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Era de manhã, nove horas e alguma coisa, o céu estava bem claro, havia nuvens no céu e os passarinhos voavam por todo canto, o centro da cidade não estava tão tumultuado, as escolas ainda não haviam liberado seus alunos, provavelmente ainda estavam no recreio, então não havia muitos pais desesperados pela rua lutando para irem o mais rápido possível até a escola pegar seus filhos, até mesmo por que poucos pais faziam isso, a maioria dos alunos andava de ônibus, e os que tinham mais de 16 já podiam dirigir, então eram poucos os carros que saiam voados. A cidade era bem calma, grande e populosa, mas calma. Perto do centro, onde o movimento era maior, podia-se ver o oceano, vasto e misterioso, a cidade era banhada pelo pacífico, e suas praias eram as mais bonitas possíveis, havia muitos surfistas e banquinhas vendendo água de coco por todos os cantos, mas não, a praia não seria um lugar legal para surgir (Flit pensou nisso enquanto calculava sua rota), o melhor seria um lugar mais reservado, algo mais secreto e que ninguém pudesse ver, não muito longe, ali mesmo no centro, um lugar entre as ruas Nevada e Ditmar, entre os prédios, entre as lojas, um beco abandonado que nem os adolescentes rebeldes usavam para fumar seus cigarros eletrônicos, é, aquele seria o lugar perfeito

- Beco? - Foi a primeira coisa que Louise falou ao abrir seus olhos, ela sempre os fechava quando Flit ia se teletransportar (isso quando ele avisava), o lugar onde estavam era bem estranho, havia uma ou duas lixeiras enormes, cheias e podres, parecia que a séculos ninguém esvaziava elas

- Onde diabos o Flit foi meter a gente? - Claire fala olhando o local, por um momento ela olha também para o céu, e vê as belas nuvens que estavam ali, então pensa que realmente não estavam mais em Occoquan, e fica feliz com isso

- Ele realmente apareceu? - Kayo fala meio surpreso, ele nunca, em seus 17 anos de vida, tinha conseguido "invocar" alguma de suas personalidades, elas nunca vinham quando ele queria, mas sempre davam um jeito de aparecer em uma hora inoportuna (e as duas meninas já haviam presenciado várias dessas horas)

- Sim, eu que pedi né meu amor, quem resiste a mim? - Louise fala se sentindo a melhor

- Você sabe que todo mundo aqui dentro é meio gay né? - Kayo aponta para as cabeça, as duas garotas riem

- Até Hammerhead? - Claire pergunta

- Essa é uma boa pergunta que eu nunca ousaria perguntar para ele - Todos começam a rir, Hammerhead era com certeza a personalidade mais difícil de lidar (pelo menos das que elas conheciam), seu mau-humor constante era horrível, e você podia esperar uma chuva de xingamentos toda vez que ele abria a boca

- Mas eai - Louise olha para Kayo - Flit não te falou nada sobre onde ele nos deixou? - O fato de eles terem aparecido num beco dificultou bastante saber onde estavam, e se estavam realmente em alguma das belas cidades da Califórnia

- Eu nem falei com ele, nem tava nos trilho com o Driver 8, fui parar num túnel todo escuro - "que?" Louise e Claire pensaram, era justamente por isso que ainda chamavam Kayo de K-louco, tinha certas coisas que ele falava que não dava de entender absolutamente nada

- Eh...ok, então acho que é melhor sairmos daqui - Claire já não aguentava mais ficar naquele beco, o cheiro do lixo estava começando a incomodar, então os três seguiram por uma das saídas do mesmo, podiam ver o final, uma rua, havia algumas pessoas passando pela calçada e de vez em quando um carro ou dois passavam, atravessando a rua podia-se ver um enorme gramado, parecia uma praça, mas diferente, fazia com que a de Occoquan parecesse mais um gramadinho mixuruca do que uma praça, essa havia parques e barraquinhas de sorvete por todos os lados, e isso por que só estavam vendo uma parte de tudo aquilo, mas à medida que andavam, viam ainda mais coisas, e se aproximavam mais ainda de saber onde realmente estavam, até que chegaram na calçada, as pessoa que passavam ali naquele momento os olharam meio estranho, afinal não era muito comum que muitas pessoas entrassem naquele beco, quando saíram, puderam ver uma plaquinha que indicava o nome da rua, Ditmar, eles não faziam ideia de onde aquilo ficava, ficaram durante um tempo em silêncio, esperando que alguns dos três tomassem a iniciativa de perguntar a algum dos pedestres aonde estavam, e a primeira foi Louise

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