Type era um homem difícil. Antes de alguém se aproximar, Type levantava incontáveis muros em sua volta, não permitindo que algum forasteiro entrasse. Por causa disso, a quantidade de amigos próximos poderia ser contada em apenas uma mão e ainda restaria alguns dedos.
Não que isso importasse para ele.
A quantidade não significa qualidade.
Então, assim que algum estranho entrasse em sua vida e no seu cotidiano, era comum para Type e as pessoas que estava acostumados com seu jeito, não estranharam o comportamento indiferente para o novo funcionário de sua clínica.
E ainda mais com a primeira impressão que teve, seus muros eram impermeáveis em relação a Tharn.
Por um momento, disse a si mesmo que talvez, aquilo poderia ser um preconceito sobre o outro. Afinal, suas vestes e sua aparência não era algo habitual de se ver no seu dia a dia.
E caso o visse, ele iria ignorar como qualquer outra pessoa.
Mas quando chegou em seu trabalho, e teve a visão de um homem com a barba longa e cabelos quase no ombro, e vestido com uma blusa branca e uma calça gasta, seus pensamentos anteriores mudaram.
Talvez não fosse um preconceito, mas a pessoa em si.
Type não gostava de Tharn. Não sabia o porquê, mas não sentia a confiança exalar de um homem que poderia fazer uma cena para conseguir seus objetivos.
Se pudesse listar, Tharn completaria o bingo da lista de coisas que Type não gostava nas pessoas.
"Bom dia." Ouviu o dizer.
Como um murmuro, Type apenas soltou um som audível como resposta. Não queria ter que enfrentar tal infortúnio no começo da manhã. Então assim como qualquer coisa que não o agradasse, Type resolveu ignorar a presença daquele novo funcionário temporário.
(...)
A manhã passou rápido. O sol começava a se esconder no horizonte, iniciando a noite. Aquele dia fora longo para Tharn. Após chegar no seu novo local de trabalho, o dia passará lentamente. As funções eram leves para um homem como Tharn, que trabalhava com incontáveis tipos de força exercida em seus trabalhos anteriores.
Entretanto, mesmo que Tharn se sentisse leve, a sensação estranha em seu pescoço se mantinha. Não entendia o motivo por tal desconforto, mas o sentira após chegar em seu novo local de trabalho.
O peso era incomodo mas suportável. E assim, lentamente o dia se passou e o expediente chegava ao fim. Despediu-se de Tird e dos outros dois funcionários que ainda estavam presentes, antes de ir até o local que se tornou sua nova casa.
No caminho, parou em uma padaria. O lugar era pequeno e aconchegante. O cheiro de pão fresco ainda poderia ser sentido assim que entrou.
A funcionária sorriu em sua direção, surpresa.
"Pequeno Tharn?"
Tharn que olhava aquelas guloseimas na vitrine distraído, se surpreendeu ao ouvir seu nome sendo dito de repente. Olhou para mulher atrás do balcão, e procurou em sua mente se conhecia aquela pessoa. Seus cabelos eram escondidos pela toca que vestia, mas alguns fios negros ainda podiam ser vistos. As bochechas eram rechonchudas e os olhos verdes. Os sinais de idade apreciam em seu rosto, mas ainda assim não tirava a beleza e o ar acolhedor que a mesma transmitia.
Tharn franziu o cenho. Não conseguiu se recordar de ninguém com aqueles traços em sua cabeça. Um sorriso singelo apereceu em seu rosto, mas devido a barba grande, não fora notado pela atendente. A mesma atravessou o balcão e foi em direção a Tharn e o puxou em seus braços.
"Eu não acredito que é você." Disse ela, pressionado mais seus braços em volta de Tharn.
Tharn se manteve parado, sem reação. A sensação daquele afeto repentino abalou seu coração. Fazia anos que alguém o tinha abraçado. Então, mesmo que a senhora o abraçando fosse desconhecida aos seus olhos, se permitiu se banhar na sensação calorosa dos braços em volta de si. Suas mãos se elevaram a cintura da senhora mais baixa, correspondendo ao afeto.
Tharn não sabia a identidade da senhora, mas o cheiro e o calor emanando do corpo da atendente era algo que Tharn reconhecia. Um flexe de memória passou por seus olhos ao lembrar que quando ainda era uma criança, esses abraços era algo que desfrutava constantemente. Mas a aparência e a pessoa se apagara de sua memória após tantos anos se passarem.
A senhora separou levemente seu corpo de Tharn e o olhou em seus olhos. Suas mãos acariciavam o rosto do homem com um sentimento nostálgico.
O brilho em seus olhos se intensificou e uma lágrima escorreu por seus olhos.
Notas:
Sei que tá bem curtinho, mas foi isso que saiu hoje. Sinceramente, tinha até esquecido dessa história. Tô toda ocupada ultimamente e tem sido difícil usar a imaginação.
Então é isso. Até mais♡
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One Chance ♤TharnyType
Roman d'amourNome: Uma chance Capítulos: 35 Status: concluída Tharn nunca imaginou que poderia se apaixonar um dia. Vivendo nas ruas a tanto tempo, não pensava que seu coração pudesse bater novamente por alguém. Mas ao que seu caminho se cruza com o médico vet...