22. LIBERDADE

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Ao me encurralar contra a parede, disparei um olhar fixo ao homem que outrora tinha me puxado para dentro daquele beco e no mesmo momento um sorriso simpático saiu de meus lábios e eu só pensava em abraçá-lo

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Ao me encurralar contra a parede, disparei um olhar fixo ao homem que outrora tinha me puxado para dentro daquele beco e no mesmo momento um sorriso simpático saiu de meus lábios e eu só pensava em abraçá-lo.

— John, você me achou. — O apertei acariciando os fios de cabelo do homem. — Como eu senti sua falta.

— Você está pálida demais, vem, vou te levar para o carro. — Ele estendeu seu braço e me pegou em seu colo. — Vamos acabar com aquele canalha.

— Eu só quero que tenham cuidado. — Apoiei minha cabeça em seu ombro e com meus braços entrelacei o pescoço do mesmo. — Eu tenho tanta coisa pra contar.

— Vai ter tempo, vamos te levar de volta para Birmingham.

— John! Eu não posso voltar, não antes saber o que aconteceu com Nicolas. — Ele logo me colocou no banco de trás de seu veículo. — Por favor.

— Nicolas é o seu namorado? Thomas falou com ele, ele está bem. — John sorriu.

— Mas Mosley deu a entender que tinha o matado. — Joguei minha cabeça contra o banco do carro e respirei fundo. — Graças a Deus está tudo bem.

— Vou te levar pra um lugar seguro, estão todos lá. — O mais novo entregou um beijo em minha testa.

Tirei aqueles minutos de estrada para descansar um pouco, afinal, eu havia perdido um filho que possivelmente ainda era uma pequena semente dentro de mim, minha cabeça estava a mil, não comia direito a dias. Agora eu sabia que poderia ficar tranquila, eu estava em boas mãos, nas mãos de quem realmente me amava, a minha família. Assim que chegamos no local, com a ajuda de John, desci do veículo e lá estavam eles, os meus meninos.

— Thomas. — Fui em direção ao homem. — Como eu senti sua falta. — O abracei e o mesmo retribuiu me puxando para mais perto.

— Você está péssima. — Disse Arthur bagunçando meu cabelo.

— É bom ver você também, Arthur. — Revirei os olhos e logo soltei uma risada. — Vocês vieram mesmo depois de eu dizer para não vir, que teimosia.

— Achou mesmo que íamos deixar uma de nós para trás? — Respondeu Thomas retoricamente.

— O que vocês vão fazer agora? Por favor, Thomas, não se arrisque, Mosley estava preparado para qualquer contratempo, aquele homem é cruel.

— Eu também sou. — Thomas respondeu sem se preocupar com meu pedido. — Eu vou matá-lo e não tente me impedir. Aliás, seu namorado está aqui, chame ele John. — Falou com uma expressão de descontentamento.

Sem expressar emoção alguma, Nicolas veio se aproximando ao lado de John, ele desviava seu olhar para todos os lados sem fixá-los em mim.

— Nick, você está bem? Como eu fiquei preocupada com você. — Fui me aproximando em passos lentos, afinal, ele estava como um zumbi e não poderia saber como reagiria.

— Eu também tive preocupações com você, quem era aquele homem Anastácia? Nunca conheci alguém com tanta maldade. — Disse ele ainda sem reação.

— Ele é Oswald Mosley, eu tive problemas com ele no passado e por isso decidiu se vingar. Olha aconteceu muita coisa e eu prometo que vou explicar tudo.

— Na verdade a culpa disso tudo foi minha, eu peço perdão por tudo que você passou por minha causa Ana. — Thomas interrompeu. — Eu prometo no nome da nossa família que vingarei você.

— Então a culpa é desse homem? — Nick disse incrédulo. — Anastácia, você não vê que depois de tudo, essa família, essas pessoas, são um mal na sua vida? — Ele segurou meu rosto com força. — Depois de todo esses meses que ficamos juntos eu sabia que não tinha seu coração por inteiro, eu sabia que seu coração pertencia a outro Ana, mas ele? Eu não posso mais, eu não quero mais. Se você prefere ficar ao lado dessa gente ruim a escolha é sua. — Thomas o observava com sarcasmo em seu rosto.

— Nicolas, eu não quero falar disso agora. — Meus olhos rapidamente marejaram. — Eu perdi um filho que você nem sabia que existia. — Passei minha língua em meus lábios e desviei meu olhar para o alto enquanto as lágrimas caiam. — Foi a segunda vez que isso me aconteceu, não me deixa sozinha logo agora. Vem comigo para Birmingham, por favor, vamos resolver tudo isso ao lado da minha família.

— Está vendo Ana, você quer ir para Birmingham mas sei que com intuito de ficar ao lado deles e não por você mesma. Eu lamento, lamento por sua perda mas não dá para mim.

Ele foi soltando meu rosto aos poucos e logo me deu as costas para ir. Descontente com as respostas de Nicolas, Thomas se aproximou do homem e em seguida olhou fixamente para ele, apertando seus lindos olhos azuis. O Shelby sorriu com leveza levando sua mão até a boina que estava em sua cabeça.

— Thomas. — Esbravejei com receio do que aconteceria. — Deixa ele, por favor, deixa ele seguir com a vida dele, foi a escolha dele.

— Isso vai ficar interessante. — Sussurrou Arthur.

— Sabe Nicolas, eu já fiz negócios com muitos homens como você. — Thomas iniciou de uma forma discreta. — Todos eles, apesar de serem pessoas diferentes, tinham algo incomum. — Ele pegou um cigarro no bolso de seu terno e em seguida o acendeu. — O fim deles Nick, o fim deles foram iguais. Sabe como? — Tragou Thomas o seu cigarro e fechando os olhos, completou. — Caras como eu mataram todos eles. — Finalizou pausadamente. — Acho que você deve tomar mais cuidado quando falar com a Anastácia.

Por fim o Shelby jogou seu cigarro no chão e caminhou em direção ao carro e por um último momento olhei para Nick, que estava com seu semblante aterrorizado.

— Adeus, Nicolas. — Me virei e segui Thomas pelo caminho.


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Já devem imaginar que estamos chegando na reta final dessa fic não é pessoal? Infelizmente tudo que é bom tem um fim :(, eu particularmente estou amando demais escrever pra vocês... 

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas Shelby (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora