que estamos mais ligados do que nunca e o resto do dia foi bem divertido com minha irmã e mãe, se esquecendo dos problemas do mundo, mas nem tudo dura para sempre.