Eu era apenas uma consciência adormecida, resquícios de uma mente perdida em um espaço escuro de imensidão cósmica, até que um quadro de mensagens surgiu brilhando no espaço em minha frente.
"Você tem direito a UM desejo!"
"REGRAS:"
"Não será possív...
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Cliquei em continuar e tudo mudou muito rápido.
A imensidão mórbida que me cercava começou a, magicamente, se transformar. Tudo de novo que surgia, parecia que estava sendo pintado em uma tela completamente branca. As cores eram vívidas e mudavam constantemente, como se a mistura fosse fruto de várias pinceladas que estavam sendo desferidas por um magnifico pintor.
Sempre que algo recebia o seu traço final, começava a se movimentar. Os animais, as pessoas, as folhas das arvores, as nuvens, deram inicio a um belo e colorido filme de época. Parecia que eu estava submersa na realidade virtual de um RPG medieval.
O banco local, a loja de armas e a tenda de utilidades gerais me fizeram tentar correr até elas, infelizmente eu ainda não conseguia. Mas já podia sentir o cheiro limpo e sereno do lugar, que era divinamente agradável.
A visão que mais me causou arrepios e nostalgia foi a dos mercadores sentados ao chão, mostrando suas tralhas para os aventureiros iniciantes. Lembro-me perfeitamente que o meu passatempo preferido dentro de um RPG era ficar olhando as lojas no centro da cidade, procurando algo que eu pudesse comprar e equipar.
Tudo isso me fez olhar para o céu, que ainda estava sendo finalizado pelo pintor misterioso, e agradecer por estar viva novamente. Estar ali me fez questionar os motivos de ter nascido em um mundo tão cruel como o da minha vida passada.
E quando não existia mais nenhuma mancha branca naquela tela resplandecente, o som começou a chegar aos meus ouvidos.
Os passos apressados dos aventureiros, que arrastavam a areia, suas vozes repletas de alegria e animação, os anúncios dos mercadores e o canto dos pássaros. Esses sons me fizeram fechar os olhos em admiração.
— Senhorita!
Dei um longo e entonado suspiro para sentir o ar puro em meus pulmões.
— Senhorita!
Aproveitei para esticar o meu novo corpo e espreguiçá-lo pela primeira vez.
— Senhorita!
— ME DEIXA EM PAZ! — Eu mal cheguei a esse mundo e sou imediatamente importunada, não posso nem mesmo aproveitar o momento.
— Senhorita! Poderia, por favor, sair de dentro do portal de teletransporte? Outras pessoas também gostariam de usá-lo. — Nesse momento eu abri os olhos e vi um garoto na minha frente e uma fila gigantesca de pessoas que estavam atrás dele.
Se eu fosse simplesmente materializada nesse mundo sem uma justificativa os seus habitantes poderiam ficar confusos. No fim, me fazer surgir em um portal de teletransporte foi uma ótima ideia.
— Ah! Tudo bem! — eu disse, envergonhada. — Me desculpe! — E caminhei para fora do portal, aproveitei para observar as pessoas de diferentes raças e classes que estavam na fila.