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[[ Zayn ]]

Eu podia sentir a ansiedade a vibrar nas minhas veias. Os meus pés arrastavam-se pelo cimento lentamente, como se estivessem a tentar absorver tudo de uma só vez. Vi-me a tomar uma arfada de ar quase involuntariamente, saboreando a frescura do vento e o cheiro característico dos cachorros quentes que este trazia. Eu tive saudades disto.

As ruas estavam exatamente como me lembrava delas. A noite era típicamente Londrina e não pude conter o sorriso ao pensar nas aventuras que já tive por aqui, ainda que isso pareça ter sido á eternidades trás. Afinal de contas, em 6 anos muita coisa pode mudar. Sinto as minhas pernas pararem quando eu encontro a rua que iria dar á minha antiga casa. Engoli em seco e rapidamente desviei o olhar, continuando a minha caminhada libertadora.

O telemóvel que eu tinha acabado de comprar vibrou no meu bolso, exibindo o nome que eu estava á espera. Quando eu estava prestes a atender, eu vejo Louis á minha frente, a míseros metros de distância. Ele foca-se em mim e parece confuso ao início mas o seu rosto logo se rasga num sorriso enorme. Ele desce o telemóvel do seu ouvido, guardando-o no bolso de trás e vem praticamente a correr até mim, puxando-me para um abraço familiar que parecia mais constrangedor agora.

Gargalhadas começaram a escapar da minha boca quando eu sinto as suas mãos darem pequenas palmadas nas minhas costas e não hesito em o abraçar de volta. Quando ele me puxa pelos ombros, olhando-me com atenção, eu não posso deixar de notar no brilho dos seus olhos, provavelmente igual ao dos meus. Ele estava diferente. A última vez que o vi o seu cabelo estava todo liso, comprido e puxado de lado. Agora estava mais curto e desarrumado. As suas calças pretas substituiam as antigas de fato de treino e os óculos pretos já não ocupavam parte do seu rosto.

"Passou demasiado tempo!" Eu sou trazido á realidade pelas suas palavras. "Confesso que não estava á espera daquela chamada, mas foi uma boa surpresa." Ele admite, abraçando-me mais uma vez.

O Louis sempre foi como um irmão para mim. Conhecemo-nos desde sempre. Foi ele quem aturou as minhas birras quando tive as minhas primeiras paixonetas por miúdas. Foi ele quem me mostrou o primeiro vídeo pornografico. Foi com ele que fumei o primeiro cigarro. Era ele quem aturava as minhas crises de merda quando os meus pais não sabiam fazer o papel deles. E, no fundo, foi ele quem sempre esteve do meu lado no meio daquele pesadelo todo.

"A última vez que fui á prisão, disseram-me que não podias receber visitas." Ele torce o nariz. "Que palhaçada foi essa?"

Eu encolho os ombros, olhando á minha volta e ele percebe logo o que eu quis dizer. "Tudo bem." Lou sorri. "Tens tempo para me contar tudo depois. Agora tens de saborear essa liberdade toda."

Vejo-o a pegar no maço que estava guardado no bolso do casaco. Ele estende o tabaco para mim e eu automaticamente pelo num cigarro, sorrindo para ele. Na prisão a única droga a que tínhamos acesso era tabaco do mais rasco possível, nem sequer chegava a satisfazer as nossas necessidades. Quando a nicotina invade os meus pulmões eu não posso esconder o sorriso e a sensação maravilhosa que relaxa os meus músculos.

"O que queres fazer primeiro?"

Eu nem sequer hesito em responder. "Hambúrgueres. Meu, tenho tantas saudades de McDonald's"

O moreno explode em gargalhadas ao meu lado, batendo nas minhas costas para que o segui-se. "McDonalds então."

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Quando eu acabo de resumir a minha vida nos últimos 6 anos, Tomlinson parece chocado. Os seus olhos abriam e fechavam repetidamente de forma frenética e eu podia notar que ele estava sem resposta para mim.

"Vou sempre apoiar-se, independentemente de tudo, tu sabes disso. Fizeste o que tinha de ser feito." Ele finalmente fala, dando um gole do seu copo. "Mas foda-se, tudo isto parece um filme."

Beautiful Chaos || z.mOnde histórias criam vida. Descubra agora