PRÓLOGO "ENFRENTE O CHEFE!"

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Nicholas

Era o enterro da nossa mãe. O dia, para piorar, estava chuvoso.

Eu e David estávamos sentados, enquanto o padre dizia as coisas boas que Sook tinha feito em vida. Eram muitas. Papai estava ao meu lado, olhos pregados no relógio, como se quisesse estar em qualquer lugar, menos ali.

Mas isso era impossível, não é? Ele a amava.

Nós a amávamos, mas David sempre fora mais grudado nela. Ele tinha treze anos, e estava enterrado em um terno grande demais para seu corpo magricela. Eu, tinha dezoito anos, por isso era obrigado a enterrar meus sentimentos bem fundo.

Eu queria chorar, como o meu irmão, mas não podia.

Richard era uma figura paterna... digamos... não desejável. Ele não gostava de fraqueza. Ele matava a fraqueza, sem hesitação. Então continuei com uma expressão petrificada enquanto ouvia meu irmão mais novo fungar.

Ele estava lá quando ela caiu, no quarto. David estava lá quando Sook morreu lentamente, afogada no próprio sangue, então imagino que ver nossa mãe falecer em seus braços, agonizando, era pior do que ser informado depois.

— Cale-se — ouvi Richard sibilar para David.

Uma voz autoritária que não podia ser contrariada. Meu irmão tentou controlar o choro, mas era difícil para ele. David ainda era muito criança para entender.

Quando o corpo de Sook foi baixado a terra — e eu me dei conta definitivamente que nossa mãe não iria voltar nunca mais.... — voltamos para casa, em um silêncio carregado. Os filetes de desespero impregnavam meu peito.

Era difícil respirar. Eu queria morrer, e ser enterrado com mamãe.

Richard me mandou para o quarto. David estava ao seu lado, secando as lágrimas.

— Sim, senhor — respondi, baixinho.

Fiz que fui para o quarto e parei atrás das portas da sala. O guarda ali nem olhou para mim, apenas continuou olhando para o espaço à sua frente inabalado. Espiei Richard e David. Meu pai estava agarrando meu irmão pelo braço.

Com brutalidade, e desprezo estampado no rosto.

— Você entendeu mesmo? Me parece que não! — E deu uma bofetada em no rosto dele.

Arregalei os olhos, engolindo em seco com o barulho alto que chegou até mim. Tive que me segurar para não protegê-lo, como mamãe sempre fazia quando via algo de errado feito por Richard. Mordi os lábios fortemente.

David gemeu de dor, as lágrimas voltando a cair.

— Sim, senhor. Eu entendi — conseguiu dizer, através do sangue que escorria por seu queixo.

Richard largou-o com repugnância.

— Daqui para frente você não pertence mais ao trono. Você só será conhecido como Raven, o carniceiro da família Coleman.

O que?

Meu irmão concordou com a cabeça, o sangue respingando no chão. Richard ergueu o queixo e deixou meu irmão ali sozinho, sangrando e com medo. Como assim ele não é mais da família? Como assim ele não pertence ao trono?

David ergueu o rosto para o teto, mas imaginei que estivesse pensando no céu com nuvens grossas e pesadas, cinzentas e com raios cruzando a tarde.

— Por que me deixou, mamãe? — Perguntou baixinho.

Meu peito doeu com aquela frase. Jurei ali, que quando fosse maior, eu mataria Richard.

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Hey, hey, pessoal. Tudo certo com vocês? 

Faz tempo que eu não apareço por essas bandas, mas resolvi hoje, aqui sentada, publicar a continuação de "O Pior Guarda-Costas" no Wattpad. Ele já está publicado na Amazon, então, por que não colocá-lo aqui também, não é?

Espero que gostem do irmão mais velho da família Coleman. 

Muitas mudanças estão por vir ainda... 

Bjocas!!!

O Melhor CriminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora