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Ranna Eloisa

Aqui estou em mais um dia rotineiro, um dia após a destruição da cidade. A boa notícia é que aos poucos tudo está sendo organizado novamente, mas todos não param de falar sobre isso.

Espero que agora Adan aprenda de uma vez a lição de não entrar mais na minha casa, e nem mecher nesses livros. O pai do Adan teve que arcar com a reforma da minha casa, pois ela ficou aos pedaços.

Aquele lobisomem foi atropelado por uma desconhecida e tudo indica que ele morreu, ou ao menos eu quero pensar que isso aconteceu.

Pai: Melhor você não falar mais com aquele intrometido o tal de Adan.

Ranna: Sim, o senhor tem toda razão.

Poxa estava começando a gostar da amizade dele, mas é melhor mesmo me afastar dele antes que coisa pior venha a acontecer.

Pai: Tudo isso é para te proteger, fique longe desse menino.

Balancei a cabeça em concordância e virei-me indo ao meu quarto. Ao entrar, vejo pela janela o reflexo de Adan me olhando pela janela, estou indo em direção à ela para fechá-la.

Adan: Ranna, vem aqui na minha casa preciso falar com você.

Ranna: Estou proibida de conversar novamente com você, sinto muito.

Fechei a janela rapidamente e no mesmo instante meu pai entrou no quarto.

Pai: Falando de novo com o tal de Adan?.

Ranna: Só avisei que não posso mais conversar com ele, só isso.

Pai: Esse menino já trouxe muitos problemas.

Sim meu pai tem mesmo razão. Mas estou cansada dessa vida solitária, tudo que quero é ir a escola como todos os outros adolescentes, ter amigos, dar uma festa de vez enquando e enfim ser feliz.

Ranna: Não vou mais falar com ele.

Algo dentro de mim me dizia que não iria cumprir com a minha palavra, nunca fui de mentir para meu pai mas Adan foi uma das únicas pessoas que consegui me aproximar, não quero ter que me afastar dele.

Desobedecer meu pai de fato não é uma boa escolha, mas é a única que tenho para ver o Adan mesmo sendo escondido dele. Posso me meter em outra enrascada bem pior, mas aventuras sempre foi o meu ponto forte, acho que pelo fato dos livros.

Sai de casa e fui na direção da moradia do Adan, para explicar tudo a ele. Deve ter algum jeito de ser amiga dele, mesmo escondido do meu pai, estou disposta a fazer o que for preciso.

Adan: Você aqui?. Não tinha me dito que seu pai lhe proibiu de falar comigo.

Ranna: Proibiu sim mas eu sou temosa, posso entrar?.

Adan balançou a cabeça concordando e me deixou entrar. Seitei-me no sofá da sala e ele sentou-se ao meu lado.

Adan: Não quero me meter em mais confusões.

Deu para perceber que aparentemente ele está desanimado.

Ranna: Adan, você é um menino tão legal não quero ter que abrir mão da sua amizade.

Adan: Seu pai parece ser um cara muito bravo.

Pelo visto ele tem medo do meu pai, mas não julgo ele até eu tenho medo dele.

Ranna: Sim ele é, até eu tenho medo do meu pai.

Adan: Mas nesses últimos dias que te conheci, já achei você muito legal e estou disposto a continuar falando contigo escondido.

Cidade de lobisomens [Conto]Onde histórias criam vida. Descubra agora