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mistura de medo e tristeza se expressavam em seu olhar

- Você tem infantilismo? - perguntei de novo e vi seus olhos se encherem de água novamente

- Eu sou um merda! - ele fala apertando seus próprios dedos - Eu sou um adulto, mas fico agindo como um bebê - ele ri em meio ao seu choro - Eu me odeio, Eu sou um merda, minha mãe sempre esteve certa, nunca deveria ter nascido, sou um problemático que ninguém gos-gosta de ficar perto... - ele fala tudo muito rápido e se levanta indo em direção a porta

- NOAH! - gritei chamando sua atenção e o vendo se assustar, merda, ele odeia que gritem com ele - Meu bebê - ele já chorava sem parar - Vamos descansar, você está muito agitado

Puxei ele com um pouco de dificuldade até o sofá e o coloquei em meu colo, cobri com o cobertor quentinho e fiquei fazendo carinho em seu rosto, ele continuava soluçando mas às lágrimas já cessaram

- Eu não vou te julgar, ok? - ele me olhava atentamente - Se você gosta de ser um bebê, você vai continuar sendo meu bebê, ok? - ele assentiu fechando os olhos e se encolhendo ao meu corpo

- Você n-não vai me dei-deixar? - pergunta Noah olhando para mim atentamente com seus olhos vermelhos

- Jamais meu bebê, Jamais - Falo aconchegando ele em meus braços

Peguei a chupeta que estava do meu lado e levei a sua boca, ele sugava a chupeta soltando uns barulhos fofos. Eu nunca ouvi falar do porque as pessoas desenvolviam infantilismo, vou pesquisar para saber

"Infantilismo consiste no desejo ou excitação do indivíduo ao ser tratado como bebê ou criança, usando fraldas e outros acessórios infantis. ... A maioria dos casos está relacionada a traumas de infância ou falta de afeto e atenção, quando da presença de um recém-nascido (comumente chamado de regressão)."

Será que Noah sofreu alguma coisa na infância?, Se alguém fez meu neném sofrer, eu não vou responder por meus atos.

(...)

- Vamos Noah - falei tentando acordar ele, meu Deus, que dificuldade - Você precisa acordar neném

Ele começou a resmungar e abriu seu olhos, me olhou e sorriu, retribui o sorriso e o coloquei sentado no meu colo

- Você precisa voltar para sua casa - fiz carinho em suas costas e ele me olha com desespero - não pode morar na casa de sua funcionária, né?

- Mas você falou que não iria me deixar - falou fazendo biquinho e os olhos banhados com lágrimas - Você falou que não iria me deixar - falou de novo, mas agora mais desesperado - Você falou... - disse chorando

- Ei meu bebê calma - virei seu rosto em minha direção - Noah, você precisa voltar para sua casa, seus pais podem estar preocupados

Ele me olhava triste e sem esperança. Levantou do meu colo e foi até a porta

- Tenho certeza que se eu não tivesse nascido, eles estariam mais felizes. Obrigada por tudo

Disse e saiu, estava em choque, não consegui raciocinar direito, e não consegui impedir que fosse embora. Então, a infância dele foi pertubada por conta dos pais?!

(...)

Faz 15 minutos que estou tentando ligar para ele, mas o mesmo não atende. Josh já havia me passado o número dele, caso eu precisasse falar algo emergencial da empresa

Estava andando de um lado para o outro esperando Noah atender o telefone

Ligação on

- Noah?!, Por que não me atendeu na primeira vez?

- Desculpa - falou fraco - estava tomando meu banho

- Meu bebê, me perdoa, eu não queria ter insinuado que estava te expulsando - falei me desculpando e ouvi um suspiro fraco do outro lado da linha - Você está bem?

- Não mui-muito - Noah do nada volta a chorar e eu fiquei desesperada por não entender o motivo
- O que aconteceu Noah?!

- Eu não quero ficar aqui sozinho, eles vão vir me machucar si, eles querem machucar o Noah

Ligação off

Quem quer machucar Noah?!, Quem quer machucar meu bebê?!, Será que os pais dele querem o machucar?!

(...)

Cheguei na portaria de um prédio enorme e com certeza as pessoas que moram aqui são milionárias, prédio de gente rica

- Boa noite - comprimento o porteiro - Vim falar com o Senhor Noah

- Ok - falou pegando o telefone - pode aguardar um pouquinho, por favor

Concordei e fiquei andando na frente da portaria, igual uma barata tonta esperando Noah sair por aquela porta. Estava distraída até escutar alguém me chamar

- Sina! - olhei na direção de Noah e corri abraçando apertado o mesmo

- Meu bebê - deitei sua cabeça em meu ombro e fiz carinho em sua costa, para trnquilizá-lo - Vamos para minha casa

Puxei ele até meu carro e coloquei sentado no banco frente e com o sinto, ele olhava tudo atentamente, sem questionar nada

Fomos em direção a minha casa, ninguém falou nada, no carro só escuta uma música qualquer que passava no rádio

- Depois do seu banho, eu quero uma explicação - falei saindo do carro e indo ajudar ele a sair também

Subimos até meu andar e pedi que banhasse e vestisse a mesma roupa, ele apenas concordou

Vou fazer a janta, ele deve estar com fome, além de parecer estar fraco.

(...)

- Terminei o banho - virei e vi Noah com o cabelo pingando e a mesma roupa

- Vamos comer, vem - sentei ele do meu lado - precisa de ajuda para comer? - perguntei passando a mão em seus cabelos, involuntariamente ele fechou os olhos

- Você pode me ajudar? - concordei com um sorriso

Fui comendo e dando em sua boca, devagar, ele comia tudo muito lentamente, devia estar cansado. Ele parece realmente ser um bebê, só que grande

(...)

- Agora vem aqui - puxei ele até o sofá, sentei e coloquei ele no meu colo, com uma perna de cada lado - Você quer me contar, quem está fazendo mal para você? - ele não falou nada - São seus pais?

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𝙈𝙮 𝙗𝙖𝙗𝙮𝙗𝙤𝙮 ; Noart  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora