Capítulo 2

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Acordo com o som insuportável do despertador e coloco o travesseiro acima da cabeça, espero, mas um minuto e me levanto.

Hoje é o dia que vou desentulhar a minha casa e organizar a loja, já está quase tudo comprado, só falta começar a trabalhar.

Pego o máximo de sacolas que consigo carregar e coloco amarrada na minha bike, pedalo com dificuldade pelas ladeiras que os japoneses chamam de ruas e após muito esforço estou no ponto da minha loja.

Subo as grades e olho todo o trabalho que terei.

- Vamos nessa - falo sozinha e começo a limpeza.

Passo horas limpando e tirando todo o pó do ambiente, após limpo começo a organizar as mercadorias, coloco as flores nos seus devidos vasos, arrumo as sementes por ordem de nome, coloco os mostruários de vasos e regadores e as ferramentas de jardinagem.

Após duras horas de trabalho só falta listar tudo para manter o controle do estoque.

Enquanto fazia isso vejo um rapaz muito bem vestido e aparentemente simpático do lado de fora da loja batendo na portinha de vidro.

- Boa tarde – ele fala assim que eu abro.

- Boa tarde, como posso te ajudar – falo, com certeza não é o meu primeiro cliente.

- Meu nome é Kuruma Otosaka, sou o corretor de seguros dessa região, estou aqui para oferecer um seguro empresarial – ele fala me entregando um cartão com seu nome.

- Seguro? - falo confusa.

- A ruas aqui podem ser bem perigosas, sabe, muitas Ganges destroem, saqueiam, roubam lojas de pequeno porto como as da senhora apenas por diversão - ele fala entrando na minha loja

- Serio? - falo ainda olhando seu cartão.

- Sim, estou te oferecendo a oportunidade de se livrar dos prejuízos causados por esses criminosos por uma taxa de apenas 10 mil ienes – ele fala e eu tomo um susto, 10 mil ienes, isso é um valor absurdo para uma taxa de seguro, tem alguma coisa muito suspeita aí.

- Apenas? Esse valor é altíssimo Otosaka-sama – falo entregando seu cartão de volta mostrando a minha falta de interesse.

Você prefere perder todo o seu patrimônio por causa da violência das ruas? - ele fala encostando no balcão, quando vez isso derruba um saquinho com algumas sementes.

Faço a menção de que iria pegar, mas ele toma a iniciativa antes, assim que ele se abaixa para pegar e revela sua verdadeira identidade

Por debaixo da sua roupa vejo traços coloridos, uma tatuagem, os japoneses não costumam ter tatuagens e quando tem significam que fazem parte de um grupo mafioso chamado Yakuza, não é regra, mas a maioria é assim.

Como é melhor prevenir do que remediar, fico com medo e vou para de trás do balcão, já vi muitos animes e sei do que eles são capazes, não quero me meter com isso de jeito nenhum.

- Aqui está – ele fala colocando o saquinho no balcão

- Obrigada senhor, mas eu não tenho interesse em seu seguro – falo firme e ele sorri.

Mas senhora, desculpe, como é seu nome? - ele fala chegando mais perto de mim, olho para a gola de sua camisa e consigo ver mais um pedaço da tatuagem, tenho certeza, é um Yakuza.

- Você não vai saber pronunciar, estou cheia de trabalho, tenha um bom dia – falo empurrando-o para fora da loja.

- Mas senhora... - ele fala tentando me parar.

- Adeus – falo isso e o empurro para fora. fecho a porta e as cortinas para que ele não veja por dentro da loja.

Meu coração está acelerado, meu deus, eu não acredito que um Yakuza entrou na minha loja, o que será que vai acontecer agora?

Tento tirar esses pensamentos da minhas cabeça e volto ao trabalho, talvez eu esteja errada, talvez seja apenas um corretor de seguros mesmo, tatuagens é comum, eu mesmo tenho algumas e são grandes ate.

Espero que não façam nada com a loja, preciso dela para sobreviver.

Termino meu trabalho, fecho tudo e rezo na porta da loja para que ela seja protegida, sempre fui muito religiosa, e tenho certeza que ele irá me ajudar.

Amem.  

Boa Noite, Princesa.Onde histórias criam vida. Descubra agora