Capítulo 3

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FOREVER AND EVER

    Acordo já sabendo que hoje não será um dia fácil. Mas estou disposta a enfrentar isso, não posso me entregar à tristeza.

    O fato é que quando perdemos alguém que amamos, tudo parece não ter sentido, muitas vezes pensamos não valer a pena continuar vivendo,  muitas pessoas optam pelo caminho mais curto: se entregar à tristeza, não viver, apenas sobreviver. Mas hoje, apesar de saber que seria o dia mais triste da minha vida, decidi que de modo algum ia me acostumar com a tristeza. Eu ia seguir em frente, pelo meu Sam!

    O enterro seria pela manhã, mas antes de ir para o banho e me arrumar, precisava agradecer a Letícia pela noite anterior.

    - Bom dia minha princesa! - Digo ao encontrar a porta do quarto aberta e ela penteando seu longo cabelo preto.

    - Bom dia babe, como está se sentindo? - Ela perguntou se aproximando e dando um beijo em minha testa.

    - Ah, é claro que eu me sinto mal sabe, Let? Mas eu vou superar isso. - Respondi dando alguns passos e me sentando na ponta da cama dela.

    - Eu entendo babe, mas saiba que ele está olhando por você. Onde quer que ele esteja! Não fique assim, ele é seu anjo agora!

    - É, eu sei. Mas tenho medo que ele se decepcione comigo. Ando mentindo tanto, até para mim mesma. - Aquelas últimas palavras saíram sem a minha permissão. Eu não podia contar a ela sobre o Harry. Fechei os olhos por alguns segundos para afastar aquele pensamento.

    - Claro que não! Ele tem muito orgulho de você. Uma pessoa boa, forte, que gosta de cuidar e proteger os outros. - Era isso! Eu só estava querendo proteger ela do verdadeiro Harry Styles. - Ele está com muito orgulho de você, assim como eu. E agora você vai trocar de roupa e ficar bem linda para ele, é o que ele quer.

    - Obrigada por tudo!

    Me levantei, dei um beijo na bochecha dela e fui para o meu quarto.

    Depois do café da manhã, por volta das 9:00 horas, Luce passou em minha casa e eu, Letícia e ela fomos para o cemitério no carro dela, pois não nos sentimos bem para dirigir.

    O caminho até lá foi bem tedioso, pois ninguém teve coragem de tentar romper aquela nuvem negra que estava sobre nós.

    Fomos as primeiras a chegar, como eu tinha planejado. Eu queria receber o corpo, as flores e as velas para, pela última vez, arrumar tudo para o meu menino.

    Por volta das 9:45 chegou a família de Sam. Max, seu irmão mais novo foi o primeiro a me dar um breve abraço e dizer algumas palavras, ele parecia desorientado. Paulo, pai de Sam, estava atrás e logo após Max abrir espaço, ele pousou sua enorme mão sobre o meu ombro e disse uma frase que fez os meus olhos marejarem.

    - Você cuidou muito bem do nosso menino enquanto pôde. Todos nós sabemos.

    Tentei dizer algo, mas a única coisa que saiu foi um sorriso triste e sem graça.

    Do outro lado da sala do velório vi Letícia receber nossos amigos. Dei o primeiro passo para ir até lá, quando senti uma mão magra e suave na minha cintura. Era Jane, a mãe de Sam. Ela sempre fora tão doce e tão carinhosa comigo que não consegui conter as lágrimas ao sentir a intensidade que ela me abraçou.

    - Hey querida, acalme-se. - Ela disse tirando alguns lenços de papel da bolsa e enxugando minhas lagrimas. - Nosso menino vai fazer tanta falta, não é mesmo? Ele te amava tanto... Ou melhor, ainda ama!

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