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Jungkook p.o.v.

Dei por mim na empresa, sem a mínima capacidade de concentração no trabalho. A dar voltas e voltas no meu gabinete sem conseguir tirar aquele menino da minha cabeça. Chamei o meu novo ajudante para ver se me conseguia organizar no trabalho, mas nem isso funcionou. Era ele. Jimin, entrou no meu gabinete e os meus olhos não queriam acreditar no que estavam a ver.

Eu passei a noite a chamar por ele, a precisar tanto de alguém que eu não conhecia de lado nenhum, mas que sentia que queria conhecer. Eu queria o para mim, queria que ele me voltasse a fazer sentir tudo o que eu tinha sentido. Mas não ali, não de baixo dos olhos do meu pai na sua empresa. Se ele nos descobrisse eu era deserdado e temia o que podia acontecer a Jimin também.

A reação que tive foi de rejeição, não o podia ter a trabalhar comigo, não iria conseguir concentrar-me, mas quando ele implorou pelo trabalho não soube dizer que não aqueles olhinhos lindos. Eu estava completamente fodido. Completamente. Mas não podia manda-lo embora. Tentei agir de forma fria para o despachar e notei a confusão nos seus olhos. Aquilo doeu.

Mas eu precisava de refletir melhor sobre o que estava a acontecer, sobre como eu iria lidar com isso. Estava a passar por muitas emoções ao mesmo tempo, mas ele não tinha ido parar a mesma empresa que eu por acaso. Aquilo era um sinal. E isto seria uma luta constante dentro de mim. Entre afasta-lo e quere-lo mais perto. No primeiro dia não o vi mais.

No segundo chamei o cedo ao meu gabinete, estava convencido de que iria conseguir trata-lo de forma formal, mas assim que ele entrou no meu gabinete com aquele corpo bem definido na roupa, eu paralisei. Senti-me como se estivesse a esconder quem eu era durante estes anos todos e ontem a noite eu libertei-me e parece agora impossível voltar a conter-me.

-Chamou-me senhor?
-Sim. Chama-me de Jungkook quando estivermos sozinhos, mas quando estivermos com outras pessoas quero que me chames de Senhor Jungkook. Entendido?
-Sim. -disse ele um pouco tímido, talvez eu estivesse a ser rígido demais.
Aproximei-me dele para lhe dar os papéis com o trabalho para o dia de hoje e a tentação de o agarrar foi muito grande.

-Aqui tens o teu trabalho podes ir. -disse de forma bruta para o afastar.
Ele acenou e saiu. Eu sabia o que estava a fazer, estava a tentar afasta-lo porque tenho a certeza de que não me vou conseguir controlar durante muito tempo...

As primeiras semanas deste mês foram assim, cheias das minhas tentativas brutas de o afastar. Foram assim até ao dia, até ao maravilhoso dia em que deixei de me conter. Tinha acabado de sair de uma reunião com o meu pai e tínhamos discutido. Ele achava que eu não estava totalmente concentrado no meu trabalho e ameaçou tentar descobrir o que se passava. Como se ele tivesse algum direito de se meter na minha vida...

Quando estava a meio de um ataque de raiva, Jimin entrou no meu gabinete para tirar uma dúvida. Eu desejei que ele não tivesse entrado, não o poderia tratar mal, não mais ainda do que o tenho tratado, mas o inesperado aconteceu. Algo dentro de mim fez-me mover o meu corpo até ele muito rapidamente, com a respiração acelerada. Agarrei forte na cintura do menor e encostei a minha testa a dele.
-Jungkook o que estás a fazer??

Deixei cair uma lágrima, duas, três. Estava tão farto de fingir, estava tão farto de ser sufocado, deixei-me libertar o que sou.
-Ei, Jungkook o que se passa? -ele abraçou-me sem hesitar. -estou aqui contigo, queres me contar o que se passa?
-Depois de te ter tratado mal estas semanas? Como se não tivesses sido especial para mim?

-Eu...
-Jimin para. Eu não aguento mais esta vida, eu não estou a viver, eu estou a ser sufocado e eu continuo a permitir isso. Eu tenho te afastado porque não consigo parar de pensar em ti Jimin, tu foste muito especial para mim desde aquela noite e eu sei que parece de doidos, mas eu quero te tanto... Tanto Jimin...
Beijei os seus lábios com rapidez, deixei que os nossos corpos se juntassem e as nossas línguas se entrelaçassem.

Conseguem imaginar o sentimento forte que apenas uma noite deixou dentro de mim? A pessoa com quem eu me libertei das minhas amarras e me acolheu tal como sou. É demasiado importante para mim para eu deixar tudo ir por água a baixo e voltar a enfiar-me dentro da caixa que os meus pais me meteram a vida toda. Quando nos separamos dos lábios um do outro, senti Jimin tenso e a olhar para o chão.

-Jungkook, eu também gostei muito da nossa noite e da forma respeitosa e carinhosa com que me trataste apesar de termos estado completamente bêbados. Mas estamos a trabalhar juntos e o teu pai está à frente de tudo. Não deixas de ter razão ao afastar-me.
Ignorei quaisquer palavras proferidas por ele e voltei a beijar os seus lábios com vontade.

Coloquei uma mão a acariciar a sua bela e macia face e a outra na sua cintura, puxando Jimin para mais perto. Era tão bom finalmente estar a beijá-lo de novo, sentir de novo o meu coração a explodir de alegria em vez de raiva. As nossas línguas dançavam uma com a outra e as respirações começaram a sincronizar-se, ofegantes. Agarrei Jimin ao colo e sentei-o em cima da minha secretária que estava quase vazia pelo meu anterior ataque de raiva.

Ele tirou a minha camisa enquanto eu tirava o meu cinto. Entre beijos e chupões ao de leve na pele um do outro, vimos-nos agarrados a experimentar-mos as sensações que os nossos corpos juntos nos podem proporcionar. Doidos de desejo, começamos a acariciar a intimidade um do outro. Era tão bom sentir-me próximo de Jimin daquela forma, eram momentos intensos em que nada mais no mundo importa.

Nada mais se passa para além de dois corpos sincronizados a arranjarem formas de se tocarem e darem prazer um ao outro. Almas presas num corpo carnal a disfrutarem do momento em que podem sair e tocar-se, entrelaçar-se e amar-se mutuamente. A conexão sexual que sentia com ele era inimaginável. Não queria nunca que aquilo acabasse. Fartos da secretaria, escolhemos a poltrona pequena do meu escritório, onde juntos abrimos as portas do prazer.

Finalizando, dois corpos suados com a respiração acelerada encontravam-se a repousar naquela poltrona. Jimin beijou o meu peito ao permitir-se apoiar a sua cabeça nele e eu beijei a sua testa. Estava tão relaxado, tão realizado, finalmente a sentir felicidade, quando oiço a merda da porta a abrir.
Neste momento dou um salto da cadeira e pressinto que o que vou ver era pior do que o fim do mundo.

Pois, o que vi foi a figura rígida do meu pai a olhar para mim com repugnância, mas descansem que não o vi assim durante muito tempo, pois as suas mãos correram para o meu pescoço.
Foi tão rápido e tudo tão chocante que só vi estrelinhas a passar na minha cabeça com o tamanho do soco que levei. Ouvi a voz de Jimin ao longe a gritar.

Levantei-me atordoado e vi o meu pai a tentar chegar ao Jimin, mas obviamente consegui impedir que tal acontecesse. Meti-me à frente de Jimin e fitei o olhar do meu pai enquanto as lágrimas me caiam pelo rosto. O meu pai olhou para mim com repugnância e nojo. Respirou fundo e apenas proferiu um rude, "saiam".
Vestimos-nos os dois a pressa e saímos pelo corredor onde todos estavam em silêncio e olhavam de lado.

Levei Jimin comigo para o parque de estacionamento sem dizermos uma palavra um ao outro e quando entramos no meu carro, encostei a cabeça ao volante e apenas consegui dizer "merda, que valente merda".

Transei Com O Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora