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O árduo trabalho por um simples encontro não fora em vão. O esforço havia de ser recompensado, vitoriosamente, ao ácido rapaz, seria ao lado daquela que excentricamente o completava com a paridade.

Não fora numa sexta e sim num triunfante sábado, após uma semana de horários novamente conturbados; Minghao havia voltado ao turno anterior e trabalhava durante longas madrugadas semanais.

Sinceramente o chinês era, constantemente, bem apresentável em questão visual. Os tecidos poderiam ser providenciados de um brechó que, ainda assim, ele permaneceria trazendo um luxuoso ar à sua silhueta. Aquele dia, entretanto, o pé errado havia encostado o gélido piso ao acordar. Sua apresentável roupa era bela, fato, mas apenas nos primeiros segundos.

Girava em seus dedos finos o chaveiro que abrigava a chave do quarto e da casa enquanto assobiava uma melodia frequente da rádio. Destra no bolso da calça jeans e olhos fitando a frente ele caminhava em direção ao carro e ali seria o início do dia perfeito. Seria.

Ao sentar-se no banco de motorista e colocar a chave em seu devido lugar fora surpreendido com o fechar da porta relativamente agressivo, aquele que o próprio acabara por provocar, que prendeu-lhe a barra do blazer preto que vestia. Não notou a princípio e até mesmo ligara o carro, para perceber em um movimentar de braços que o tecido permanecia próximo a porta. Puxou uma vez, puxou duas, até que a força imposta na terceira fora abundante e o tecido acabara saindo em parte.

— Porra! — A voz ecoara alto no transporte que estava para deixar a garagem. Enquanto os olhos focaram-se na beirada da vestimenta; parecia que esta havia sido mordiscada por um rato mutante.

Desvinculou-se da ideia de que aquilo tornaria o restante desagradável e retirou o casaco relativamente formal, deixando-o no banco de trás. Se consumia - o interior - de uma felicidade que desejava distância desde que ansiava pelo desapego, mas sabia que estava a caminho do contrário.

Aumentou o volume da rádio e finalmente pôs-se a dirigir entre as largas ruas que separavam-o da casa da jovem. Aquela que a princípio fora contra a ideia de sair - argumentando ser mais caseira - e acabara rendendo-se a insistência masculina de ao menos almoçarem em um de seus restaurantes prediletos.

Recebeu-a com a ausência de flores desta vez, mas com um aviso antecipado deste fator Era inútil presenteá-la com as tais quando passariam um tempo no restaurante e as plantas permaneceriam no banco traseiro do carro, assim como o blazer tivera o infeliz rumo. Como reposição uma troca de sorrisos recíproca nunca antes vista nestes meses - dois talvez - de uma amizade oscilante e improvável.

O trajeto permaneceu sereno com troca de pronúncias simpáticas e uma melodia a soar ao fundo de suas vozes. Ainda faltavam-lhe alguns minutos até o restaurante quando, desconhecidamente, chegaram ao assunto mais infantil possível e, por este, discutiram.

— Como assim você gostava da Tasha? Ela era o personagem mais insuportável! — As mãos firmavam-se no volante.

— O que você tá falando Minghao-sshi? Você gosta do Pablo! Pablo?! — A garota rolou os olhos e cruzou os braços. — Ele era o mais idiota. E, você sequer deveria estar discutindo isso comigo, deveria ter uns dezessete anos quando esse desenho passava. Não teve uma adolescência feliz? — O olhar dirigiu-se até sua face de forma agressiva.

— Você então por acaso está saindo com o seu pai? Fala como se eu fosse velho, idoso!

— Você está chamando meu pai de velho? — Xu gargalhou alto.

— Se você, Areum, nasceu, seu pai tem pelo menos uns cinquenta anos. Novo ele não é.

— Sessenta. — Ela franziu os lábios e desviou o olhar para a janela. — E é por isso que eu não deveria ter entrado num carro com você.

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