Capítulo 01

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O gato

Eram duas da tarde quando um pequeno garotinho que aparentava ter seis anos, estava ajoelhado no chão no quintal dos fundo de sua casa, enquanto acariciava um dos gatos da sua vizinha, a senhora Figg.

Ela era a típica maluca dos gatos, com a casa repleta deles, eram muitos, e como a senhora Figg estava velha e morava sozinha, nem percebia que alguns saiam e voltavam a hora que queriam, resultando em alguns desaparecimentos dos mesmos e até acidentes. Não que ele se importasse.

Ainda acariciando o gato, que tinha uma linda pelagem branca, Harry se pegou imaginando, como seria ver aquele pelo branquinho manchado de vermelho, ou seja, sangue.

O garotinho não se surpreendeu ao se ver pensando nisso, pois já tivera pensamentos parecidos com aquele, porém, nunca uma oportunidade como aquela.

Se levantando de onde estava, Harry olhou o galpão onde seu tio Vernon guardava ferramentas, e utensílios para jardinagem e se perguntou " porquê não? ".

Se dirigindo ao galpão, o moreno se sentiu estranhamente eufórico, ele já vira filmes de terror escondidos de seus familiares, e não pudera deixar de se encantar com os mesmos.

As imagens de mortes violentas, sangue jurando do profundos cortes na carne, os gritos, os choros, as súplicas, eram extremamente divertido de ver.

Claro, Harry sabia que para uma criança da idade dele, aquilo não era normal, mas ele não se importava.

Quando estava de frente com o galpão, a criança colocou uma das mãos na maçaneta, e tentou abrir a porta, e para sua surpresa a mesma estava destrancada.

Entrando no galpão, Harry avistou diversas coisas como, pregos, martelos, parafusos, pás, sacos de terra e adubo, litros de gasolina e algumas velharias que seu tio jogará ali.

Mas o que chamou sua atenção, foram os objetos longos e pontiagudos, as facas, que se encontravam organizadas por tamanho, em um quadro de madeira pendurado na parede.

Se aproximando do mesmo, Harry não pode deixar de suspirar contemplado o brilho delas, como se estivessem clamando para serem usadas.

Escolheu uma de tamanho médio, o moreno a analisou de perto, o cabo era de madeira, e tinha desenhos entalhados em diferentes formatos, a lâmina parecia ter uns quinze centímetros, era linda.

A pegando, Harry saiu do galpão, e caminhou a passos lentos até o gato que agora estava deitado de barriga pra cima, se esticando.

Quando estava perto o suficiente, o garotinho se ajoelhou ao lado do animal, e aproximou lentamente a lâmina da faca, no pescoço do bichano.

Quando a lâmina tocou o pescoço do gato, o mesmo se sobressalto pelo contato do objeto frio, mas antes que pudesse se levantar e sair correndo, Harry prençou o corpo do animal no chão, com sua mão livre.

Enquanto o gato se debatia tentando se soltar, o moreno começou a perfurar a pele do mesmo, ganhando um grunhido em resposta a dor, mas mesmo com os sons de sofrimento do gatinho, Harry não parou, invés disso só aprofundou a lâmina na carne do gato.

Sangue escorria pelo pescoço do bichano, enquanto o animal se debatia tentando se soltar, mas depois de alguns instantes, o mesmo parou de se mover, denunciando sua morte.

Harry vendo que conseguiu concretizar o que desejava, tirou a faca do corpo já sem vida, e se levantou observando sua obra.

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Depois do que pareceu horas, o moreno finalmente conseguiu limpar a bagunça que fizera, ele enterrou o gato no jardim, perto do canteiro de rosas, limpou o rastro de sangue do chão e a faca, guardando a mesma no lugar onde a encontrou.

Depois entrou em casa, e lavou suas mãos na pia do banheiro, e observou o líquido ferroso ir junto a água.

Quando terminou de se limpar, Harry se pôs a cozinhar o jantar pois seus tios podiam voltar a qualquer momento, de mais um de seus passeios para entreter a bola de gordura ambulante em miniatura que era seu primo.

Assim que colocou o último prato na mesa, a porta da frente se abriu, e dela entrou sua tia Petúnia, uma mulher alta e magra com um longo pescoço e uma cara de cavalo, seu tio Vernon, uma verdadeira bola de gordura ambulante, seguido por seu filho, que se parecia com seu pai.

– ei garoto, venha aqui! – ordenou seu tio se sentando no sofá da sala, enquanto sua esposa e filho subiam para o segundo andar.

Obedecendo o homem, o moreno se dirigiu a sala, e observou como o sofá se encolhia para aguentar o peso de seu tio, enquanto o mesmo tentava tirar os sapatos, falhando miseravelmente por sua enorme barriga o impedir, o garoto quase sentiu pena, do sofá.

– não fique parado me olhando! Venha aqui e tire meus sapatos – berrou seu tio, ameaçando ficar vermelho de raiva.

Suspirando internamente, Harry se aproximou do sofá, e se abaixou para tirar os pobres sapatos dos enormes e gordos pés de seu tio Vernon, quando os tirou quase desmaiou ali mesmo, o cheiro que saia deles era horrível, parecia uma mistura de leite azedo que ficou duas semanas no sol quente de verão.

Lutando para não vomitar o pouco - ou nada - que tinha no estômago, Harry colocou os sapatos em um canto da sala, e aguardou em pé enfrente o sofá, esperando mais instruções.

– o jantar já está pronto? – perguntou o enorme homem se encostando no sofá, enquanto olhava para Harry como se ele fosse um inseto que queria muito esmagar.

O garotinho apenas negou lentamente com a cabeça, nunca olhando diretamente para seu tio, ele sabia que não podia, a última vez que cometeu esse erro não tivera um final bom.

– ENTÃO VÁ TERMINAR! – gritou o homem gordo, ficando anormalmente roxo.

O moreno rapidamente saiu da sala, e voltou para cozinha onde deixou uma careta de descontentamento passar por sua feições, antes de substituir ela por uma carinha de quem iria aprontar.



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