IV. A crença
Sorte é acreditar que você tem sorte.
— Tennessee Williams
Os olhos azuis de Albus Dumbledore brilharam alegremente para ele. Draco não tinha ideia de por que o velho bruxo parecia tão alegre; ele estava morto, afinal. Desviou o olhar do retrato de Dumbledore e se concentrou na diretora, que estava sentada à sua frente, atrás da mesa. Os lábios da Professora McGonagall estavam pressionados em uma linha tensa, o que nunca era um bom presságio.
— Isso é tudo? — ela perguntou secamente.
Draco concordou. Ele havia contado a McGonagall tudo de que se lembrava. Ele contou a ela sobre como acordou sem suas memórias, como ele usou Felix Felicis e encontrou a cabana, como deu poções de cura a Potter e como o aqueceu. Entretanto, esqueceu de mencionar suas intenções originais para Felix Felicis, e certamente não contou a ela o que tinha acontecido durante o sonho de Potter. No que dizia respeito a Draco, isso sempre permaneceria apenas um sonho.
Os lábios de McGonagall se estreitaram ainda mais, desaparecendo de seu rosto.
Draco estremeceu. Agora que havia contado sua história, parecia ridícula para seus próprios ouvidos. Se McGonagall não acreditasse nele, não poderia culpá-la. Draco havia redigido sua história com cuidado, tentando não se incriminar mais do que o estritamente necessário, mas não sabia como insinuar sua possível inocência quando ele mesmo não acreditava nela. Ocorreu-lhe que poderia ter mentido e dito que se lembrava de tudo e alegado que alguma figura misteriosa encapuzada os havia atacado, mas isso teria sido inútil quando Potter acordasse e contasse a todos o que realmente tinha acontecido.
McGonagall torceu a cara em desaprovação.
— Coma um biscoito, Sr. Malfoy.
Draco olhou para ela e então olhou para a mesa e o prato de biscoitos de gengibre.
— Pegue, Sr. Malfoy. Você está desaparecido há horas. E a cozinha está fechada, eu suponho. Coma um biscoito — McGonagall empurrou o prato para perto de Draco.
No momento em que McGonagall disse a palavra biscoito, Draco já estava morrendo de fome. Por um segundo, se questionou se McGonagall queria envenená-lo, mas seu estômago roncou e ele rapidamente pegou um biscoito. Draco o comeu em questão de segundos, olhando McGonagall com cautela. O comportamento dela tinha sido definitivamente estranho, no entanto, Draco supunha, podia-se dizer exatamente a mesma coisa sobre o comportamento dele.
Mais cedo, quando derrubou a Professora Merrythought, ele acreditou por cinco minutos inteiros que ela estava por trás de tudo o que aconteceu. No entanto, depois que Merrythought recuperou a consciência, Draco percebeu que ela era apenas um membro do grupo de busca. Isso não o acalmou. Ela insistiu em ver Potter, e Draco não tinha intenção de deixar Meretriz em lugar algum perto de seu Herói favorito, que estava naquele momento indefeso e nu. Merrythought, por sua vez, pensou que Draco era um assassino cruel, que enterrou o corpo de Potter em algum lugar na clareira. Quando Slughorn e Hagrid apareceram com o resto do grupo de busca em seus calcanhares, tanto Draco quanto Merrythought estavam histéricos. Draco se acalmou somente depois que Madame Pomfrey chegou. Ela o examinou rapidamente e lançou um feitiço que o deixou sonolento e calmo. Magicamente acalmado, ele mostrou a ela a entrada da cabana e disse a ela quais poções ele havia usado para curar os ferimentos de Potter. Draco se recusou a se separar do outro, mesmo sob os efeitos do feitiço de Pomfrey, mas para sua completa humilhação, Hagrid o pegou e carregou para o castelo. Isso tinha sido muito embaraçoso.
Aurores os cumprimentaram quando eles chegaram ao castelo e então abordaram Draco imediatamente. Porém, McGonagall agarrou Draco e quase o arrastou para seu escritório. Ela o deixou ali por alguns longos e terríveis minutos e então voltou com notícias da condição de Potter. Ele estava dormindo e Madame Pomfrey garantiu a todos que ficaria bem. A professora Merrythought sofreu uma pequena concussão, mas ela também ficaria bem. Draco estava aliviado, mas ainda nervoso com o comportamento de McGonagall. Ele não tinha certeza de por que ela o resgatou dos Aurores, mas era possível que ela apenas planejasse matá-lo.
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Draco Malfoy, It's Your Lucky Day » drarry
FanfictionMesmo desarmado, ferido, perdido na Floresta Proibida e quem sabe enfrentando uma provável acusação de assassinato, Draco Malfoy tem sorte. • Traduzida para a semana do drama do Projeto Dezembro Drarry • Tradução autorizada da fanfiction de Faithwoo...