✦ doze ✦

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POV S/N

— S/N... — Heloísa vem até mim na mesma hora em que boto meus pés na sala de aula.

— O-Oi — cumprimento, baixinho retribuindo seu abraço.

— Desculpa... não pude ir te visitar — disse ela, enquanto caminhamos até o fundo da sala, onde nossos lugares ficam.

— Tudo bem... eu estou melhor — falo, me sentando.

— S/N! — ouço a voz de Louis me chamar, viro meu corpo em sua direção.

O garoto estava em seu lugar, mas dessa vez sozinho, seus amigos não haviam chegado ainda.

— Olá, Louis! — falo sorrindo levemente, ele se levanta e vem até mim.

— Sua avó está melhor? — pergunta, se acomodando na carteira vazia que nos separava.

— Está sim — afirmo, sem olhar em seus olhos.

Infelizmente não consigo falar com alguém mantendo contato visual.

— Que bom... espero que esteja bem também — ele limpa sua garganta, fazendo um som baixo enquanto faz desenhos imaginários na carteira azulada.

Nesse momento não sei bem o que dizer, fico olhando para o chão quadriculado da sala de aula, senti minhas bochechas começarem a arder.

— Desculpa — minha voz sai quase que num sussurro inaudível.

— Eu é que devo me desculpar... — diz, enquanto coça sua nuca.

— Que tal apenas esquecermos isso? — sugiro mexendo em uma mecha solta de meu cabelo.

Louis levanta sua cabeça com um sorriso sincero estampado em seu rosto, sinto borboletas desesperadas em meu estômago e meu sangue ferve fazendo todo meu corpo estremecer.

— O.k., dona S/N... — ele diz, se levantando e estendendo a mão. — Colegas? — o olhei séria e ele solta uma gargalhada. — Amigos? — fala com a voz receosa, eu me levanto ficando quase com a mesma altura do moreno.

— Amigos! — aperto sua mão e mais uma vez sinto meus pulmões falharem e arrepios em minha nuca com seu toque.

O professor de Física entra, fazendo toda a alegria em mim desaparecer.

***

— Como foi de aula hoje, filha? — meu pai pergunta, enquanto termina seu almoço.

— Normal, mesma coisa de sempre — falo colocando um pouco de detergente na esponja azul.

Papai murmura algo em resposta, continuo ensaboando os pratos e talheres até ouvir uma batida na porta.

— Eu atendo, querida — papai fala para minha mãe, que ainda estava terminado de almoçar.

Com muita dificuldade, tento ouvir quem era e qual seria o assunto, mas infelizmente foi sem sucesso. Retomei o que estava fazendo, faltava apenas polir algumas panelas quando meu pai voltou da sala com uma expressão zangada em seu rosto.

✦ Feelings ↦ Louis Partridge ✦ Onde histórias criam vida. Descubra agora