5- Planeje Roubos

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-Ponto de vista: Draco.

-Subcategorias: Drama, universo alternativo.

-Alerta: Gatilhos (abandono, assédio sexual).

... ...

Você perdeu o que não retornará?

Você amou, mas nunca aprendeu?

O fogo apagou, mas ainda queima

E ninguém se importa, não há ninguém lá


Você achou difícil de respirar?

Você chorou tanto que mal conseguia enxergar?

Na escuridão sozinho

E ninguém se importa, não há ninguém lá

Flares, THE SCRIPT. Tradução.


Aprendi desde cedo que para sobreviver, às vezes temos que jogar sujo.

Aos onze anos, já havia passado tanto tempo vivendo em casebres abandonados caindo aos pedaços, enquanto confabulava planos para roubar dos outros, que parecia que minha vida sempre foi assim. Houve uma época que vivi no orfanato, mas ficara tão para trás que quase não me lembrava mais. O orfanato não era ruim para as crianças, elas eram tratadas muito bem, a alimentação era farta e o lugar era confortável. Mas, esta era a realidade para as OUTRAS crianças, para mim era muito diferente. 

Meus pais foram presos no fim da Grande Guerra Bruxa, eu nem lembro deles. Só os conheço por fotos. Eles eram comensais da morte, seguiam e idolatravam um homem cujo nome não deve ser dito. Não sabia o porquê disto, mas achava que se alguém dissesse o nome dele, os dentes da pessoa explodiriam feito vidro sendo quebrado. De qualquer maneira, este cara - cujo o Nome-Não-Deve-Ser-Dito, morreu têm alguns anos. Ele perdeu a guerra que travou contra os trouxas e bruxos filhos de trouxas. Seus seguidores foram todos condenados à prisão perpétua, incluindo meus pais. Dessa forma, fui enviado para o orfanato bruxo quando tinha um ano.

No orfanato, descobri muitas coisas, entre elas, que foi uma das primeiras, foi que eu merecia as piores coisas, pois representava os Malfoys que, por sua vez, representavam aquilo de pior que existe no mundo. Por isso, eu merecia um colchão e não uma cama. Por isso, eu comia somente depois de todos terem comido e lavava os pratos nas noites de castigo, e quase toda noite eu ficava de castigo. Por isso, eu era diariamente apelidado das piores coisas que você pode imaginar. Os garotos da minha idade me batiam muito e ninguém parecia se importar. Os adultos do orfanato diziam: "Quem pode culpá-los, Malfoy? Seus pais são a razão da maioria deles estarem aqui hoje. Você deve agradecer por eles não fazerem coisas piores com você". Só que para mim, eles não poderiam fazer nada pior do que já faziam. 

Estava enganado. Eles começaram a sumir com minhas poucas roupas, a me trancar de fora do orfanato nas noites de inverno, os mais velhos, eles me obrigavam a ficar pelado e fazer coisas esquisitas com eles, que eu sabia que não era certo de se fazer, mas me sentia extremamente envergonhado para falar disso com alguém. Certo dia, durante uma brincadeira sem graça, umas meninas me empurraram escada a baixo e eu bati feio com a cabeça, tive que ficar no hospital me recuperando por dias. Nesses dias, entendi que se permanecesse naquele lugar, as crianças iriam me matar. Então, com seis anos de idade, eu fugi do hospital e não voltei mais para o orfanato.

11 Maneiras de Encontrar o Amor - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora