82 7 0
                                    

Era mais uma quarta-feira ensolarada na pequena cidade de Occoquan localizada no estado norte-americano de Virgínia, era de manhã bem cedo, o comércio ainda abria, a rua aos poucos se movimentava, e já se ouvia algum barulho dos carros. O sino da única escola da cidade estava prestes a soar, era dia 23 de junho do ano de 2021, o fim das aulas já estava próximo (dia 25), então aqueles eram os últimos dias dos alunos, o que os deixava bastante agitados, entrando na escola víamos crianças e adolescentes misturados, alguns correndo, outros andando, outros sentados, e alguns até deitados no enorme gramado da escola, todos agrupados, conversando e rindo sobre um assunto qualquer, talvez conversando sobre as novas tendências da moda, estudando para alguma prova final ou simplesmente rindo de um meme no celular, mas de longe também conseguíamos ver, um único grupo de pessoas que estava afastado de todo o resto da escola, sentados nas escadas que davam acesso ao segundo andar, também rindo e conversando assim como os outros, mas sem ninguém por perto, pelo contrário, distantes de todo aquele tumulto diário da escola. Eram três jovens, duas garotas e um garoto, estavam no último ano do ensino médio, o que fazia aqueles últimos dias de aula ainda mais intensos. Eles três, diferentes de todos os outros jovens da cidade, não eram muito de se socializar, diziam para se mesmos que não tinham outros amigos, mal conhecidos, e realmente, aquele trio era bem isolado do resto da população, e isso por causa de um rumor, um boato, uma fofoca que rondou a cidade e amaldiçoou a vida daqueles jovens, fazendo com que as únicas pessoas das quais poderiam chamar de "amigos" fossem eles próprios. Alguns diziam que seus pais haviam feito pacto com o demônio, outros que os jovens eram os próprios demônios, alguns poucos acreditavam que eram anjos enviados por Deus (o que se tornou até engraçado já que quando passavam pela rua algumas pessoas faziam o sinal da cruz ou se ajoelhavam diante deles), mas o que mais se falava, é que eles eram sobrenaturais, do tipo que mexe com mentes e abre a porta da geladeira só em mover o dedo mindinho, talvez por isso, desde pequenos, nenhuma outra criança brincava com eles, já que os próprios pais proibiam. E assim eles cresceram, os três sempre juntos, embora fosse triste que o resto da cidade temesse eles, era legal ter aquela aliança, aquela intimidade e confiança entre eles, por não terem mais ninguém, se uniram muito, ao ponto de se considerarem irmãos

- Por favoooorr!! - Uma das meninas implorava para a outra, estava quase se ajoelhando. Seu nome era Louise, seus cabelos eram loiro-castanhos e longos, seus olhos pequenos, enquanto os lábios se destacavam, era pequena, não chegava nem a 1,50, hoje seria a prova final de física, e Louise (chamada por eles de Lu), não havia estudado e não sabia absolutamente nada do conteúdo - Claire é sério, eu preciso que você me ajude!

- Pela milésima vez? - Claire, mais alta que Louise, cabelos e olhos pretos, pele quase transparente, era a mãe do grupo, ela não havia ficado de prova final diferente dos outros dois, mas mesmo assim não teve sossego

- Vai ser a última, eu juro - Louise rebate

- Engraçado... - O garoto começa - achei que a última tinha sido na prova de história - Kayo, o mais alto do trio, cabelos cacheados e castanhos, embora fosse muito bom em exatas, física não era seu forte, por isso, assim como Louise, estava de final

- Hahaha rindo muito - Louise fala com ironia fazendo com que Claire e Kayo rissem - Claire é sério amiga, eu não posso reprovar em física, meus pais me matariam

- Ai Lu - Claire fala terminando de rir - Tudo bem, eu faço

- Graças a Deus - Louise dá um enorme suspiro aliviada, se sentando novamente nas escadas e abraçando Claire de lado como forma de agradecimento, ela sabia que era difícil para C usar seus poderes, desde que haviam trocado de escola (já que a escola antiga havia se acabado em chamas) ela nunca mais fora a mesma sobre seus poderes, não usava mais com tanta frequência, na realidade, quase nunca mais usava, só quando era algo urgente ou quando os amigos imploravam, como desculpa ela alegava que não gostava de mudar o destino, queria que tudo acontecesse como tinha que acontecer e não como ela quisesse, os amigos entendiam esse lado, mas ainda achavam que havia algo por trás disso.

doom patrolOnde histórias criam vida. Descubra agora