Uraraka batia o lápis com força na carteira, nervosa e angustiada. Agradeceu aos deuses por sentar carteiras atrás de Bakugou, assim não precisaria se preocupar com seu olhar em cima de si. Volta e meia, a garota pegava o loiro a encarando e isso a deixava mais nervosa ainda. O que de fato ele queria com ela?
A lembrança de seu momento íntimo pensando em Katsuki ainda assolava Uraraka em aleatoriamente, passou o primeiro período inteiro pensando obscenidades com ralação ao seu colega e sentiu suas bochechas queimarem sempre que constatava a excitação escorrendo entre suas pernas.
Katsuki por sua vez lutava bravamente para não dar na cara que estava a fim de Uraraka. Por vezes se sentia vigiado, nas ocasiões em que tinha coragem de olhar para trás encontrava Uraraka o observando. A moça desviava o olhar com vergonha evidente e enfiava as mãos entre as pernas nuas pelo comprimento da saia. Bakugou achou-a fofa neste ponto.
O contato com os dois foi mínimo durante a semana. Nem ela nem ele se sentiam à vontade de interagir, porém, nos momentos de treino particular da morena, Katsuki sorrateiramente a espiava de algum ponto cego na ampla sala de combates. Todas as noites ambos se tocavam pensando no corpo um do outro, estava ficando cada dia mais difícil esconder a atração.
Uma semana após o ocorrido, Uraraka pensou ter superado. Ainda se masturbava sempre que podia pensando no loiro, mas achou que isso era normal, que não tinha nada a ver com sentimentos. Então arriscou conversar com ele.
"Kacchan" surpreendeu a moça o chamando no refeitório sentando ao seu lado como se nada tivesse acontecido, começou a puxar conversa.
"Idiota" disse o loiro voltando seu olhar para algum ponto não específico à sua frente, com medo de vacilar ao encará-la. "O que foi?" tentou manter as aparências.
Uraraka se enganou completamente, quando sentiu a perna do rapaz encostar à sua por de baixo da mesa, estremeceu como jamais pensou. A morena suspirou e o encarou com certa lascividade. Katsuki não entendeu de imediato o olhar de Uraraka quando voltou a encará-la, mas sentiu todas as reações que seu corpo lhe proporcionava quando seu joelho encontrou o dela.
"Eu... eu só queria te agradecer por aquele dia, você..." engoliu o seco com medo de tremer a voz, tamanho era seu nervosismo. "Você me ajudou muito, então, obrigada!" disse a moça tentando esconder miseravelmente a vergonha que lhe subia à face.
Katsuki suspirou baixo lembrando-se de todas as suas fantasias. Tê-la tão próxima de seu corpo causou no rapaz arrepios em lugares que ele nunca imaginou poder arrepiar.
"Não foi nada" sussurrou ele voltando sua atenção para os lábios da moça.
Uraraka não podia se mais garantir perto do loiro, a necessidade de tê-lo em seus braços estava tirando-lhe a sanidade, por isso se afastou.
"Até mais Katsuki" titubeou a moça se levantando. Katsuki seguiu-a com o olhar. Não pode deixar de notar como sua bunda perfeitamente redonda ficava tão deliciosa naquela saia curta. Katsuki coçou a cabeça com força empurrando a bandeja de comida para longe. A situação estava insustentável.
[...]
O semestre finalmente chegara ao fim e Uraraka vibrava com suas notas. Era dia do último teste de habilidades corporais contra Katsuki, e a moça temera esse dia desde sua última luta com ele. Ambos haviam evoluído muito e a partir de então seguiriam seus caminhos, provavelmente separadamente. Na arena de batalha, Katsuki estava resignado, receoso. A tensão sexual entre ele e Uraraka havia exponencialmente aumentado.
Dias antes da luta, Katsuki caminhava despretensioso pelo campus a fim de esfriar a cabeça pensante, preocupada demais no futuro. Próximo ao refeitório, Uraraka sentava em uma das mesas externas sozinha. Lia qualquer coisa melosa, um desses romances best-sellers a lá crepúsculo. O rapaz achou ridículo, mas pensou que seria um ótimo artifício para puxar conversa.
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Lost The Game (Kacchako)
FanfictionUraraka Ochako sempre viu Katsuki como um colega, alguém forte e impulsivo. Sonhava em derrotá-lo e se afirmar uma heroína de poder. O que a moça não tinha consciência era que o sentimento obsessivo por vencê-lo se tornaria algo maior e mais intenso...