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Adan Beijamin

Estamos correndo tanto, mas o lobisomem insiste em vir em nossa direção. O pai da Ranna acabou de chegar, e ao ver aquele livro destrancado no chão da sala ele desmaiou.

Nesse instante estamos indo em direção à ele, para lhe carregar até o sótão e tentaremos fugir pela mesma passagem que eu e o Luís entramos.

Luís me ajudou a ergue-ló e seguramos ele. Estamos tentando entrar no sótão que eu já havia arrombado a porta. Saímos e colocamos o pai da Ranna no chão, tentando acordá-lo a todo custo.

Pai da Ranna: Aonde estou?. Me digam por favor que os livros ainda estão trancados.

Queria muito dizer que sim, mas sou mesmo um imbecil por ter destrancado.

Ranna: Pai, sinto muito mas esses meninos invadiram a nossa casa e destrancaram um dos livros.

Pai da Ranna: Não pode ser, eu te avisei para não fazer amizades com humanos Ranna.

Adan: Espera, mas então ela não é uma humana?.

Ranna: Não quis te contar isso porque achava que você iria me achar uma estranha, mas eu não passo de um personagem dos livros dele.

Adan: Então você não é real?.

Ranna: Sou real sim, ao menos eu acho isso.

Pelo que eu entendi ela é um personagem dos livros dele que se tornou real. Mas ela é tão linda, que nem dá muito para acreditar que não passa de um fruto da imaginação de um escritor.

Ao menos parecia que o pesadelo tinha acabado, mas eu estava totalmente enganado. Nesse momento vejo o lobisomem saindo de dentro da casa e estragando ela por completo, me pergunto aonde Ranna vai morar agora porque lamento dizer mas a casa dela já era.

Ranna: Você sabe quantos custou essa casa?.

Ela falou me olhando furiosa.

Adan: Sinto muito mesmo.

Luís: Perdoa o Adan, não foi a intenção dele.

Começamos a correr muito rápido novamente pela rua, enquanto o lobisomem está destruindo tudo. A cidade se tornou um verdadeiro cãos em poucos minutos.

Tudo enfim parecia ter acabado quando uma moça que nem conhecemos atropelou o lobisomem, suspirei aliviado e falei:

Adan: Acho que ela atropelou o lobisomem.

Moça: Minha nossa atropelei alguém?.

Pai da Ranna: Atropelou sim e muito obrigada.

Saímos daquele lugar, mas a cidade ainda está toda destruída e as pessoas sem saber como tudo aquilo tudo aconteceu.

Passou até no jornal " Um lobisomem gigante destruiu metade da cidade". Ao menos estou feliz por ter aparecido na tv, tá bom vou parar de brincadeiras, pois não foi nem um pouco legal.

Ranna: Não me inventa de abrir outro livro ouviu bem Adan.

Depois dessa acho que nunca mais vou entrar na casa dela, isso sim.

Adan: Nunca mais pode ter certeza.

Pai da Ranna: Volte para casa e vai nanar, amanhã tudo isso vai parecer apenas um sonho.

Não sou um bebê, nanar qual é ele está falando com um homem.

Adan: Um lobisomem saiu de dentro de um livro, e agora você está me pedindo que simplesmente esqueça tudo isso.

Luís: Vamos Adan, você já arrumou muita confusão por hoje.

Ranna: Acho melhor vocês irem já está tarde.

Apesar de todo aquele sufoco não poderia me despedir dela, sem lhe dar um abraço sabia que tinha sido um imbecil, mas foi uma forma de me desculpar.

Adan: Me desculpe de verdade.

Dei um abraço nela, mas o pai da Ranna insistia em me olhar com uma cara feia, certamente pensando " Tire agora as mãos da minha filha".

Virei-me e entrei em minha casa, Luís fez o mesmo mas teve que andar mais, pois mora um pouco longe daqui. Isso que aconteceu hoje foi muito estranho, um lobisomem enorme simplesmente voou para fora de um livro, achava que isso só acontecia em filmes.

Pai: Adan, você passou o dia todo fora aonde estava?.

Não sei se poderia contar tudo o que aconteceu ao meu pai, mas talvez ele me veria na tv, toda via resolvi omitir a situação.

Adan: Estava na casa da Ranna minha vizinha, estávamos conversando e nem vi a hora passar.

Pai: Da próxima vez me avise antes.

Adan: Ah pai também descobri que a mãe dela é casada.

Pai: Que bom, mas isso não é da minha conta.

Tinha quase certeza que ele estava de olho nela.

Adan: Já vou dormir, boa noite para o senhor pai.

Pai: Boa noite, mas não vai jantar?.

Adan: Hoje não, nem estou com fome.

Pai: Você precisa comer, está muito magro.

É só exagero dele, nem estou tão magro assim. Nesse momento só quero me deitar em minha cama e tentar esquecer tudo o que aconteceu hoje. Entrei em meu quarto e me joguei na minha cama, aproveitando meu quarto novo que é enorme e espaçoso ao contrário da minha antiga casa.

Cidade de lobisomens [Conto]Onde histórias criam vida. Descubra agora