No outro dia de manhã, Cate precisou de mais esforços que o normal para acordar Ágatha, que levantou murmurando algo sobre o relógio resolver marcar a hora que devia acordar justo quando ela tinha conseguido dormir de forma mais constante e relaxada.
A detetive realizou toda a sua rotina matinal, vestiu um vestido amarelo mostarda e partiu para a casa de Iori. Não passariam primeiro na delegacia, iriam direto ao endereço que haviam pegado com o advogado no dia anterior. Era em outra cidade, então não queriam perder tempo.
Ágatha buzinou e viu seu amigo sair rápido pela varanda, a qual tinha plantinhas que deixava o lugar bem mais encantador. Seu rosto, mesmo visto de longe, também aparentava ter dormido menos que o habitual. Os cabelos pretos estavam meio bagunçados e espetados. O rosto, que apresentava um maxilar marcado, estava amassado - denunciando onde ele o tinha encostado ao deitar na cama.
- Vamos os dois no seu carro ou devo pegar o meu?
- Entre aqui! Vamos conversando no caminho. - Iori concordou e sentou no banco da frente. - Bom dia, japa! Que cara ruim, amigo. Desse jeito não vai conseguir arrumar a namorada que tanto quer. - Sorriu Ágatha.
- Ah, vou sim! Aliás, tenho novidades. Baixei o Tinder!
- Quê? Está brincando, não é? - Gargalhou a detetive. - Caramba, você é de outra geração que a minha mesmo, só pode. Não me imagino conhecendo pessoas por aplicativos, ficaria sempre com um pé atrás. Mas, enfim. Fez sucesso por lá? - Perguntou de forma interessada e maliciosa, enquanto começava a dirigir.
- Eu me senti um pouco assim no começo, confesso. Mas agora acho que me familiarizei. Tem tantas mulheres lindas e simpáticas, creio que eu encontre alguém que combine comigo. Inclusive estou conversando com uma veterinária que quer me encontrar hoje a noite! Ela é loira e pelo visto é taurina. Bom, não que eu saiba direito o que significa, mas ela tentou chutar meu signo também. Disse que, pela minha forma de conversar, eu era um geminiano. Não entendi muito bem, mas fingi achar graça pra ela não ficar triste e me dar um pé na bunda . - Tagarelou Iori.
- Uauu! Acho que você vai ter que estudar os astros antes de ir para esse encontro.
- Sério? Você acha mesmo?
- Estou brincando, seu besta. - Sorriu. - Seja você mesmo, e se não for suficiente... bom, azar o dela. Eu e Cate prezamos pela autenticidade e sempre deu certo conosco!
- Ok! Só não me faça inveja com seu relacionamento. - Iori sorriu.
Os dois percorreram todo o caminho conversando agradavelmente sobre suas aventuras amorosas. Só ficaram em silêncio quando estavam se aproximando da casa do suspeito em questão. A chegada os fez lembrar de seus deveres, e o clima ficou tenso outra vez. Ao avistarem a residência do primo de Renato, eles repararam que ela era grande e bonita. Tinha dois andares e se por dentro fosse ainda mais sofisticada do que era por fora... era capaz até que se sentissem adentrando um castelo (talvez fosse um pouco de exagero dos detetives, mas sem dúvidas aquela era uma casa e tanto!).
Eles saíram do veículo e tocaram a campainha. Quando a porta se abriu, Ágatha pronunciou seu nome e o de seu parceiro e os dois mostraram seus distintivos. Pra surpresa deles, o homem parado à frente não se assustou, agiu como se esperasse pela visita.
- Bom dia, senhores. Entrem, por favor. Imagino que vieram falar sobre meu querido primo Renato. - Ágatha o fitou com desconfiança enquanto entrava no local. - Ah, sim, sim! Eu já fui avisado sobre o infeliz ocorrido. Sinto-me extremamente confuso e triste por ele. Apesar de ser um pouco taciturno, ele conversava bastante comigo quando nos víamos, o que não era tão frequente assim, mas... Ora, que falta e educação a minha! As vezes falo demais. Perdoem-me. - O homem se desculpou enquanto se virava para fechar a porta.
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Linhas de vingança
Misterio / SuspensoA vida de uma detetive muda de um dia para o outro quando duas mortes ocorrem em uma mesma noite. Ela e seu parceiro investigarão o que futuramente vira uma série de assassinatos, e tentarão apagar as interrogações presentes na cabeça aflita dos mor...