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Bom na minha frente encontro três pares de olhos furiosos para mim, aquilo de alguma maneira devia me intimidar porém me sinto ainda no comando.

— Já vou avisando estou sem um pingo de paciência, minha cabeça dói e meu corpo pede por um banho e comida. — Falo indo em direção à pequena cozinha.

— Aonde a senhorita estava? — Lorennzo é o primeiro a falar.

Lorennzo tinha assumido a posse do irmão mais velho daquele que sempre é o responsável, por incrível que pareça os 5 anos que passei longe eles trocaram de personalidade.

Ele estava tentado se encaixar no padrão que meu pai havia imposto cansado de sempre brigar sobre as farras e noites longe de casa, agora ele estava tentado fazer meu pai sentir orgulho dele.

Ele me examinava com os olhos verdes igualzinho ao do meu pai e eu estava me sentindo uma criança, porém deixei essa frustração de lado e encarei ele como igual.

— Lorennzo você não é meu pai, não devo satisfação a você e bem não quero brigar, não agora. — Eu sabia que se ele insistisse mais um pouco a gente acabaria brigando.

Tenho 3 anos de diferença deles e sempre fui mais próximo de Lorennzo já que era o único a entrar nas minhas encrencas, mas o homem que estava parado vestido de terno preto e cabelos penteados para trás não era o mesmo que me incentivava a pregar pegadinhas em Pietro.

—Você que está fazendo tempestade em um copo d'água, eu não posso ser seu pai mas sou seu irmão e sim você me deve satisfação, você sumiu por 2 dias e pelo que Thomaz nos avisou mais um chefe sumiu. — Ele cruza os braços em frente ao corpo e faço o mesmo.

— Não enche! Thomaz não tem que ficar fazendo fofocas por aí, está tudo sobre controle, sobre o "meu" controle. — Enfatizo a palavra meu fazendo ele revirar os olhos, me virando para os armários pequenos a procura de alguma coisa para preencher o vazio em minha barriga.

O vestido estava me irritando porém a fome era maior.

— Você está parecendo uma criança mimada Esmeralda, lembre-se você é uma mulher de 23 anos precisa se comportar como tal e assumir suas responsabilidades, tem que voltar para a Itália. — Solto uma risada sarcástica quando me volto para olhar para ele.

— Falou o cara que só porque está usando um terno se sente no direito de mandar em mim, justo nessas condições que nos encontramos, estou aqui já fazendo meu trabalho. — Eu sabia que alguém iria tocar no assunto.

Só não sabia que seria eu, a muitos meses atrás acabei escutando meus irmãos falando com Arthur e Davi que era uma injustiça eles passarem tanto tempo treinando e se forçando para se tornarem líder enquanto eu ganhei a "coroa" só por ser a neta favorita.

Eu sabia que eles ficariam bravos com a decisão de meu avô, eu também fiquei surpresa com isso mas eles não tinham o direito de dizer que eu não merecia aquilo, por muito tempo achei que meu avô estava apenas ocupando seu tempo para me ajudar a me defender, mas esse tempo todo estava me ensinando a ser uma boa líder.

— O que está querendo dizer com isso? — Lorennzo pergunta.

— Você sabe Lorennzo, não se faça de idiota eu estou acima de você sou eu que mando aqui, eu estou aonde você queria estar, estou tomando conta daquilo que você sempre quis, porém sua imaturidade não deixou. — Um sorriso presunçoso aparece em meus lábios.

E lá estava eu deixando a pessoa malvada e sem nenhum pingo de sentimento me dominar, eu estava cansada e eu não queria entrar nesse assunto não gostaria de jogar na cara dele que ele não manda em mim.

Mas eu nem estava me esforçando para ser diferente algo em mim está gostando da direção da conversa e sei que mais tarde quando eu estiver descansada vou me arrepender, porém agora se ele quer briga arrumará uma.

— Você não sabe o que está falando. — Ele diz.

