Pate 1 - Fugindo do Underground... de novo!

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— AAAAAAAAAAaaaaaaaaaaHHHH!!! — Heitor não parava de gritar enquanto caia por um buraco, aberto DO NADA bem no meio do seu quarto. — Não dava para gente ter tomado um caminho menos perigoso???

Sua pergunta se dirigia ao homem de meia-idade, pele acinzentada, nariz longo e triangular e de orelhas em formato de asas que compartilhava sua queda livre. A figura, apesar de alienígena, não colocava medo em Heitor porque era um bom e velho amigo: O cientista (maluco) Fígaro Neto.

Diferente dele, Fígaro apenas observava o cenário a sua volta como se aquilo fosse tão normal quanto viajar de ônibus lotado. Os dois passavam por túneis de uma galeria de esgoto e tiveram seu tombo amortecido por uma piscina enorme de água suja. Heitor nadou de volta à superfície, desesperado por um pouco de ar. "Eu preciso descobrir um jeito mais fácil de viajar para o Underground", pensou. Mal havia conseguido respirar quando sentiu seu corpo ser puxado para baixo, de novo!

Logo, ele e Fígaro Neto estavam sendo engolidos por um redemoinho.

— Eu odeio essa paaaaaaarteeeee!!! — Heitor gritou, segundos antes de ser tragado.

Quando estava prestes a perder o fôlego, sua viagem terminou com ele e Fígaro sendo cuspidos para fora de uma piscina. Os dois caíram em cima de cadeiras de praia, onde puderam finalmente se recuperar da viagem maluca.

— Eu sempre quis fazer isto, garoto! — Fígaro disse, rindo e batendo palmas. O cientista estava claramente animado e empolgado.

Mesmo com toda a loucura e susto inicial, Heitor ficou de pé e fez as perguntas que estavam querendo sair de sua boca desde que o cientista mutante invadira seu quarto com um bastão pula pula.

— Que história é essa de que meus amigos estão com problemas? O que aconteceu com eles? O que aconteceu com a Layla???

Fígaro parou sua pequena celebração para encarar Heitor. Seus olhos pareciam minúsculos por trás das lentes redondas de seus óculos.

— Perigo? Onde? Quem é Layla? — Ele perguntou, confuso.

Aquela foi a gota d'água para Heitor.

— Como assim quem é Layla??? — Gritou, perdendo a calma. Segurou o cientista pelo colarinho de sua blusa marrom e o chacoalhou com força. — Ela é a minha... quer dizer, eu acho que é... ah, esquece! Essa não é a parte importante! Você me disse que meus amigos estão em perigo!

— Ah! Sim, a garota e a banda de rock! Agora me lembrei. Heitor, seus amigos precisam da sua ajuda!!! — Fígaro urgiu.

Suspirando profundamente, Heitor soltou o mutante. Sabia que não ia adiantar de nada continuar gritando com ele daquela forma. Decidiu retomar a calma e dar tempo ao tempo. Com Fígaro Neto as coisas só funcionavam assim.

— Essa parte aí você já me disse faz tempo, eu quero saber que perigo é esse. — Disse, torcendo a ponta de sua blusa verde e tentando limpar a sujeira presa em sua calça jeans e em seus tênis. Seus cabelos pretos, normalmente penteados para cima, com pontas modeladas pelo gel fixador, agora estavam ensopados e grudados em sua testa. Sua pele branca parecia tão cinza quanto a do cientista, de tão suja que estava.

Quem respondeu sua pergunta foi uma figura vestida com um manto e capuz marrons. Sua face estava escondida, mas Heitor reconheceu a voz quando ele falou.

— Deixa que eu explico essa parte da história, cara. Mas primeiro, você precisa fazer algo muito importante.

— Kurt? É você? — Heitor disse, se virando na direção do misterioso guitarrista da banda Reverberação. — Eu faço qualquer coisa para ajudar meus amigos! O que preciso fazer? Enfrentar a Agência? Não tenho medo deles!

Os Under Undergrounds: A continuação! (Ou quase isso...)Onde histórias criam vida. Descubra agora