Capítulo 2; O Feitiço Vira Contra o Feiticeiro

125 14 12
                                    


Para Akaashi Keiji, as manhãs eram fundamentais.

Equilíbrio era o que definia sua vida, desde o despertar até o descansar, a cada passo dado em seu dia e ainda mais especial: a cada caminhada de suas manhãs.

Keiji era estudante de Letras, prestes à sua formação. Era um exemplo para todos que o conhecessem, sempre responsável e cauteloso e, principalmente, organizado. Isso significava que Akaashi possuía uma verdadeira e excepcional rotina, tudo se baseava em organização e prática. O moreno havia levados anos para se manter estável a uma rotina, era algo complexo para o adolescente que um dia foi. Entretanto, era fácil para o jovem adulto que, aos poucos, se tornava.

Para ele, toda boa vida se baseava em rotina e amor, não que ele fosse uma das pessoas mais carinhosas que se pudesse conhecer, apenas atribui "amor" ao conceito de viver de forma leve, sem ódio e maldade. E isso valia para seu amor à literatura e à natureza. Esses dois se juntavam com perfeição em sua vida, enquanto ele tornava a inspiração ao ver o balanço das copas de árvores floridas em frases e orações de seu livro. Era um dom de Akaashi, converter as maravilhas oferecidas pelo meio natural em escritas.

Porque esse era Akaashi, um pequeno escritor em busca da conclusão de sua obra para, um dia, publicá-la. E, no meio, disso havia uma grande lista de características suas.

Ele era organizado com o que fazia, a mente no lugar e os papéis em ordem. Por isso, a maior parte da rotina de Keiji era descrita em seu Bullet Journal, no qual ele se orgulhava mais a cada ano. Mesmo com todos os avanços tecnológicos e sobre seus conhecimentos sobre eles, jamais deixou de lado o seu simples BuJo que utilizava desde o Ensino Médio, quando sua vida era uma completa bagunça e ele se incomodava.

E mais um fato curioso entrava quanto ao seu lado autor: jamais deixava de levar seu bullet journal e seu celular com o tão conhecido Google Documentos para passeios em áreas livres, pois era sempre nelas que ele absorvia da natureza seu alimento criativo. Era focado no que fazia dentro e fora dos estudos, tanto que não importava o que estivesse passando ao seu redor, Keiji nunca ligaria caso estivesse inspirado. E era por isso que garantia que se distanciar das pessoas era um avanço significativo em seu bem estar.

Em conclusão, seu pequeno caderno era personalizado em desenhos simples e em letras básicas, onde mantinha gravada sua rotina (tarefas diárias, objetivos, listas e etc) e isso incluía diretamente a sua prática de atividade física todas as manhãs possíveis.

Era comum que Akaashi acordasse cedo, muito antes que seu colega de apartamento e melhor amigo, Konoha Akinori ㅡ que vale destacar, convivia desde o início de seu período universitário ㅡ, tomasse seu café saudável enquanto conferia as últimas notícias e atividade em seu tablet e, por fim, saísse para caminhar. Era simples para ele e admirável para seu colega de apartamento.

Todavia, Keiji era amante do espaço livre que ,mesmo em constante movimento, era responsável por toda sua imaginação fluida em questão à sua escrita e nada melhor para ele que iniciar o dia a passos tranquilos no parque do quarteirão ao lado.

Era hábil a manter a expressão neutra no rosto quando saía de seu apartamento e circulava até a saída do prédio. O único no qual ele cumprimentava sempre e com o maior prazer era o porteiro do edifício, ou, até mesmo, vez ou outra, o cachorro que a moradora do andar debaixo levava para passear todos os dias no pequeno jardim local. Animais também despertavam fascinação no moreno, muito mais que crianças.

E com todo aquele processo de cuidado em questão à pandemia que se alastrava, Akaashi sempre se mantinha de máscara, sem falar nas roupas nada incômodas e sempre tranquilas para caminhar.

No encanto de seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora