A carta

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Oi, Naveen

Sinto muito por não tomarmos café da manhã junto hoje e você me contar sobre os livros que tanto lê... Tive um imprevisto e saí da madrugada, talvez eu leve uns dias para voltar.
Gostaria muito de conversar com você, precisamos. Quero lhe explicar tudo.
Como sabe, minha esposa já faleceu, foi para um lugar calmo e com muitas coisas boas. Um verdadeiro paraíso.
Naveen, seus sonhos não são sonhos. Não é um sonho, o vilarejo não é um sonho, o mar não é um sonho, as pessoas que você vê lá, elas são reais.
Peço, com tudo o que posso oferecer, e até mais, encontre Natila.
Diga a ela que eu morri todos os dias enquanto ela não está viva. Diga a ela que eu a amo, mais do que o sol ama o eclipse pois assim ele encontra a lua. Diga também que eu sinto tanta a sua falta, que esta casa é um labirinto, e apenas ela sabe o caminho.
Diga que eu estou esperando.
Não sei mais nada. Apenas que ela está ali. E que você é o único que pode trazê-la.
A forma, eu não sei... mas pode.
Você tem que descobrir isso. Não apenas por ela, mas porquê sei que você também tem coisas que ama, e que quer viver.
Sei disso. Estou ciente. Por isso não vou pedir para que traga somente Natila. Mas que você descubra o que tem por trás desse mundo.
Naveen, não sei quando iremos nos ver, mas em breve, eu pressumo. Escreva para mim, se puder.
Boa sorte, meu quase filho... Admiro você. Confio em você.
Seja feliz, traga a felicidade para cá, desvende o mistério e encontre a chave.
Amo você, menino.

Até que os nossos mundos se colidem novamente e eu veja seu cabelo brilhar na luz, seu tio.

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