Cap 6 Pov Charlotte Page

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Estava sentada na recepção esperando liberarem a minha entrada, decidida a fazer (ou tentar) o transplante para minha mãe, é o mínimo, depois do que ela fez para mim

Henry: Oi Char! Como ela está? - Henry chega com a voz preocupada e senta ao meu lado

Eu: Ainda não me deixaram ver ela - digo segurando as lágrimas

Henry me abraça e ficamos assim por um tempo

enfermeira: Família de Christinna Page?

Eu: Aqui! Como ela está? - Pergunto cheia de preocupação e logo sinto o braço de Henry em volta do meu pescoço, ele sussurra _calma_ , suas palavras me acalmam de certa forma

Enfermeira: Ela precisa do transplante em no máximo 42hrs, talvez ela não resista até completar esse horário... - a enfermeira sai com a cabeça baixa, eu imediatamente começo a chorar e Henry me abraça

Henry: Ei! Senta aqui, eu vou ver se ela pode receber visita - ele fala calmo e baixo

Eu: Tudo bem! - digo em forma de sussurro

Em questão de segundos Henry está de volta

Henry: Toma esse adesivo -ele me dá - vamos, elas deixaram nós vermos sua mãe! - ele me puxa levemente e nós vamos até a sala em que minha mãe está, ele senta em uma poltrona para eu poder falar a sós com minha mãe

Eu: Oi mãe... - digo em forma de sussurro mas a mesma escuta

Sra.Page: Eu não quero que me dê seu coração! - ela diz direta, parece que leu meu pensamento

Eu: Mas e se a..- ela não me deixa terminar

Sra.Page: Charlotte, eu já vivi tudo o que eu tinha para viver, eu já namorei, casei, tive uma filha maravilhosa que é você, já me divorciei, trabalhei duro minha vida inteira, eu já estou completa, você só tem 19 anos, por favor, me prometa que não vai me dar seu coração filha - ela pede quase chorando

Eu: Mãe

Sra.Page: Charlotte, me prometa! - ela diz em tom de ordem

Eu: Eu prometo mãe! - eu a abraço chorando

Sra.Page: Você está sozinha? - ela me pergunta tentando eliminar as lágrimas que cobrem seu olho

Eu: Henry está lá fora - respondo limpando meu rosto

Sra.Page: Chame ele para mim por favor! - ela diz e eu concordo com a cabeça

Henry: Como ela está?- ele se levanta e me olha

Eu: Ela quer falar com você - eu sento e ele entra

Não acredito que prometi para minha própria mãe que deixaria a mesma morrer, isso foi burrice, eu preciso ajudá-la, mas se eu fizer algo, não vou me perdoar por quebrar uma promessa que eu fiz a ela

Henry: Vamos embora! - ele diz saindo do quarto e andando para fora

Eu: Como assim? Eu não vou embora, minha mãe está aí! - digo firme e sem entender o mesmo

Henry: Charlotte, sua mãe pediu para você vir embora, comigo, por favor, eu não quero ver isso, e nem você! - ele me diz com os olhos vermelhos

Eu: Ver o quê? - na hora escuto gritos vindos do quarto da minha mãe, imediatamente corro até lá, mas os médicos não me deixam entrar, Henry me puxa para fora e me coloca dentro do carro

Henry: Ela me fez prometer que você ia estar segura, eu não entendi o porquê, então ela puxou os fios que estavam a mantendo viva e disse para eu não deixar você ver isso, eu tentei repôr, mas não adiantou, ela me empurrou para fora... - ele diz baixo e percebo algumas gotas em sua calça - me desculpa - ele começa a dirigir para a minha casa

Eu: Tudo bem! Ela sempre foi assim... - digo olhando para a janela - ela pediu para ser cremada quando morresse! Podemos atender esse pedido dela, não podemos? - digo e ele me olha, e desvia o olhar para a estrada novamente

Henry: Claro! - ele diz meio baixo

[...]

Guardei as cinzas da minha mãe em cima da cabeceira de seu quarto, depois tranquei a porta e saí de lá

Jasp: Eu não vou poder ficar aqui, meu pai vai sair hoje do hospital, e nós vamos receber ele, você quer ir lá pra casa? - ele diz quando chegamos na sala

Eu: Não precisa, Piper me chamou para dormir lá - digo para Jasper que concorda com a cabeça - vamos?

Jasp: Sim!

Desde o dia que minha mãe se foi, Henry não tem falado muito comigo, Piper me chamou hoje, mas ela vai sair e disse para eu tentar fazer com que Henry conversasse comigo, ela também percebeu ele estranho ultimamente

amor quase não correspondido (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora