Como não se declarar

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     O sol esquentava em uma parte de seu rosto, fazendo a mulher se incomodar e começar a revirar sobre sua cama; a bebida impediu que Sakura fechasse sua própria janela na noite anterior.  A dor de cabeça deu sinal de aviso enquanto a rosada se levantava; queria voltar a dormir, mas não poderia, o trabalho e as responsabilidades da vida adulta a esperavam.

  Sakura tomou seu banho apressada devido a hora, se arrumou complementando o look com um óculos de sol ― na tentativa de disfarçar as olheiras que acompanhavam os belo rosto ― e bateu a porta de casa ao sair ― mesmo com seu corpo implorando para ficar, ―, para então seguir sem pressa pelas ruas da já movimentada Konoha. Passou em uma loja perto do seu destino final, comprando o maior café que ofereciam no menu e finalmente chegou à torre do Hokage.

  Os degraus mais uma vez pareciam intermináveis e um por um, ela ia os derrotando da forma mais preguiçosa que conhecia ―Shikamaru sentiria inveja da maneira que a médica poupava energias. Chegou ao andar que trabalhava junto a Tsunade e sem vontade abriu as grandes portas duplas, mas desta vez a Sannin não ocupava seu lugar atrás da grande cadeira de Hokage, Kakashi o fazia.

— Bom dia — O prateado falava sorrindo com os olhos —, não vai entrar?

— Tsunade-sama não vem hoje? — A Haruno tirou os óculos procurando a mestra.

— Ela teve que resolver algumas coisas com o senhor feudal, então hoje seremos só nós dois.

  Sakura não pode impedir seu corpo de travar no caminho que fazia até a pequena mesa que usava. Ficaria sozinha o dia inteiro com seu ex sensei? O idiota e totalmente inconveniente, Kakashi?

— Devo dizer para ficar à vontade? — Sorriu por baixo da máscara que cobria metade de seu rosto.

— N-não, tudo bem...— Sakura continuou seu caminho e jogou seus pertences sobre a mesa de madeira. — Não poderia me dar uma folga? — Bebeu um pouco do conteúdo forte e quente de seu copo após perguntar.

— Ainda não sou o Hokage, e Tsunade-sama disse que não demoraria.

  Sakura sabia muito bem que sim, a Senju demoraria. Ela sempre aproveitava suas idas para longe ou perto da vila para jogar e beber. A própria Haruno já a acompanhou muitas vezes quando Shizune não podia. A rosada jogou a cabeça para trás fitando o teto, pensando em algum plano que a ajudasse a fugir dali, algo melhor que uma dor de cabeça, mesmo a mais forte delas. Ela sabia se medicar contra isso e o faria assim que unisse forças para se levantar.

— Como Tsunade-sama consegue? — Gemeu com a fisgada que sentiu bem acima da sobrancelha direita.

— Anos de treinamento. — Kakashi disse divertido — Vá tomar algo e volte mais disposta. Temos muito trabalho.

*

    Ino não se levantou imediatamente. Mesmo com o trabalho e tudo que deveria fazer aquele dia, não tinha vontade alguma. Sentou-se na beira da cama admirando a deusa nua refletida no espelho, e sorriu pensando que ainda estava intocada. Antes de irem para guerra, Ino pensou em usar seus atributos físicos, para caso não sobrevivesse, ter a oportunidade de saber como é se entregar a alguém. Pensou no seu companheiro de time, Shikamaru, mas teve medo de estragar a amizade ou receber um não; o Nara sempre a tratou como uma irmã e seu pai poderia ler algo em sua mente, sem que ela percebesse e piorar tudo.

   Os membros do clã Yamanaka devem aprender antes de tudo, a controlar seus próprios pensamentos. A introdução ao aprendizado dos costumes e técnicas do clã, consistia em tentar fechar sua mente ao máximo, pois outros membros tentariam invadir; nesse caso, seu sensei. Inoshi tentava diariamente acessar memórias da loira, que deveria permitir só o que quisesse e inventar novas e falsas lembranças para em caso de tortura, mas só os membros do clã sabiam disso.

O que eles pensam? - Sasuhina/ KakaSaku/ ShikaInoOnde histórias criam vida. Descubra agora