Capítulo 4

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- Deku! - Ouvi uma voz afobada gritando por mim, ela emitia um tom desesperado e cheio de preocupação. A voz parecia ser feminina e me parecia ser familiar, mesmo que eu não conseguisse dizer a quem ela pertencia no momento.

Era a morte?... Não sei ao certo.

Então quem poderia estar me chamando?... Eu havia morrido, parei de tentar me manter vivo quando Tomu faleceu e naquele momento eu perdi minha razão para existir... Então que idiota sem consideração estava gritando meu nome?

- Deku, está tudo bem? - Aquela voz aveludada chamou por mim novamente. Mas desta vez eu descidi que lhe seguiria, pois se fosse mesmo a Morte eu teria pelo menos um final para minha trágica história de amor.

Senti lentamente as minhas pálpebras abrindo, era estranho ter controle de meu corpo depois de tudo que ocorreu naquele telhado... Havia uma luz que incistia em irritar meus olhos, fazendo com que estes ardessem e eventualmente eu fosse obrigado a os abrir.

- Deku! - Olhei para a mulher em minha frente, mas por alguns instantes não consegui identificar quem era pois a luz embaçava a minha visão e escurecia o rosto de tal pessoa... Porém, conforme os segundos foram passando a minha visão se acostumou com aquela estranha claridade, me permitindo ver a garota que chamava pelo meu nome tão desesperadamente.

O que Uraraka fazia no meu pós-vida? E porquê havia tantas pessoas lá? Tenho certeza que se fosse o meu paraíso após minha morte, meus colegas de classe não deveriam estar lá. Já que todos eram idiotas que só se importavam comigo por eu ser o Herói Número 1 e possuir fortes poderes, que eu herdei daquele desgraçado do All Might... Nenhuma dessas pessoas seriam bem vindas no meu paraíso, então por qual motivo elas incistiam em ficar aqui?

- O que estão fazendo aqui? - Questionei aquele grupo que estavam formalmente vestidos... Por que todos usavam as mesmas roupas usadas no casamento? Será que eu estava no Inferno e seria obrigado a reviver aquele dia para a eternidade? Devo admitir que estava seria uma boa punição para a dor que eu causei em quem amo.

- Do que tá falando Deku? - Olhei para o rosto de Bakugou que antes me tirava o fôlego... Mas desta vez eu não senti nada o olhando, pois agora eu entendia que meus sentimentos por ele não foram reais e portanto nem me importei com sua presença ali. No fim, ele não era nada mais do que o rapaz que fez bullyng comigo durante anos e provavelmente sabia que eu nutria sentimentos por si, os usando para me menosprezar sabendo que eu não revidaria.

- Deku, está tudo bem? - A idiota da gravidade tocou na minha testa, o que me fez levar um susto, pois mortos não deveria ter corpos físicos.

Me apressei e agarrei meu próprio pescoço, ato que assustou as pessoas ao me arredor... Eu estava intacto... O meu pescoço não havia sido desintegrado! De alguma forma eu podia sentir a pele quente em contato com a minha mão, o movimento que meu Pomo de Adão fez quando eu engolhi o pouco de saliva que havia na minha boca.

- Em que dia estamos? - Eu estava vivo? Como isso seria possível? Eu me lembro claramente da sensação de ter morrido, aquele vazio que me dominou não podia ser falso.

A menos que fosse minha individualidade agindo... Eu conseguia me lembrar de All for One me falando que ela me traria de volta caso eu morresse ainda desejando viver... Mas eu nunca tinha a usado antes, então não conseguia dizer se era isso mesmo ou apenas um sonho muito lucido.

- É o meu casamento seu idiota. - Olhei para aquele estúpido loiro, que tinha um olhar arrogante consigo sendo algo bem característico seu.

- E que horas são? - Eu tinha um corpo físico, estávamos no dia daquele casamento e não haviam indícios de ferimento algum no meu corpo... Só havia uma resposta para isso tudo que aconteceu e com certeza não era um sonho lúcido.

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