Capítulo 3
31/Set/2019 10:00am
Bárbara Passos - BabiAcordo com minha cabeça explodindo.
Como vim parar em casa, no meu quarto, na minha cama ? Não faço a mínima ideia até que vejo Larissa, Carol e Bruno deitados no chão do quarto.Deduzo que eles me trouxeram. Vejo as horas em meu celular, que fazem meus olhos abrirem totalmente, me assustando com a hora. Corro até o banheiro e tomo um banho super rápido, tentando não acordar ninguém com o barulho. Após sair do banheiro e ter me trocado, deixo um bilhete com o seguinte aviso ;
" Oi, amores. Acordei super atrasada e acabei deixando vocês sozinhos. Tem comida na geladeira e pães em cima da mesa. Não se preocupem com a bagunça, arrumo assim que voltar. Até mais tarde!
Ass : Da sua melhor. "
Chego no trabalho avistando a carranca da dona Elisa de primeira, sorrio sem jeito e ela me entrega a flanela para limpar as mesas, assim desfazendo meu sorriso e me obrigando a fazer tudo que eu deveria ter feito ontem.
(...)
Eram umas meia noite quando saí da lanchonete, e o motivo de ter trabalhado até tarde foi o atraso de hoje mais cedo.
Saio em direção de casa, pensando em ver meus amigos e tomar um banho relaxante.
Chego na frente da porta e pego as chaves que estavam na minha bolsa, abrindo-a em seguida e dando de cara com o meu pai, minhas amigas e meu namorado amarrados em cadeiras, com armas apontadas em suas cabeças.
A cena q nunca iria sair da minha cabeça... estou com as pernas trêmulas de nervosismo e raiva, o que teria acontecido ? Por um segundo eu parei, e voltei assim q vejo as lágrimas de meu pai mancharem seu rosto, me fazendo correr até ele e cair de joelhos o abraçando, mas minhas forças foram medidas por um homem mais forte que eu, que teria me arrancado dos braços da única família que eu tinha.
Olhei para o rosto do homem que estava coberto por um capuz, o que me deixou ainda mais furiosa. Ele me segurava com muita força, apertando meus pulsos. Alguém apareceu a minha frente, abrindo a boca em seguida.
- Não fique assustada! Tenho a sensação de que nos conhecemos de algum lugar. - Ele sorri friamente.
- O que fazem aqui ? Pq estão todos amordaçados ? - Falo assustada, tentando me soltar.
Vejo tirarem o pano da boca do meu pai e ele me olhar com desespero, olhares diferentes no qual eu tentava decifrar e não conseguia por completo.
O que ele queria falar ?
O que estava acontecendo ?
- Pai, o que está acontecendo pai ? Porque eles estão aqui ? O que eles querem? Me fala, o que você fez ? O que fez dessa vez ? - Falo em desespero.
- Bárbara me desculpe, me perdoe filha. Me perdoe. - Ele fala em prantos.
Eu não estava entendendo nada. Eu já estava chorando. Os olhares daqueles homens eram terríveis, eu esperava uma resposta.
- Ele me deve. Me deve muita grana.
Vejo alguém sair do escuro. Ele cuspia as palavras, e isso era perceptível que o satisfazia. Vejo o olhar dele sobre mim, e abaixo dele vi Larissa, Carol, e meu namorado, que estava olhando para as escadas, e assim me veio uma memória de bem cedo. Ele havia deixado sua arma no quarto, ao lado da minha cama. Onde eu arrumaria desculpas para ir lá em cima ?
Perdida, completamente perdida e sem acreditar que meu próprio pai tinha feito rolo com o tráfico da Máfia dos Augustos.
- Vai ser o seguinte; vai subir, pegar algumas roupas, vai descer quietinha, e vai vir comigo. Caso você tente contra algum de nós, vai ser devolvido em um deles, espero que não tente nada. Você sobe com ela. Vai! - Ordena.
Ele ordena e aponta para o cara que estava me segurando. Uma oportunidade, só uma, mas o mesmo faz com que ela suma quando Bruno começa a resmungar, como se estivesse falando diretamente com Coringa, que começara a limpar sua arma. Vejo o mesmo ir até Bruno e meu coração dispara, mas ele tira a mordaça da boca dele, que esbraveja assim que possível.
- Coringa, não faz isso Coringa. Para com isso, cara. Sou teu parceiro desde sempre, nunca te recusei nada seu filho da puta. Vai levar a minha mina por causa das irresponsabilidades do pai dela, um drogado do caralho desses ? Cadê a parceria porra ? Quando você precisa eu vou e levo os moleque pra você, e 'cê tá ligado, parça. Deixa minha mulher em paz, vamo fazer um acordo, sei lá. Não leva ela, você não vai levar ela de mim por causa desse idiota.
Ele iria me levar para trabalhar para ele ? Eu me perguntava a todo momento.
- Então ela é sua ? Que novidade, além de não mudar muita coisa. Nobru eu não caio em jogo reverso. Quando eu cobrei a primeira coisa que ele me disse foi que não tinha nada, apenas a filha. Não posso fazer nada. Vai ter que engolir essa! - Ele fala sério.
- Pode sim, caralho. Recusa, vai dar um de pega a mina dos outros, 'carai ? Qual foi ? Ela vai suprir suas necessidades ? Repor teu tráfico? Tá maluco ? Deixa ela em paz, ela não fez nada contra você, porra! Leva esse drogado de merda, faz ele trabalhar pra você, mas deixa minha mina fora disso, parça.
- Devo pensar ? - Ele sorri de canto.
- Vai dar um de filho da puta agora ? A gente sempre foi amigos, sempre foi chegado. Além de mandar seus capangas aqui, deu ordem para me prenderem, tudo pelas minhas costas ? Beleza então. Faz o que quiser com o pai dela, mas deixa ela em paz, deixa as meninas em paz.
- Não te reconheço mais, Bruno. Posso confiar em você ? A pessoa que te contratou está morta. São outro tempos. - Ele olha diretamente nos olhos de Bruno.
- Coringa, Não é? - Pergunto com a voz trêmula.
Ele olha para mim assim que falo seu nome, que saiu da minha boca quase arrastando. Assim que sinto seu olhar em mim, meu corpo recebe uma tensão. Meu coração disparava enquanto eu tentava ler suas expressões, que eram mínimas e indecifráveis, a única coisa que eu identificava era o vazio.
- Olha, eu te vi na lanchonete ontem mais cedo. Na lanchonete, lembra ? Elisa está te devendo, você deu um prazo a ela, por favor, faça isso por meu pai. Não seja igual Rogério, por favor. Por mais que ame seu pai, sabe quem ele era perante a máfia. Pense como eu me sentiria se eu perdesse o meu, ele é o que me resta. Nos dê um prazo, darei um jeito de arrumar a sua grana.
Falo rapidamente, tentando achar uma saída, sem esperança alguma, o que me restava era a tentativa, mas após meu pedido de misericórdia ele começa a dar risada e volta a olhar para mim, deixando meu nervosismo triplicar.
Estou fodida, mas era tão evidente assim ao ponto de o fazer rir do meu desespero ?
O que eu esperava ? Que o filho de Rogério tivesse pena de uma moradora da Máfia dele ? Óbvio que não. Sinto meus olhos encherem novamente.
- Tem noção do que está me pedindo ? - Ele Pergunta voltando a ficar sério.
- Não, eu não tenho. Você é o único que sabe. - Falo em tom de seriedade.
- Um prazo mas R$58,000 mil reais. Tem como pagar ? - Ele sorri de canto.
No momento em que eu escutei o valor, não só eu como meus amigos arregalamos os olhos. Como eu arrumaria esse dinheiro ? O que eu faria ?
- Iria amarelar numa entrega de drogas fora do morro ? - Fala ele, sem olhar para Bárbara.
- Não faz isso, Cara. Deixa que eu pago essa, Coringa. - Pede Nobru.
- Sinto informar que só ela pode fazer! - Leva o olhar para Bruno.
Sinto a raiva na última fala dele. Onde eu estava me metendo ?
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O DONO DA MÁFIA
FanfictionInício em : 08/10/20 A base da história é fictícia e tem todos os direitos reservados, caso encontremos alguma conta reescrevendo teremos de denunciar, pois, plágio é CRIME. - Para maiores de 14 anos. - Contém palavras de alto calão, drogas ilícit...