Creep

1.4K 116 48
                                    

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry

You float like a feather
In a beautiful world
I wish I was special
You're so fucking special

But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here


Era assim que Bruce e Thor se sentiam.

O pobre homem, aquele, dono de sete PHD's, já havia passado por tantos traumas, as pessoas tinham lhe feito tanto mal, que o cientista se questionava insistentemente se realmente pertencia ao lugar que ocupava, ou se era o monstro que todos pintavam. Aliás, ele ia muito além, perguntando-se sobre ter um dia pertencido à algum lugar. Sentia-se um furacão, um tornado dos mais transtornados, revirado por suas tempestades emocionais.

Thor, o deus do trovão, filho de Odin. Ao final de tudo, ele era só o Thor, ninguém mais. Seus títulos e poderes não haviam o levado exatamente para o pódio dos mais afortunados ou dos sortudos, muito pelo contrário, o tão poderoso perdera tudo. Perdeu seu lar, seu povo, quase toda a sua família, e até mesmo sua essência, não tendo mais certeza de quem era. Também se sentia perdido, sufocado por seus próprios pensamentos e afogado em sua enchente sentimental.

Curioso, como dois corações tão bagunçados e perturbados, quando unidos, tornam-se tão leves quanto a mais suave das penas. E é assim que ambos se encontravam, mediante a seus próprios pesadelos e preocupações, acharam a paz até no silêncio em que partilhavam. Assim como as ondas do mar em um dia de calmaria, no inverno, transmitindo os mais cálidos sentimentos em suas contrastantes ondas, frias como o bloco de gelo mais profundamente enterrado no deserto do Antártida.

Para Thor, o doutor era muito mais do que um mar, Banner era seu oceano, pois era imenso, intenso, complexo e belo demais para ser traduzido em seu pobre vocabulário asgardiano. Jamais conseguiria encontrar termos tão perfeitos para dizer quem era aquele homem, por quem estava tão apaixonado, porque, além de palavras não serem o suficiente, o mais baixo estava acima de qualquer perfeição. Era como querer definir o indefinível, colocar ponto final no que sempre seria reticências. A cabeça do loiro ficava mais confusa ainda, quando pensava sobre como explicaria ao outro que ele era o responsável pela desordem em que se encontrava. Não uma desordem ruim, era boa, o fazia se sentir no paraíso, se é que isso existia. Sim, existia, sabia disso. Seu paraíso era Banner.

Para Bruce, o homem com dúvidas incessantes e conhecimentos tecnológicos semelhantes à um bebê recém nascido era o seu sol. Thor sempre irradiava boas energias e uma luz que, pelo acaso do tão questionável destino, acendera seu coração, novamente. O asgardiano era quente como lava, emanava a segurança que o cientista tanto buscava, Odinson finalmente o fez encontrar o seu lugar, agora entendendo que era merecedor de pertencer ao espaço que lhe fôra ofertado.

Contudo, nem o mais belo dos jardins se mantém apenas de imagem, ele precisa de cuidados. O homem com problemas de raiva possuía o mais magnífico e nobre dos canteiros, porém, insistia em trancá-lo a sete chaves, escondê-lo de tudo e de todos, não permitia aos que almejavam, que vissem sua verdadeira beleza. E, assim, fechava-se, como a Fera fez com Bela, privando sua natureza pura e encantadora de se encontrar com o mundo sedutor do amor.

"Bruce, o que tem nesse... Ai!". Verbalizou o deus, sendo logo acudido pelo cientista, que agarrou o frasco contendo um líquido viscoso e âmbar, posicionando-o rapidamente sobre a bancada de experimentos.

"Quantas vezes eu preciso te dizer para não tocar em nada, Thor? Essa é a terceira vez só...". Parou de falar assim que notou os olhos do outro perdidos em seu rosto, e um meio sorriso, tentando conter uma gargalhada, sem sucesso.

OceansOnde histórias criam vida. Descubra agora