Prologue pt. 1

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Se pudesse se descrever em uma palavra aos 16 anos, Jimin se descreveria como cético.

Até seus 15 anos havia sido um menino tranquilo, com uma família estruturada, pais amorosos e assíduos frequentadores da igreja local em uma pequena cidade localizada em Busan. Porém, nada se mantém para sempre, e o pequeno rapaz descobriria da pior forma.

Havia perdido sua mãe para um câncer inesperado em estágio avançado. Após a perda dela, tudo parou de fazer sentido para si. Uma vez um fiel menino de igreja que adorava cantar no coral, havia se tornado frio e sem vontade de continuar o outro dia, deixando-se de acreditar em Deus, por não acreditar que ele tinha que tirar sua mãe tão nova de si, e sempre chorando ao segurar um colar em forma de meia lua, o último bem material de sua mãe que havia restado com significado para sí. Seu pai que outrora era o homem que adoraria se tornar, havia virado um bêbado que só sabia apostar todo seu dinheiro, além de perder sua única melhor amiga, Kim Jiwoo, que havia se mudado para fora de Busan com seus pais após uma promoção de emprego e um futuro com uma vida melhor.

Com o passar de um ano, seu pai foi se tornando cada vez mais agressivo para consigo até que após ser preso por posse de drogas, sua guarda foi passada para sua avó materna, que na época morava em Seoul. Não foi fácil para Jimin,e precisou de muita ajuda para enfrentar tudo aquilo, e nunca agradeceu tanto o fato de sua avó materna ser a pessoa mais dócil e compreensiva do mundo. A senhora Park Eun-Seo era uma idosa de boas condições financeiras e estudada, e para a felicidade do pequeno Jimin, extremamente compreensiva com tudo que o neto sentia e havia passado.

Encontrar-se novamente com Jiwoo no primeiro dia de aula do ensino médio em uma nova escola realmente havia deixado o garoto emocionado. Sua querida Chuu se mantinha a mesma, agora com cabelos mais compridos e um rosto amadurecido após um ano apenas trocando mensagens pelo celular, mas com a mesma personalidade. Nunca havia chorado tanto com um abraço tão apertado dela, que apenas soube dizer o quanto ele havia feito falta em sua vida. Para Jimin, aquele foi o começo de uma nova etapa em sua vida. Quem sabe agora, tudo não começasse a dar certo?

Um ano após chegar, com ajuda de Jiwoo, sua avó e de profissionais bons, havia voltado a ser o Jimin antigo, o menino sorridente que sempre havia sido. Claro, ainda não havia se recuperado 100%, e sequer conseguia pensar em retornar à igreja, com o pensamento de que nada mais era real a maneira que diziam e pregavam, ainda mais após o falecimento de sua mãe e em como sua vida foi por água a baixo, mas suas expectativas eram altas. Era o ano que completaria seus 17 anos, finalmente se tornaria um menino grande, com responsabilidades e quem sabe, uma carteira de motorista, já que finalmente havia sido aprovado pela psicóloga. Tudo poderia dar certo naquele ano, e isso lhe deixava com enormes expectativas! Mas ele sequer imaginava como sua vida iria mudar naquele novo ano.

Segundo ano do ensino médio havia começado para alegrá-lo, mesmo que a volta às aulas em si não o deixasse nada feliz. Havia caído na mesma turma que Jiwoo, o que deixou os dois eufóricos ao meio do corredor que normalmente era recheado de resmungos e reclamações. Mas algo parecia diferente, já que tudo que Jimin não escutava eram reclamações sobre professores ou a volta da escola, já que sua nova sala inteira estava comentando sobre a segunda turma do terceiro ano do médio.

– O que está acontecendo aqui, Chaewon? – Jimin perguntou para a sua colega de classe e companheira de Líderes de torcida de Jiwoo, que os encarou com um sorriso de ponta a ponta, afastando-se de seu armário até chegar aos dois amigos de braços dados pelo corredor.

– Entraram dois alunos novos no terceiro ano, e pelo que dizem, eles são quase deuses! Eu sei que você é o famoso "eu sou ateu, pelo amor de Deus!" mas é sério.

– Gostaria que Hye-Joo estivesse aqui para te ouvir dizer isso.

– Nem ligo, ela iria concordar comigo. – Riu com a menção da namorada que coincidentemente estudava na mesma turma que esses dois tão comentados. – Por sinal, aposto que ela mesma vai falar sobre mim com eles hoje, pode anotar!

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