Disorders

Capítulo 02

Uma juba de leão

Quando Harry acordou no dia seguinte, não pode deixar de estremecer ao sentir suas costelas latejando, reprimindo um gemido de dor, o garoto se levantou lentamente para que seus ossos não sofressem tanto, para se sentar, e assim que o fez, o moreno suspirou, se ele soubesse que colocar carne de gato no cozido de ontem fosse resultar nesse sofrimento todo...., ele teria feito isso a tempos.

Só de ver as expressões de choque e depois nojo nas feições de seus tios, o satisfez enormemente, claro depois que ambos colocaram tudo pra fora, esse sentimento logo se desfez, mas ainda assim, foi muito divertido ao ver do garoto.

Porém, não estava sendo nada divertido agora, cada parte de seu corpo doía, mas o que mais incomodava eram suas costelas, Harry tinha certeza que duas ou três estavam quebradas, mas não era como se ele pudesse fazer algo sobre, então simplesmente as ignorou o máximo possível.

Quando estava fora do seu "quarto" o moreno se dirigiu a cozinha, onde encontrou sua tia Petúnia preparando o café da manhã.

Sua tia sempre fazia as refeições do dia, apenas quando ela e seu marido saiam com seu filho, que Harry era forçado a fazê-las, o que acontecia muito, mas agora, o garoto duvidava que eles o deixariam cozinhar qualquer outra coisa. O que era ótimo.

Assim que sua tia o viu, sua feição antes serena se tornou uma carranca de desgosto, e parecendo ser um esforço enorme, ela colocou uma de sua mãos livres no bolso do avental, e de lá tirou um pedaço de papel, este que fora jogado no rosto do garoto, que por reflexo o pegou antes de atingir o mesmo.

– vá até o mercado e traga tudo que está escrito na lista, o dinheiro está na mesa – rosnou Petúnia, nem sequer olhado-o.

Certo isso era novo, os Dursley's nunca o deixavam sair de casa, nem para fazer compras como agora, mas Harry supôs que não o queriam por perto, então ele apenas pegou o dinheiro encima da mesa e colocou em seu bolso junto com a lista de compras.

Quando Harry já estava na calçada enfrente a casa de seus tios se sentiu perdido, ele não fazia ideia de onde era o mercado, nunca fora em um e não podia perguntar a sua tia, pois obviamente ela iria gritar o quanto ele era incompetente ou simplesmente o ignorar.

Frustrado pela obrigação que tinha e pela dor que sentia, Harry apenas seguiu um dos lados da rua, andando aleatoriamente pela cidade, por horas.

Quando chegou perto do que parecia ser o centro da cidade, se sentiu desconfortável com tantas pessoas andarem de lá para cá apressadamente, falando no celular ou fumando.

Harry já tinha perdido as contas de quantas pessoas esbarravão nele e nem sequer pediam desculpas, pelo contrário elas ou o xingavam ou o ignoravam, e essa situação já estava o dando nos nervos, se ele estivesse com uma faca, poderia cortar qualquer um que chegasse perto demais, mas infelizmente ou felizmente ele não estava com uma.

Suspirando pesadamente, o moreno decidiu andar perto das paredes das lojas, assim evitaria que as pessoas esbarrasem tanto nele, bom no começo foi uma ideia boa, mas Harry descartou essa ideia quando sentiu uma mão entrar em seu bolso rapidamente, e logo depois um menino aparentemente da sua idade correr a toda velocidade na direção oposta a que o moreno andará.

Depois de alguns segundos, o moreno finalmente conseguiu raciocinar o que aconteceu, virando rapidamente para trás para ver um garoto correndo a toda velocidade para longe de si.

– Ei!! – gritou Harry, mas já era tarde, e também o ladrão não seria tolo o suficiente para parar agora.

Ainda não acreditando na sua situação, o moreno se esforçou ao extremo para correr atrás do infeliz que o roubou, mas por seus ferimentos e a costela quebrada, seus movimentos não eram tão ágeis quanto ele queria, e suas pernas pareciam que iam ceder a qualquer minuto, mas mesmo assim o garoto não pegou. Ganhando uma força do além, Harry correu como o vento, e logo estava a menos de meio metro do ladrão que o roubou.