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capítulo 01 - o entediado e o vigarista

Oi, meus amores!

Estava dando uma olhada na lista de plots doados pro MONBRINDE e eis que me deparo com o plot da soldemart inspirado em Love Killa! A mão coçou pra escrever e não deu outra! 

Espero que vocês gostem!

⊱◈◈◈⊰

Nas noites de quinta, Son Hyunwoo era obrigado a comparecer às oito em ponto na mansão onde os pais viviam para jantar com eles. Eram duas horas de interrogatório sobre os pormenores da empresa, reclamações sobre sua falta de telefonemas - a mãe tomando a frente na tentativa de parecer cuidadosa e falhando, claro - e insinuações sobre ele ser um dos poucos herdeiros ainda solteiros da elite.

Eles sempre tinham em mãos algum nome importante do mundo dos negócios, uma foto de alguma garota nova e bonita e qualquer proposta feita às pressas no intuito de que o jovem seguisse o caminho desejado pelos pensamentos conservacionistas deles.

Hyunwoo agradecia a preocupação e, com jeitinho, negava-se a fazer o que seus pais queriam. Não era rebeldia, mas sim um tédio profundo que fazia seu olhar ficar perdido na maior parte da noite, a comida descendo sem gosto e sua cabeça em outro lugar.

Tinha amor na família, porém não via neles algo que o fizesse feliz. Era como se já tivessem adicionado tudo o que podiam à sua vida e agora estivessem apenas cuidado para que nada vazasse de suas bordas. Seus pais se importavam muito mais com títulos e isso interferia no respeito que tinha por eles, a fortuna que fizeram sendo um castelo que ele tinha vontade de implodir.

Como sempre, dirigiu-lhes palavras rasas com ar de bom filho e se despediu quando eram quase dez e meia, entrando no carro sem acenar ou olhar para trás, afinal, tinha um compromisso importante naquela noite.

Vinte minutos depois, acionou o portão e entrou na garagem que ficava no subsolo de sua casa, subindo as escadas para jogar as chaves e demais pertences sobre o aparador, deixando apenas o celular no bolso. O comando de voz acendeu as luzes num tom mediano e ele se dirigiu à cozinha para tomar um copo d'água. Tirou o celular para verificar as mensagens e não houve surpresa quando encontrou as palavras do amigo Chae Hyungwon pedindo para que ele tomasse cuidado.

"Vá quebrar alguns dentes porque eu sei me cuidar", foi o que ele respondeu e subiu para o segundo pavimento, tirando o terno e afrouxando a gravata. A porta do quarto estava escancarada e também foi assim que ele encontrou aquele rapaz que o esperava na cama, brincando com um vibrador vermelho, de certo porque não teve paciência para esperá-lo.

Lee Minhyuk o percebeu, mas não parou os movimentos. Estava com a cabeça apoiada no travesseiro e com o traseiro empinado, o brinquedo enfiado em si enquanto ele se contorcia e resmungava. Hyunwoo retirou a gravata e abriu os primeiros botões da camisa, livrando-se do aperto do colarinho; parou diante da cama e usou os dedos para acariciar a pele do rapaz, o contato trazendo uma sensação nova e deixando ambos muito satisfeitos por estarem finalmente juntos.

— Demorei muito?

— Sim, você demorou.

Com gentileza, Hyunwoo puxou Minhyuk para si, o brinquedo agora vibrando contra suas calças, e depositou beijos pelas costas nuas do mais novo para em seguida fazer com que se deitasse em outra posição, subindo sobre ele e alcançando a boca de que tanto gostava. Sabia que estava vestido demais, mas não importava.

Eles tinham a noite toda para se divertir.

Conheceu Minhyuk há mais ou menos dois meses, na destoante festa dos Park alguma coisa - uma família recém convertida à elite, fanfarrona e mal vista -, onde ambos estavam presentes por obrigação. A chatice do evento, no entanto, serviu para que um interesse mútuo fosse despertado e quando Minhyuk se aproximou, estendendo a mão direita em cumprimento, Hyunwoo viu nele algo novo e incandescente.