Capítulo Um

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Apesar da falta de luz, Luna ainda conhecia o corredor daquele hospital. Deseorientada, não sabendo como parou ali, decidiu andar até que achasse. O que exatamente tinha que achar ela não sabia, só tinha a impresión tinha algo para achar e que precisava achar.

Logo, uns metros a frente,algo como uma luz ao fim do túnel, se fez presente. E ela começou correr até lá, como uma mariposa sendo atraída pela luz, mas o que parecia está demasiadamente longe ficou rapidamente perto dela, parecendo ficar cada vez mas forte, ao ponto de cega-lá. Ela fechou os olhos com força e tampou eles com as mãos, para tentar aliviar e impedir que a luz chegasse aos seus olhos.

Aos poucos, a luz parecia que ia perdendo a intesidade, mas ao seu redor parecia está iluminado. Ela só abriu os olhos quando começou a ouvir sons. Primeiro, ouviu o leve som de uma respiração, como se estivesse dormindo, e preveu que devia ter outra pessoa ali. Depois, escutou um "bip", como o som do monitor marcando os batimentos cardíacos.

Curiosa, abrió os olhos e prendeu a respiração. Luna estava em um quarto de hospital. Tudo era branco e minimamente limpo. Se viu analisando as paredes, quando escutou outra vez o som da respiração.virou para frente, e levou um susto.

Deitado na cama do hospital, estava um hombre, que vestia um camisola branca hospitalar folgada. Os cabelos que um dia já foram sedosos estavam bagunçados, fora do lugar. O rosto estava fino, pálido com um tom de amarelo doentio. Os olhos,que ela sabia que eram tão cinzas quando os seus, estavam fechados.

Luna engoliu um soluço ao reconhecer o hombre. Se aproximou cuidadosamente,como se qualquer passo em falso ou barulho fizesse o monitor cardíaco anuncia que não havia mas vida naquele corpo.

-Papá...-sussurrou quando chegou perto, colocando sua mão em cima da dele.

Era estranho demais. Assustador demais. Como era possível, seu pai que sempre andou deslumbrante com ternos chiques, alguém que parecia nunca se abalar e que sempre foi cheio de vida  fosse o mesmo hombre deitado naquela cama?
Ela não queria acreditar. Ela não podia acreditar.

Mas, estranhamente, ela não conseguia chorar. Apertou a mão do pai e deixou um beijo ali.

-Eu te amo, papá. Você ficará bem logo, eu prometo.

E como se uma reação a fala de Luna, os fios negros da cabeleira do papá, assim como as sobrancelhas, sumiram, deixando um rastro de pequenas queimaduras. Em sua pele começou a parecer vários cortes e queimaduras graves, que mais pareciam uma erupção na pele. O olho esquerdo inchou, ficando enorme e pus começou a sair dele. O rosto ficou de um tom roxo avermelhado, e sangre seco estava em todo lugar. A mão em que ela segurava estava em carne viva, uma cena monstruosa demais para qualquer um.

Horrorizada, Luna deu um pulo para atrás, um grito sufocado na garganta, mas que não saia. Tentou chorar, gritar e se mexer, mas ela estava toltamente paralisada,como se não comandasse seu corpo. Como se ele fosse uma jaula.O som estridente do monitor cardíaco, anunciando seu maior medo foi o som de fundo daquela cena assustadora por segundos que pareceram infinitos.

Luna abrió os olhos depressa, e se sentou. Seu corpo tremia violentamente, seu coração batia rápido dentro do seu peito e a falta de ar se fazia presente. Lagrimas quentes descia pelo seu rosto. Efeitos do sonho horrible que tinha acabado de ter.

Tentou lembrar da música em espanhol que Abuela Teressa cantava quando ela era pequena. E enquanto lembrava da doce voz da vó cantando, tentou normalizar a respiração.

Respira. Inspira. Respira. Inspira.

Não era para ser tão difícil respirar.

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