Parada em frente ao Parkour Origines, Emma sacudiu mais uma vez a porta trancada antes de suspirar e olhar de novo a placa de "fechado para as festas de fim de ano". Sentindo-se frustrada e derrotada, ela se virou para seus companheiros e deu de ombros. Adam se aproximou dela e olhou a placa um pouco mais de perto. Parecia ler as letras pequenas que estavam ali escritas. Raul e Thierry permaneceram quietos e de braços cruzados esperando explicações do porquê seu local indoors favorito de praticar Parkour estava fechado.
"Aqui diz que só voltará a funcionar ano que vem", informa, os lábios comprimidos.
A de cabelos preto-azulados revirou os olhos, se afastando da porta. "Estávamos aqui literalmente ontem, como Sam não nos avisou que iria entrar de férias?", reclamou.
"É Natal, Em", Raul levantou os braços, como se estivesse assinalando o óbvio, "E não é porque viramos clientes assíduos que ele tem de nos dar satisfações. A gente vem aqui só no inverno, de qualquer maneira".
"Nós somos os melhores clientes!", ela retrucou, "Mesmo só aparecendo por aqui em uma parte do ano".
Thierry deu de ombros movimentando o cabelo longo de dreads no processo. "Gente, ano que vem é em duas semanas. Podemos esperar!", ele os lembrou, estalando os dedos para chamar-lhes a atenção, "Antes de tudo: vamos para a cafeteria?".
Os outros três assentiram com a cabeça e eles começaram a andar, saindo do perímetro do paraíso do Parkour indoors do Sam e indo em direção ao lugar que eles sempre frequentavam algumas ruas dali. O café era uma delícia e os quitutes eram fresquinhos e saborosos, só não eram melhores que os da padaria dos avós de Emma. Tomaram o caminho que havia recentemente sido limpo da neve acumulada e tentaram ser rápidos para fugir da iminente nevasca que parecia querer cair.
Retomando a fala, Thierry se voltou para o amigo ao seu lado e fez um biquinho: "Só tenho pena de você, Raul. Sem tropeçar e meter a cara nos peitos da atendente dessa vez!".
Adam soltou uma risada alta e levou Emma no compasso. O que puxou a piada os acompanhou observando Raul levantar o dedo do meio para os três. "Vão se ferrar! É sempre a mesma história. Não se cansam de ficar lembrando de novo e de novo e de novo desse acidente?", o moreno reclamou, ficando mais vermelho de vergonha do que de frio.
"Não!", a única menina do grupo respondeu de imediato, ainda aos risos, "Todo mundo com quem esbarro na rua comenta sobre isso".
"Todo mundo?", Raul arregalou os olhos.
"Positivo", Thierry quem confirmou, mesmo sendo uma pergunta retórica.
"Quem eu tenho pena é da atendente. Falta de respeito com ela. Ficou tão envergonhada que nunca mais se quer nos deu 'bom dia'!", Adam comentou, sem um pingo de sarcasmo na voz.
"Foi um dia difícil para ela!", Emma complementou rapidamente olhando o loiro e assentindo, antes de Raul surtar à frente deles.
"Todo mundo até a Fleur?", ele questionou.
A garota imediatamente entendeu o porquê de suas angústias.
De mil palavras que Raul falava numa base diária, noventa por cento delas eram sobre Fleur. Até onde ela tinha deduzido por observações e insinuações, o companheiro de olhos castanhos muito escuros gostava muito de sua amiga praticamente prima de infância. E pelo que estava entendendo, ela ter assistido ao maior mico da vida de Raul por livestream não estava exatamente nos planos dele de chama-la para sair e conquista-la.
Planos esses, inclusive, que ele tentava a todo custo envolver Emma como "cupido". E que a incomodavam insanamente. Santo queijo, ela lá tinha cara de André O-Sorveteiro-Casamenteiro?
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(Des) Harmonia
FanfictionSpin-off da long-fic "A Marca da Borboleta". Antes de criarem e manterem o status confuso de "futuro-quase-próximo namorados", Emma e Adam se contentavam com o título de "amigos de infância". Passando a maioria do tempo que tinham juntos, eles estav...