Capítulo 2

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Agora eu havia completado meus doze anos de idade, tinha tido um péssimo dia na escola por culpa do maldito Katsuki que resolveu destruir vários dos meus materiais escolares para sua diversão. Eu não entendia o porquê daquela sua implicância comigo, sendo que eu nunca lhe fiz nada de ruim mas mesmo assim ele vivia tentando acabar comigo por simplesmente motivo algum.

Sai mais cedo da escola, fugindo por um muro que era mais baixo do que os demais. Quando cheguei ao outro lado, coloquei um moletom por cima da minha roupa de escola, pois seria problemático se alguém me visse uniformizado e fora da aula naquele período da manhã.

Agora eu estava indo para o esconderijo meu e do Tomura, uma fábrica velha que foi abandonado e esbanjava histórias de fantasmas fazendo com que as pessoas evitassem tal lugar. E exatamente por ninguém ir lá que eu e o albino escolhemos esta construção como nossa base secreta, onde até deixávamos algumas coisas nossas pois vínhamos com frequência.

Adentrei a fábrica por uma porta lateral que mantinhamos destrancada e escondida por duas grandes tábuas de madeira. O lugar estava horrível quando o achamos dois anos atrás, mas agora tínhamos arrumado tudo e por mais que não estivesse perfeita, ainda era confortável o suficiente para passarmos horas seguidas lá.

- Deku! - A voz animada me chamou e eu prontamente olhei na direção do albino.

Agora ele tinha seus dezesseis anos e estava lindo, seu corpo estava mais desenvolvido do que nunca, seus olhos pareciam ser mais brilhantes a cada vez que os via, seu cabelo estava passando dos ombros e ele deveria ter cerca de 1,70 de altura. Em compensação eu continuava pequeno, mas sabia que era por conta da idade então não me importava tanto.

- Tomu, como foi seu dia? - Rumei até ele e nós dois nos sentamos em um sofá negro, que havíamos trazido pra cá pouco tempo atrás. Na realidade eu sequer sabia a origem desse móvel, mas suspeitava que o cara ao meu lado havia pego sem pedir este sofá, visto que ele era bonito e estava em um estado bom demais para ser abandonado ou jogado fora.

- Nada de especial, uns caras chatos vieram puxar briga comigo mas perderam e foram me denunciar pra diretoria, então agora eu tô suspenso. - Sua cabeça deitou no meu colo e por costume começei a massagear seus fios de cabelo, lhe tranquilizando com este meu ato.

- Você fala como se ser expulso não fosse importante. - Disse de forma sarcástica e ele soltou uma pequena risadinha.

- Já estou acostumado. E como foi o seu dia? - Vi sua mão vir na direção da minha, segurando-a e fazendo com que eu parasse de mexer em seu cabelo. Não contive que um sorriso bobo ficasse em meu rosto, sendo um sinal claro do quanto eu gostava desses gestos carinhoso de Shigaraki.

- Nada de especial, o Bakugou destruiu várias das minhas coisas e fez bullyng comigo como sempre.

- Se quiser eu posso matar eles. - Falou seriamente e eu apenas ri, negando que queria o assassinato daquele grupo de estúpidos valentões.

- O que me diz de comprarmos sorvete? Para comemorar o dia nada especial que tivemos hoje. - Falou com um tom levemente irônico, o que me fez rir e concordar com sua ideia.

- Vamos depois, quero apreciar um pouco a sua companhia. - Lhe provoquei e vi suas bochechas corarem em sinal claro de vergonha. Ele nunca foi bom para receber elogios desde que éramos crianças, na verdade eu ainda sou uma criança mas por só conviver com adultos e com o Tomura, sou muito mais maduro do que as demais pessoas com a minha idade.

- Não diz essas coisas, idiota... - Sua voz baixa e constrangida foi o suficiente para me fazer cair na gargalhada.

Como poderia uma pessoa tão poderosa, ser extremamente envergonhada quando recebia qualquer elogio ou cantada? Ele era perfeito e isso me fazia o amar cada vez mais, mesmo que ele ainda não soubesse disso.

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