Sempre comparei minha vida com os oceanos.
Há ondas fortes e fracas, marés altas e baixas.
Mistérios e histórias, tesouros que já não valem muito,
mas que brilham conforme seu olhar.
Onde eu nado com tranquilidade,
afundo, boio, afogo, emerjo e volto a respirar.Você não temeu a água.
Nem a mim.
Escolheu mergulhar comigo
na imensidão sem fim
que é a alma de um artista.Foi estranhamente ali,
em um momento cômico pós euforia,
enquanto uma lágrima solitária surgiu,
que eu descobri um dos significados do amor.
Eu encontrei o amor no seu silêncio,
nos seus olhos castanhos.Você me desafia, me mostra o quão fácil
é para você, quebrar minhas paredes,
me libertar.
Seu respirar em minha face é sinônimo de vitalidade.
Seu respirar é, para meu eu moribundo, o sopro da vida.
Seu olhar imenso castanho claro é o início de tudo,
o meu olhar escuro é o fim.Tomo cuidado ao te abraçar,
porque mais belo do que te ver perto de mim,
é te observar aproveitar o vento em suas asas
e voar, meu pequeno pardal azul.E enquanto o vento nos leva de volta à areia,
correremos apressados para o fundo.
Você foi a melhor maneira de me lembrar
que por mais que os ventos me empurrem,
minha alma sempre estará no mar.Ogígia termina aqui! Nessa terceira parte, relato algo que foi crucial para mim: o equilíbrio.
Em Ogígia I estava tudo no escuro, melancolia e medo constantes.
Em Ogígia II estava tudo muito claro, levando a vida estilo "peaches and cream".
Não demorou para que eu percebesse que ambos os extremos não eram lugares onde eu pertencia, surge então Ogígia III, onde reconheço meu lugar em ambas as partes e passo a não ver mais a ilha como um destino amaldiçoado e sim parte de mim, parte que sempre estará em mim.
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Pêssegos e Creme
PoetryE eu sei, eu sei, meu amor. Que apesar de toda sua história de dor, você nunca me deixaria. Mas que boa amante seria eu se te obrigasse a ficar?