Corvinal - A Maldição do Corvo

Little Forest

  Uma grande sombra negra se movia entre os mortos, cortando tudo que encontrava. Os esqueletos era mais ágeis, mas suas armas não penetravam sua grossa armadura de ébano. O guerreiro ao lado do cavaleiro também era um incomodo, mesmo com uma mera cota de malha ele não se dava ao luxo de recuar, na verdade, era tão rápido que ninguém poderia acertá-lo. Os Undeads estavam em uma situação complicada, ou assim pensaria um observador pouco atencioso desta batalha.

  Os arqueiros logo foram abatidos por Prinsbow, mas do grande portão de pedra novas silhuetas surgiam. Uma nova horda estava a caminho, seus números eram amedrontadores. Haviam esqueletos quadrúpedes e mortos com uma espécie de parasita em seu crânio, os quais claramente seriam oponentes incômodos.

  A linha de frente resistia bravamente, mas o número de adversários terminou por impedir o avanço de Corvinal até a porta. Sua claymore também era boa em desempenhar o papel de escudo em situações difíceis, então a utilizou para bloquear os golpes velozes do parasita.

  Cain começou a receber alguns ataques, sua agilidade era irrelevante com tão pouco espaço para se mover. Dois quadrúpedes atravessaram os dois guerreiros, e o velho escudeiro correu para bloquear um deles.

 - Morra!! - Berrou o velho em euforia.

A fera era deveras veloz, e facilmente se esquivou da pancada de escudo. Mas, foi na ideia de distração que ele apostou este golpe. Old Wall revelou uma pequena maça de suas costas e a brandiu se misericórdia,destruindo metade do corpo da criatura, estilhaçada em fragmentos de ossos.

  O outro quadrúpede não pode ser detido pelo escudeiro, avançou até Prinsbow e Little Forest. Um disparo veio da garota, e em um mero salto o monstro sumiu de suas vistas.Um inimigo tão rápido e lutando a curta distancia, de fato, era seu pior oponente.

- Em cima!! - Alertou a criança.

 A mantinha os ossos da pata cravados na rocha do teto da caverna, e ao ouvir o sinal da menina, saltou para investir. Prinsbow não conseguiria reagir a tempo, mesmo com seu histórico de enfrentar monstros a curta distancia. Little Forest arremessou o objeto em sua mão contra a criatura, era como um pequeno jarro de barro. Não havia tempo para explicar a sua parceira, a pequena menina usou toda sua força para empurrar Prinsbow ao chão.

  Um forte ruído ecoou e uma poderosa explosão veio do alto, fazendo o local tremer e fumaça encobrir a retaguarda. Vários pedaços de osso se espalharam pelo corredor, fazendo até mesmo Old Wall se proteger com seu escudo, relutante sobre oque havia ocorrido.

- Mas que mer- Ei! Vocês estão bem?! - Gritou o velho confuso para a cortina de fumaça.

 A tosse de uma das garotas pôde ser ouvida, Prinsbow sofreu apenas alguns ferimentos leves dos estilhaços, além de inalar demais a densa fumaça. A criança parecia ter se saído bem, ela pegou um de seus frascos de vidro, retirando a rolha com sua faca, e entregou para sua aliada ferida.

  Prinsbow ainda se encontrava tonta com o ocorrido, e sem pensar muito bebeu o conteúdo da garrafa, sem grandes perguntas. Tinha gosto de mel, mas refrescante e suave.

- O... O que foi isso?

- N-Não se preocupe! É apenas remédio! - Respondeu Little Forest apressadamente, balançando suas mãos.

Ainda desnorteada, a atiradora demorou a processar sua própria pergunta e a reformulou.

- Não, não estou falando disso. O que houve a pouco? Aquilo foi...

- Explosivos.

  A menina abriu sua capa, e preso a seu corpo estavam vários pequenos frascos e sacos de conteúdo perigoso. Apesar de sua aparência ingênua, Little Forest é uma Médica e Alquimista, um tipo versátil de aventureiro que luta nas posições mais afastadas do combate. Prinsbow riu um pouco de si mesma em tela subestimado, e ao ver a situação do campo de batalha, logo se levantou mais uma vez e agradeceu.