Eu me encontrei tão de repente nesta ilha... Tudo tão colorido e lindo...
*Risadas distantes e abafadas de um bebê*
Eu segui o som familiar, era ele. Meu pequeno isac... Ainda com 2 aninhos... Ele está tão feliz brincando com Nathan e ele está tao... Iluminado... Não quero interromper.
*Sons de trovões e chuva seguidos de uma escuridão*
Eu me virei, mas já se passaram tantos dias...
O pequeno Isac já não era mais tão pequeno. Uma tempestade fez a maré subir a linda ilha enorme diminuiu.
Cadê? O verde, as luzes, a beleza? Quando tudo se tornou tão sem graça? Quando a ilha de tornou tão... Sufocante?... Eu nadei, nadei de desespeiro, nadei acreditando que ia encontrar um mundo, nadei em busca de fôlego e lugar para respirar melhor. Tive que levar o Isac, Nathan não aguentaria Isac só com ele... Nadei para fugir do jeito que as coisas se tornaram... E por fim afundei. Continuei afundando. Porque nadar não funciona? Não posso fazer isso com Isac, eu não queria levá-lo junto. Afundei e afundei e afundei...
Sons abafados de talvez zum xilofone ficavam cada vez mais nítidos e altos. Era seu celular.
- Bom dia mãe!- Isac disse saltando no sofá.
- Que horas são?- Ainda com o aperto no peito Ária questiona um pouco... Diferente. Ela olha rapidamente seu celular, mas ignora.
- São 10hrs a senhora estava demorando muito pra acordar, tá tudo bem mamãe?
- Sim.. Sim..-ela levanta lentamente e continua com sua voz rouca e triste- Eu... Eu... Desculpa eu vou fazer alguma coisa pra você comer de café da manhã.
- Tá tudo bem mamãe eu já fiz!- Todo orgulhoso mostra o pão com manteiga todo esfarelado, aberto sem nem mesmo uma faca e um caneco com suco.
O olhar de Ária segue a cozinha para ver o resultado do tão adorado café da manhã de Isac, nada agradável por sinal. A mesa cheia de farelo, o saco de pão aberto com algum jogados sobre a mesa, e muito suco derramado. Pequeno Isac puxou um pouco do pai não é mesmo?
- É. Quem disse que a maternidade era fácil?!- Mas ela não se deixa derrubar. Afinal seu pequeno só estava tentando deixá-la descansar e tentando ser mais responsável e independente.- Você pode ajudar a mamãe a limpar a cozinha depois meu amor. Fez um pouquinho de bagunça, mas parabéns!
- Tabom mãe desculpa...
- Tudo bem, relaxa.
Seu celular toca novamente. Número desconhecido o que poderia, então, ser cobrança, ou aqueles números que ligavam e ficavam em silêncio.
- Alô?- Ela atende curiosa mas nem um pouco esperançosa.
- Oi, bom dia! Gostaria de falar com Ária Bellques, é a senhorita?- Era uma voz feminina e podemos dizer que um pouco... Autoritária e simpática.
- Sim, ahn.. sim, sou eu mesma.- Um pouco decepcionada ela responde
Droga! Droga! Droga! Atendi a merda de uma cobrança!
- Então aqui é do colégio Marconnini. Estou ligando a respeito de uma vaga como professora de artes. A senhorita tem interesse? - ao ouvir Ária sorriu de orelha a orelha- A senhora já tinha entrado em contato com o colégio e demos uma olhada na sua página social e currilo teríamos orgulho de tê-la na nossa equipe de professores.
- Sim... Sim! Eu-Eu adoraria sim!- Mal conseguia responder o telefone.
- Como você sabe, o colégio Marconnini é uma instituição privada e temos como padrão entrevistar e avaliá-lo para podermos ter certeza que senhorita é adequada para os padrões da escola tudo bem? Podemos marcar sua entrevista?.
- Claro, tudo bem, claro que podem, podem sim!
Depois de uma longa conversa sobre valores e discussões de horário o telefone desliga. Ária não sabe como agir e fica travada com um sorriso no rosto criando mil imagens na sua cabeça de como seria, afinal é o sonho dela.
- Quem era mamãe?- Isac ria junto mas não sabia do que.
- A mamãe talvez vai ser professora Isac!!!!- Ela o abraça e o levanta empolgada.
Fazia tempo, na verdade muito tempo que ela não se sentia feliz assim. Ela queria comemorar amém nem ter passado pela entrevista ainda.
Tá legal, primeiro vamos nos acalmar. Ainda tenho que me sair bem na entrevista e se eu passar eu posso dar uma festa, meu deus eu vou ser professora!!!! Eu vou! Eu vou... Me acalmar. Calma. Meu deus eu não consigo!!! Eu vou ser professora!! Vou poder reformar o apartamento!!!
Ok sem se precipitar. Sem se precipitar...
Sem... Expectativas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Expectativas
Romance"Aos 25 tão é tão jovem para mãe solteira de um garoto de 7 anos. Uma vida perdia mesmo" É o que dizem as senhoras dos olhares de julgamento, mas não é o que molda a jovem Ária. Depois de se separar do que achou ser o amor de sua vida, ela tenta se...