Cap 27

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Os dias que se sucederam ao enterro da Charlie foram dolorosos para a Melinda, ela mal saia da cama, não comia só vivia deitada. A Paloma perguntava sempre pela mãe e isso fazia a Melinda se aprofundar mais e mais na tristeza, ela resolveu não levar a menina no enterro pois preferiu fazer isso quando estivesse mais calma. Já se foram duas semanas sem ver o sorriso da mulher que tanto amo, porque no lugar do sorriso só tem tristeza.

Mãe: como ela está?

Eu: ainda dormindo

Mãe: e a menina?

Eu: se arrumando, nem parece que tem três anos

Mãe: ela é esperta pra idade dela

Eu: e o Chris?

Mãe: dormindo também

Me acomodo na cadeira e pego uma fatia de pão. Escuto passos se aproximando e pararem do nada.

Eu: você devia comer um pouco Loma, a sua mama não vai gostar nada em saber que você não está se alimentando

Mel: uma fatia de bolo me ajudaria

Me viro rápido com tamanho susto, não sabia que ela havia decidido enfim sair daquele quarto, ela estava com um vestido soltinho preto cabelos amarrados em coque alto e com o Chris no colo.

Eu: como você está?

Mel: tenho que superar e nada melhor que tentar superar uma perda como um belíssimo café da manhã

Eu: ele te acordou? (digo me referindo ao Chris)

Mel: sim, mais me fez bem

Loma: mama, bom dia (diz a abraçando)

Mel: bom dia querida, já tomou café da manhã?

Loma: to sem fome

Mel: se você comer prometo te levar até onde sua mãe está

A olho meio incrédulo.

Mãe: tem certeza?

Mel: sim Paula, como eu disse eu tenho que superar

Eu: eu vou com você

Mel: não precisa

Eu: eu quero estar la, por favor

Mel: tudo bem

Ela se senta com o Chris ainda em seu colo, come uma fatia de bolo e em seguida toma um suco de acerola, vai até o quarto e pega sua carteira.

Mel: estou pronta

Eu: quer que eu o leve?

Mel: eu posso levar ele

Seguimos até o cemitério em Arizona, foram uma hora e meia de viagem, chegamos por volta das 10h da manhã. O céu em Arizona não contia nenhuma nuvem, o que dava um ar rarefeito a cidade. No caminho compramos flores para colocar em suas sepulturas.

Eu: qualquer coisa eu estou bem ao seu lado

Ela dá um sorriso meio sem graça.

Loma: o que estamos fazendo aqui mama?

Mel: vem comigo querida, eu vou te explicar tudo

Caminhamos um tempo até chegar ao túmulo da Charlie.

Mel: você ama sua mãe?

Loma: muito

Mel: então eu não quero que a deixe de amar ela ouviu? Ela daqui pra frente será seu anjo da guarda

Uma Nova Chance Para o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora