Passo 2

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P. O. V. Katsuki Bakugou

    Acordei deitado no peito do esverdeado e com as mãos fofinhas do mesmo fazendo carinho em minha cabeça, e, sinceramente, foi o melhor jeito de acordar possível. Nunca pensei que seria acordado desse jeito, porque, apesar de parecer o contrário, Kirishima nunca foi muito de afeto, quando queria me mostrar o quanto me "amava" nós faziamos sexo, onde era só penetração. Aquele ruivo quase nunca me beijava durante o ato, só o fazia quando nós nos despediamos, como não percebi antes? Fingi que estava dormindo por mais algum tempinho, queria mais um pouco de contato.     

- Kacchan, você pode parar de fingir se quiser, não vou parar o carinho.

- Como tu adivinhou? - perguntei manhoso e sonolento.

- Tua respiração ficou mais pesada e teu coração tá batendo mais rápido... Eu sei que tá um pouco cedo pra isso, mas... Você poderia... me contar o que aconteceu?

- Uhum...

- Comece quando quiser, já avisei ao All Might que eu não vou ir às aulas por um tempo, quero cuidar de você com muito carinho!

- Não precisa fazer isso Deku, eu não mereço...

- Claro que merece, leve isso como um presente pela melhora de comportamento!
Eu não sei o que sentir, por que isso é estranho. Ele nem sabe o que aconteceu comigo, mas mesmo assim sabe que não é algo físico. Ele está me tratando com tanto carinho, mesmo que eu não mereça nada disso. As mãos dele me afagam com tanta precisão, como se fosse um encaixe perfeito. Ele me acalma, me cuida e me protege. Apesar de eu ser bem maior que o Deku, me sinto pequeno e seguro com ele. Ele me faz sentir umas coisas engraçadas, as borboletas. Eu não sentia elas a tanto tempo, chega a ser nostálgico senti-las. Mas eu não superei o Kirishima, mas achei que ia ser bem pior do que está sendo.

Talvez eu não estivesse mais apaixonado pelo ruivo, apenas estaria acostumado a ficar junto a ele. Mas, por outro lado, eu sei que não é possível ficar apaixonado para sempre, eu acho pelo menos. Eu fiquei deitadinho no peito do esverdeado respirando fundo, tentando pensar por onde iria começar a contar a história. E as mãozinhas continuaram o afago, sem parar por nem um segundo.

-Eu nunca realmente te contei, mas você deve saber. Eu namorava o Kirishima, namorava no passado mesmo. Ontem, quando tava indo pra casa, eu vi ele... com o Denki. E, eu me senti muito... triste não é a palavra. Talvez eu tenha me sentido usado - eu estava lutando contra as lágrimas - E a mina e o Sero estavam lá... só olhando. Foi quase como se os quatro estivessem debochando de mim.

- Foi por isso que estava na rua? - Ele perguntou com algumas lágrimas nos olhos, não importa quanto tempo passe, ele ainda vai ser o Deku sensível.

- Eu não queria ir pra casa, queria ficar sozinho, então eu corri, e parei quando minhas pernas não conseguiam mais seguir em frente. E eu dormi naquele banco.
Olhei para cima e vi que lágrimas grossas estavam escorrendo em seu rosto delicado, aquilo quebrou o meu coração. Ele parou o carinho em meus cabelos loiros e seguiu com sua mão em direção a minha bochecha, iniciando o contato novamente naquela área. O coração dele estava acelerado, já tinha reparado nisso, mas estava acelerando cada vez mais, entrando em sintonia com o meu.

Eu não queria ser o único ali a ser agraciado, porque nem era eu que estava chorando, era ele surpreendentemente. Minha mão seguiu um rastro, indo de sua coxa até adentrar sua camisa branca com a palavra "camisa" escrita em preto. Meus dedos gélidos foram desenhando círculos imaginários em sua barriga pouco definida, mesmo que aquele corpo levasse uma força surpreendente, continuava a ser um pouco franzino. O peito dele subia e descia rapidamente, talvez eu esteja muito pesado. Subi um pouquinho meu corpo, deitando minha cabeça em seu ombro, e eu me perguntei: por que não? Enquanto minha mão continuava na sua barriga e sua mão na minha bochecha, colei meus lábios em sua bochecha cheia de sardinhas fofas.

