* Lágrimas e tempo perdido*
Carla abriu a porta e foi recebida pela sala vazia. Deixou a sacola por cima da mesa e atravessou o corredor procurando por Luciano. Foi primeiro ao quarto imaginando que tivesse seguido seu conselho e estivesse a descansar , mas não o encontrou.
" Luc!?" Ela chamou, preocupada.
Saiu do quarto e espreitou na casa de banho deparando-se novamente com o silêncio e vazio. Com passos largos, ela foi até a cozinha e chegada a porta ela conseguiu ver o corpo estendido no chão, inanimado.
" Luc?!" Carla gritou e correu em seu socorro.
Luciano estava desacordado e a temperatura do seu corpo estava tão elevada que Carla sentia seu corpo queimar com contacto entre eles.
" Meu Deus! Luciano, acorda." Carla falava desesperada enquanto colocava a cabeça de Luciano sobre seu colo e dava leves palmadas em seu rosto.
Apesar de Luciano estar mais magro, continuava a ser bem maior que ela. Carla não teve outro remédio senão deixa-lo ali e ir buscar o celular para chamar por socorro. Ligou para um serviço de ambulâncias e explicou a situação.
Em poucos minutos ouviu batidas na porta e quando foi abrir , dois paramédicos atravessaram a porta.
" Por aqui." Carla falou sem demora, indicando o caminho para a cozinha.
Ligo que entraram na cozinha os dois homens se ocuparam de Luciano qye continuava inconsciente.
" Eu quero acompanha-lo." Carla falou , vendo os homens transportar Luciano para fora da cozinha.
" Infelizmente não seria prudente sair de casa, a senhora esteve em contacto com o paciente. Precisa ficar isolada. Enviaremos uma equipe para fazer o teste ainda hoje. Se tiver outro familiar próximo dele, diga para ir ao nosso encontro no hospital." O técnico de saúde explicou.
" Está bem." Carla percebeu que não adiantava discutir, pois as regras eram claras e ela conhecia-as muito bem.
Assistiu, com o coração na mão, Luciano ser levado, inconsciente, para longe dela.
Apressou-se a ligar para Daniel informando o que aconteceu e pedir-lhe que fosse ao hospital, pois ela não poderia. Depois que terminou a chamada foi até ao sofá e sentou-se. Respirou fundo e encheu-se de coragem para fazer outra chamada.
" Olá mãe."
" Minha filha, não esperava tua chamada tão rápido. Espero que tenhas pensado bem no que falamos e estejas a ligar-me com boas noticias." Dona Eulália falou eufórica.
Carla teve que esperar uns segundos para falar.
Como dizer-lhe que seu filho estava a caminho do hospital? Que ela chegou tarde demais para salva-lo?"Carla? Filha, passa-se algo?" A voz de dona Eulália trouxe Carla de volta ao presente.
" Mãe, é o Luciano..." Carla falou mas sua garganta fechou impedindo-a de continuar.
" O que tem ele? Carla, o que se passa com o meu filho?" Dona Eulália falava descontrolada.
" Fique calma , mãe. Ele está doente. Cheguei aqui hoje e ele passou mal, estava febril e acabou perdendo os sentidos. está a caminho do hospital. O Daniel irá encontra-lo lá." Carla falou, tentando dar toda a informação que achou importante.
" Eu vou lá." Dona Eulália falou em seguida.
" Fique em casa , mãe. Eu te peço. No hospital nem irão deixar-te chegar perto dele. Ele apanhou o novo vírus. "
VOCÊ ESTÁ LENDO
AMOR Á PROVA DE PANDEMIA
RomanceCarla e Luciano conheceram-se no secundário. Não foi amor a primeira vista, pois Luciano teve que virar-se do avesso para conseguir a atenção da sua amada. Eles terminaram o secundário, decidiram ir para a mesma faculdade e fizeram o mesmo curso po...