Izuku narrando
- Sabe Izuku... O mais trágico disso tudo é que nem você e nem eu dissemos nossos sentimentos a pessoa que amamos... Você não pode dizer pois ele se casou e como você é uma pessoa incrível preferiu a felicidade dele ao invés da sua... E eu, bom... Eu não pude dizer que te amo porque você está morto. - Quem disse estas palavras tão tristes? Era Tomura, ele estava se confessando para mim?
Meu pescoço estava destruído e eu sabia que não tinha mais sinais vitais, então eu não deveria ter escutado esta confissão, tais palavras que fizeram com que eu me arrependesse de pedir a morte simplesmente por Bakugou ter se casado... Eu poderia ter vivido... Poderia ter amado este vilão, poderia ter tido uma família linda ao lado de alguém que me ama... Eu poderia ter sido o herói mais forte da história, alguém a quem todos admirariam por séculos... Mas por um impulso e um sentimento de tristeza momentâneo eu acabei com tudo isso...
Eu sou um homem cruel... Eu devo ser uma pessoa horrível, pois egoisticamente fiz Tomura tirar a minha vida, ignorando os sentimentos que ele nutria por mim... Deve ter sido tão doloroso para ele, ter que me matar e saber que o motivo de tudo isso era outra pessoa, alguém que eu amava e que não nutria o mesmo sentimento por mim... Por minha causa, por culpa dessa minha dor que eventualmente sumiria, por culpa daquele maldito casamento eu fiz a pessoa que me ama sofrer.
Ele queria responder a confissão dele...
Talvez pudéssemos ter sido um casal...
Eu poderia tê-lo amado...
Dizem que quando você morre suas lembranças passam todas diante de seus olhos, que você se lembra de tudo que já viveu mesmo que tenha escondido estas coisas no fundo de sua alma. E eu podia confirmar este fato... Pois me lembrei de algo estranho, uma coisa que eu escondi tão dentro do meu coração que seria impossível a resgatar de outra forma.
Foram lembranças... Lembranças estranhas das quais eu não tinha conhecimento até agora, coisas do meu passado que pareciam ter sido apagadas... Memórias que mostrariam a verdade sobre anos da minha vida, cujos quais eu não tinha muitas lembranças até então.
Flashback On
Eu deveria ter por volta dos meus seis anos de idade, neste dia eu havia tentado ajudar Kachaan após ele ter caído no lago. Mas ingrato como ele era, gritou comigo e tentou me bater simplesmente por eu querer ajudá-lo. Então resolvi que não iria aguentar aquela humilhação, peguei minha mochila e fui andando ruma à minha casa que não era muito longe.
Já deveria estar andando fazia uns cinco minutos quando repentinamente esbarrei em alguém um pouco maior do que eu mesmo, de imediato meu pequeno corpo foi para trás de encontro ao chão, mas esta pessoa foi rápida o bastante para me segurar antes que me machucasse com a queda.
Suas mãos envolveram minha cintura, exceto por seus dedos mindinhos que por algum motivo ele os manteve erguidos e fora de contado comigo. Para evitar com que eu caísse, esse garoto havia me pego na cintura e continuava a me segurar mesmo eu já tendo recuperado o equilíbrio.
- Está tudo bem? - A voz tímida do rapaz fez com que eu o olhasse para responder.
- Estou bem, me desculpa eu tava distraído. - Respondi analisando o rapaz que usava um moletom com capuz e calças largas do mesmo material. Ele deveria ter uns dez ou onze anos de idade, possuia cabelos bracos curtos e olhos vermelhos sangue... Ele era muito bonito e até eu podia notar isso.
- Tudo bem, mas eu me pergunto o que deixaria alguém de sua idade com preocupações? - Ele havia me soltado e agora tinha uma expressão meio apavorada em seu rosto, porém mesmo assim ele não deixava de parecer alguém gentil aos meus olhos.
- Sabe, eu tenho uma amigo, mas ele é muito mal, sempre me bate e grita comigo por nada. - Falei notando meu tom de voz se tornar choroso, o que pareceu desesperar o rapaz que estava comigo.
- Não chore pequeno, posso não saber muito sobre amizade, mas sei que esse menino não é seu amigo. Amigos são gentis uns com os outros e esse garoto não é gentil com você. - Ele tentou me consolar mas isso na verdade fez com que eu chorasse de vez, percebendo que não tinha amigos como eu acreditava possuir.
- P-Por favor, não chora! - Ele começou a mexer as mãos de forma nervosa enquanto olhava de uma lado para ao outro na rua, procurando um adulto que pudesse talvez me fazer parar de chorar. Mas estranhamente não havia ninguém além de nós dois naquela quadra, todos pareciam ter desaparecido do nada.
- E-Eu não tenho amigos? M-Mas eu sou legal, eu não brigo, não xingo, sorrio bastante e sou sempre gentil... Por que eles não querem ser meus amigos? É por que eu nasci com defeito? - Lhe questionei em meio às lágrimas. Eu me esforçava para que os meus colegas gostassem de mim, mas ninguém queria ficar perto de mim desde que me disseram que eu era um sem-individualidade.
- Eu vou ser seu amigo! - O albino falou para mim. Limpei meus olhos com a manga do meu casaco e olhei para o garoto mais velho já minha frente.
- Sério? Você quer ser meu amigo? - Ele concordou com a cabeça me dando um pequeno sorriso.
- Eu me chamo Tomura Shigaraki. - O garoto estendeu sua mão para mim, que eu prontamente segurei com um sorriso nos lábios.
- Meu nome é Izuku Midoriya.
Este foi o dia em que eu o conheci, ele era um garoto tímido que não socializava na sua escola e as pessoas tinham medo de si, por sua individualidade ser perigosa e muito forte. E eu, um garoto sem poder que era fraco e humilhado diariamente por pessoas que considerei minhas amigas... Nós dois éramos uma amizade improvável, mas nos dávamos bem.
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Amores Esquecidos
FanficDeku ainda se lembra do dia em que morreu, seu melhor amigo e amor havia se casado e ele não suportou aquilo. Correu para um telhado abandonado e perdeu sua vida pelas mãos gélidas de Tomura... Ele ainda se lembra daquele toque exitante em seu pesco...