III. O proveito

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III. O proveito

Sorte é quando surge a oportunidade e você aproveita.

— Anônimo

Eu sou completamente louco, Draco pensou enquanto apertava ainda mais seus braços ao redor do corpo nu de Harry Potter.

No início, ele estava apenas entediado, mas ainda são. Alguém tinha que cuidar do fogo, então tinha que ficar acordado e não havia muito o que fazer para se divertir. Encarar as pálpebras fechadas de Potter dificilmente poderia ser chamado de diversão, Draco teve que encontrar outra coisa para passar o tempo. Ele foi inspecionar as várias poções na outra sala, mexeu nos frascos, tentando encontrar algo útil e interessante. Por fim, bebeu um Elixir para Induzir Euforia, não porque acreditasse que iria realmente animá-lo, mas porque estava com sede e a solução tinha gosto de suco de abóbora. E realmente se sentiu um pouco melhor após beber.

Depois, voltou para o lado de Potter com uma pomada curativa branca e brilhante e um pano macio em suas mãos. Ele teve um desejo repentino de curar todos os cortes e hematomas que Potter sofrera; o tédio e o Elixir eram certamente os culpados. Draco aplicou a pomada no hematoma na mandíbula de Potter, em um corte em sua bochecha onde um galho o atingiu enquanto eles caminhavam pela floresta, em um inchaço na parte de trás de sua cabeça onde Potter deve ter atingido o chão quando caiu, e até mesmo nos lábios rachados de Potter que sararam instantaneamente quando a pomada os tocou.

Ele estava limpando o sangue e a substância brilhante do rosto de Potter quando uma coisa horrível aconteceu. Começou devagar, arrepios surgiram na pele de Potter, espalhando-se por seus braços e peito, e então Potter começou a tremer. Draco rapidamente puxou sua capa de debaixo da cabeça de Potter e envolveu o corpo trêmulo dele com o tecido.

Não ajudou em nada. Logo, os arrepios de Potter se intensificaram, suas pálpebras tremiam, os lábios se abrindo em gemidos de angústia; Draco podia ouvir seus dentes batendo. Parecia que ele estava tendo algum tipo de convulsão.

Draco jogou mais lenha no fogo e então quase se deitou sobre Potter, segurando sua forma trêmula enrolada com segurança no cobertor e na capa. A condição de Potter apenas piorou.

Ocorreu a Draco que o tremor poderia ser um bom sinal. Poderia significar que a maldição liberou Potter e permitiu que acordasse de seu sono profundo; ele estava acordado o suficiente para finalmente sentir os calafrios de seu corpo congelado. Mas mal o consolava saber que Potter não morreria por causa da maldição, mas sim por hipotermia. De qualquer forma, ele morreria, e Draco não poderia lhe dar outra poção para aquecê-lo. Toda poção que poderia ser usada para curar tais efeitos não funcionaria bem com as poções que Draco  já tinha enfiado na garganta de Potter.

Infelizmente, ou felizmente, dependendo da perspectiva de cada um, a mente de Draco não parava de gritar sobre as maravilhas do calor corporal. O pensamento foi enterrado e escondido em um canto traidor do cérebro de Draco desde que ele se perguntou como poderia fornecer calor extra a Potter. Minutos se passaram, os arrepios dele não mostraram sinais de diminuir e Draco simplesmente não conseguia mais olhar para sua forma trêmula.

Amaldiçoando sua mente, e Potter e Slughorn por garantia, porque nada disso teria acontecido se ele não os tivesse enviado para a floresta, Draco se despiu e se deitou ao lado de Potter, envolvendo seu corpo inteiro em volta do corpo frio e trêmulo do outro. Ele teve que cerrar os dentes com força para se impedir de gritar. A pele congelada de Potter ameaçava puxar Draco para uma morte gelada, mas sabendo que isso não aconteceria, Draco pressionou as costas de Potter contra seu peito e esfregou a pele de Potter onde podia alcançar.

Draco Malfoy, It's Your Lucky Day » drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora