CAPÍTULO 40

12 4 0
                                    

* Lágrimas e tempo perdido* 

Carla abriu a porta e foi recebida pela sala vazia. Deixou a sacola por cima da mesa e atravessou o corredor procurando por Luciano. Foi primeiro ao quarto imaginando que tivesse seguido seu conselho e estivesse a descansar , mas não o encontrou.

" Luc!?" Ela chamou, preocupada.

Saiu do quarto e espreitou na casa de banho deparando-se novamente com o silêncio e vazio. Com passos largos, ela foi até a cozinha e chegada  a porta ela conseguiu ver o corpo estendido no chão, inanimado.

" Luc?!" Carla gritou e correu em seu socorro.

Luciano estava desacordado e a temperatura do seu corpo estava tão elevada que Carla sentia seu corpo queimar com contacto entre  eles.

" Meu Deus! Luciano, acorda." Carla falava desesperada enquanto colocava a cabeça de Luciano sobre seu colo e dava leves palmadas em seu rosto.

Apesar de Luciano estar mais magro, continuava a ser bem maior que ela. Carla não teve outro remédio senão deixa-lo ali e ir buscar o celular para chamar por socorro. Ligou para um serviço de ambulâncias e explicou a situação. 

Em poucos minutos ouviu batidas na porta e quando foi abrir , dois paramédicos atravessaram a porta.

" Por aqui." Carla falou sem demora, indicando o caminho para a cozinha.

Ligo que entraram na cozinha os dois homens se ocuparam de Luciano qye continuava inconsciente.

" Eu quero acompanha-lo." Carla falou , vendo os homens transportar Luciano para fora da cozinha.

" Infelizmente não seria prudente sair de casa, a senhora esteve em contacto com o paciente. Precisa ficar isolada. Enviaremos uma equipe para fazer o teste ainda hoje. Se tiver outro familiar próximo dele, diga para ir ao nosso encontro no hospital." O técnico de saúde explicou.

" Está bem." Carla percebeu que não adiantava discutir, pois as regras eram claras e ela conhecia-as muito bem.

Assistiu, com o coração na mão, Luciano ser levado, inconsciente, para longe dela.

Apressou-se a ligar para Daniel informando o que aconteceu e pedir-lhe que fosse ao hospital, pois ela não poderia. Depois que terminou a chamada foi até ao sofá e sentou-se. Respirou fundo e encheu-se de coragem para fazer outra chamada.

" Olá mãe." 

" Minha filha, não esperava tua chamada tão rápido. Espero que tenhas pensado bem no que falamos e estejas a ligar-me com boas noticias." Dona Eulália falou eufórica.

Carla teve que esperar uns segundos para falar.
Como dizer-lhe que seu filho estava a caminho do hospital? Que ela chegou tarde demais para salva-lo? 

"Carla? Filha, passa-se algo?" A voz de dona Eulália trouxe Carla de volta ao presente.

" Mãe, é o Luciano..." Carla falou mas sua garganta fechou impedindo-a de continuar.

" O que tem ele?  Carla, o que se passa com o meu filho?" Dona Eulália falava descontrolada.

" Fique calma , mãe. Ele está doente. Cheguei aqui hoje e ele passou mal, estava febril  e acabou perdendo os sentidos. está a caminho do hospital. O Daniel irá encontra-lo lá."  Carla falou, tentando dar toda a informação que achou importante.

" Eu vou lá." Dona Eulália falou em seguida.

" Fique em casa , mãe. Eu te peço. No hospital nem irão deixar-te chegar perto dele. Ele apanhou o novo vírus. " 

AMOR Á PROVA DE PANDEMIAOnde histórias criam vida. Descubra agora