capítulo 03 - o piloto, o herdeiro e o guarda costas

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Oi, meus amores!

O trio que vamos conhecer hoje tem vários segredinhos, espero que vocês gostem!

Boa leitura!


⊱◈◈◈⊰

Depois de saírem da arena 904, Lee Jooheon acelerou até o galpão de uma área reservada e próxima ao parque nacional, local onde Changkyun se refugiava quando não estava a fim de voltar para a casa dos pais - praticamente o tempo todo -, e onde um pequeno, porém luxuoso loft tinha sido montado no mezanino.

O próprio Lee vivia naquele lugar, estacionando dentro do grande espaço cheio de ecos, com telhas metálicas que tornavam as tempestades mil vezes mais barulhentas do que já eram. No pavimento térreo ficava toda a tralha química usada na fabricação de perfumes, um hobby que o herdeiro dos Im levava muito a sério e que servia de fachada para o real uso dos produtos armazenados em grandes tonéis ao fundo do espaço. Os capangas liderados por seu pai vira a mexe apareciam e carregavam o que era preciso em caminhões pequenos ou vans, sempre tomando o cuidado de não atrapalhar Changkyun, porque sabiam que a punição para tal era severa.

Apesar de não ter outra ligação com a máfia além da amizade com Changkyun, Jooheon temia ser encurralado por gangues inimigas principalmente nas corridas ilegais das quais participava. Era patrocinado pelos Im, de forma a atrair mais atenção do que os demais competidores, e não foram poucas as vezes em que quebraram propositalmente os vidros de seu carro por isso.

O Lee se jogou sobre o sofá enquanto observava Changkyun tirar a jaqueta pesada de couro do corpo e largá-la de qualquer jeito sobre uma poltrona. Assim que questionou o que o mais novo pretendia com a visita ao clube da luta, recebeu como resposta apenas um movimento com os ombros. Viu Changkyun mexer nos vidros de ensaio da mesa e soltou o ar pesadamente, demonstrando cansaço.

— Você acha que eles estão juntos?

— Eles quem? — Jooheon não entendeu a quem o outro se referia, mas a ficha caiu quando Changkyun ergueu uma das sobrancelhas. — O lutador e o mauricinho? Talvez. Eles se comem, isso é certeza. Mas você não deveria estar interessado.

— Kihyun não se importa.

— Kihyun se importa até demais e você sabe disso.

Era Jooheon quem sempre lhe dava uma dura porque Changkyun tinha os nervos à flor da pele. Talvez fossem as fragrâncias que despertavam nele lascívia, que o faziam subir pelas paredes e encomendar visitas de prostitutos ou atores novatos que precisavam de grana pra sair do buraco em que se enfiavam. Changkyun era do tipo que não se contentava em ficar muitos dias sem sexo e estar longe de seu namorado o deixava perdidamente ansioso.

— Só mais algumas horas e vocês estarão juntos de novo — foi o que o Lee disse, lembrando ao outro de que Yoo Kihyun sairia da prisão em menos de oito horas.

Changkyun concordou e rolou os olhos, sabendo que a culpa tinha sido sua. Causara uma briga numa boate há uma semana, o que havia custado a liberdade de Kihyun que assumira a culpa em seu lugar. Normalmente não era assim que as coisas funcionavam, mas para os Im era muito fácil controlar a polícia e dobrar suas regras, ainda que não fosse possível anulá-las por completo. Kihyun tinha sido detido por sete dias apenas como uma fachada para livrar o namorado de um castigo pior.

Changkyun amava Kihyun, mas estava se cansando de toda a proteção que o mais velho tinha por si. Era quase uma mania, a de tentar salvá-lo de tudo e de todos, a de agarrar todas as pedras e metê-las em seus próprios sapatos para que o mais novo pudesse pisar confortavelmente no chão. No início eram ações vistas como provas de sua devoção, mas Changkyun o sentia mais como uma babá do que como um amante e isso o frustrava.

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