— Eu sei que está chateado por ser deixado de lado, eu sei que queria estar no meu lugar, por ser o filho e neto mais velho se sentia no controle achando que seria escolhido. — Falo e pego um pote de miojo colocando no micro-ondas.

— Então o que está fazendo aqui seu lugar não é lá , devia estar cuidando da máfia e não se intrometendo na onde não foi chamada. — Ele fala numa tentativa de mudar de assunto. — Se estivesse fazendo um bom trabalho não estaria aqui correndo atrás de alguém que não quer nada com você, estaria se preocupando com situações mais importantes.

— Você nem sabe do que está falando, não sabe nem porque estou aqui. — Respondo grossa e curta olhando o tempo do micro-ondas me encostando no balcão.

Ele estava fervilhando de raiva com poucos palavras, Lorennzo assumiu um postura de controlador e toda vez que era jogado em sua cara que não foi escolhido para comandar a máfia sua irá e descontrole total aparecia.

— Tem certeza? Estava parecendo uma cadelinha olhando para ele, enquanto ele estava de mãos dadas com a "Noiva" dele.

— Do que me chamou? — Me afasto de balcão dando um passo em sua direção, quero socar a cara dele no balcão.

— Não foi isso que ele quis dizer, não é Lorennzo? — Pietro se intromete em nosso meio, me empurrando para longe eu e Lorennzo estava nos fuzilando e ignoramos totalmente a presença dele.

— Você não deixou de ser um bebê chorão né, coloca tudo pra fora de uma vez coloca sua inveja de mim, por conseguir tudo o que você queria comandar a máfia, mandar e desmanda na porra toda, você sempre foi inferior a mim mesmo sendo o mais velho, eu sou melhor que você e isso é difícil pra você engulir mais aqui estou eu provando mais uma vez que sou superior.

— O vovô só te colocou lá por ser uma puxa saco de caralho, você nem tem vocação para ser uma boa líder, largou o país perto de uma "guerra" para ir atrás de um homem casado, que belas mãos o Vovô deixou a máfia. — Ele se aproxima de mim.

— Você é patético Lorennzo, eu sempre soube que você era um invejoso do caralho, sempre querendo tudo que eu tenho, sempre sendo a ovelha negra da família enquanto eu só precisava pisca meus olhinhos e tudo estava na palma da minha mão.

— Exatamente, você é uma mimada, egocêntrica, arrogante e se acha dona do mundo, mas é só uma garotinha fria e....

— Eu acho que vocês deviam parar... — Pietro nos alertar, mas eu nem estava ligando eu precisava usar as palavras mais horríveis que eu conseguia para magoar Lorennzo o máximo que eu conseguisse.

— Você nunca vai ser escolhido para nada, porque o nosso vai não confia em você nem para dirigir uma sede da empresa, porque você acha que ele fez Pietro entrar nos negócios da família mesmo quando ele não estava interessado, porque ele não tem a menor confia em alguém que só sabe beber e sair com vagabunda se metendo em brigas...

— Sua...

— VAMOS PARAR OS DOIS?! — Pietro grita chamado nossa atenção.

Quando eu olho para ele está vermelho e sei que está se segurando para não explodir, ele sempre ficava imparcial nas discussões e nunca se metia, porém pelo visto essa passou do limite.

— Estão brigando sem motivo algum, parecem duas crianças birrenta...

Eu sabia que ele ia começar com um discurso sobre familia nunca brigar e bom estava sem saco para aquilo, sem deixar ele falar mais nada pego minha mochila em cima do sofá e abro a porta do quarto.

— Aonde você vai?! — Pietro pergunta e reviro os olhos.

Gustavo e Arthur estão sentados nos sofas de cabeças baixa, eu sabia que devia me desculpar por eles ouviram a discussão mas no momento estava bem ligando.

— Para bem longe de vocês e nem tente me encontrar. — Falo saindo do quarto.

Que ótimo estava novamente andando pelas ruas de Londres, cansada, com fome e com a que vestido horrível.

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