-Muito obrigada por se preocupar comigo, deku...

- Não precisa agradecer, Kacchan...

Ele virou o rosto para me encarar, e depois um grande sorriso se formou em sua face. Um suspiro de admiração escapou dos meus lábios entreabertos, ele é tão lindo. Com isso, foi a minha vez de sorrir. Então, para mostrar que também era feliz comigo aqui, depositou um selar em minha bochecha rosada.

Ficamos nos encarando por vários minutos, com um sorriso bobo e com as lágrimas ainda manchando sua bochecha sardenta. Nunca imaginei que iria me encontrar nessa situação, de estar aqui com uma moita, sendo consolado após um término desastroso por culpa de um adultério, e ainda assim eu estava... feliz?

Eu não me sentia triste por eu e Kirishima não termos dado certo, eu só me sentia... não tinha uma palavra certa para o sentimento, talvez indiferente seja a mais próxima. Eu me sentia meio que livre, eu não estava mais preso em um relacionamento sem sentido. E, apesar de eu e aquela moita desgraçada não termos nada, eu me sentia mais amado do que nunca. Sua face esboçava preocupação e todas suas palavras eram extremamente sinceras, o que me deixava mais amado ainda.

É como se nós fôssemos amantes, e surpreendentemente eu não estava desgostando daquilo, na verdade eu gostava muito, muito mesmo. Seus dedos continuavam a acariciar a minha bochecha de forma gostosa, enquanto eu ainda fazia movimentos similares em sua barriga branquinha. Sua pele era gostosa de sentir e um calor subia em mim quando isso ocorria.

Depois de um tempo na mesma posição, eu me abaixei novamente e deitei em seu peito. Minha cabeça subia e descia conforme sua respiração ocorria, era bom. E nós ficamos assim por uma, duas, três horas, até que o meu esverdeado decidisse que era tempo de me dar comida de novo. O mesmo se levantou da cama, trocou de roupa, depois de me pedir para fechar os olhos, e foi pegar a sua carteira para pagar o café da manhã. Antes de sair, ele veio até mim e deixou um leve beijinho na ponta do meu nariz e disse que já voltava, o ato me fez ficar todo sorridente. Eu estava totalmente entregue ao Deku, era até mesmo incrível como as coisas prosseguiram tão rápido com ele ao meu lado. Eu havia superado Kirishima em menos de dois dias e, se quisesse, poderia voltar às aulas sem dúvidas, apenas não o faria para continuar recebendo os mimos do sardento.

Em pouco menos de 29 minutos, o meu izuku voltou para o dormitório com duas sacolinhas, e cada uma delas continha dois nikumans e um onigiri, um café da manhã bem reforçado. Rapidamente, ajeitei o travesseiro nas minhas costas e me sentei, esperando que a minha parte da refeição fosse entregue a mim. O que não ocorreu, pois o menor parecia ter outros planos. Ele pegou com seus dedos delicados o nikuman e levou aos meus lábios, me fazendo abrir a boca e aceitar o alimento de bom grado.

Ele foi me entregando a comida na boca e sorria satisfeito, ele estava fazendo um ótimo trabalho em amolecer meu coração. Depois que a minha parte acabou, eu fiz o mesmo processo com ele, dando comida na boca com amor. E como a manhã terminou? Com nós dois deitados novamente encarando um ao outro com um sorriso bobo e apaixonado no rosto.

E nós ficamos assim o dia inteiro, abraçados e melosos, um dos melhores dias da minha vida. Eventualmente ele me perguntava um pouco mais sobre a relação que eu e o ruivo tinha, e respondia seus questionamentos de bom grado, sem remorso nenhum. De vez enquanto ele ia embora do dormitório para pegar algumas coisas nada saudáveis, e ao meio dia e sete da noite ele foi preparar refeições saudáveis. Ele é como um anjo, ele cuida e protege, igualzinho ao que um faz.

Passo 2. Quando acordar, faça carinho em seus cabelos para que ele acorde também, e depois converse sobre o que aconteceu e conforte-o, ou talvez seja confortado.

Manual de instruções para fazer Kacchan se sentir melhor; bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora