How do you feel?

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Caleb apareceu em minha casa no horário combinado, esboçando um sorriso tão simpático e amigável quanto ele. Estava a pé, o que me fez deduzir que somente caminharíamos e muito possivelmente jogaríamos conversa fora. Era usual, simples e sem criar casos. Uma caminhada em uma direção nada específica, porque talvez nem estivéssemos indo a lugar algum.

— O dia está bonito, né? — perguntou.

Para mim, o dia não estava diferente de qualquer outro.

— Verdade — digo, sentindo que ele queria me contar algo a mais. Só não sabia o que ao certo.

Ele suspirou, andamos um pouco mais equanto o silêncio se alastrava entre nós, rompendo-se somente quando passávamos por alguma rua movimentada.

— Eu não ia te falar isso, mas acho que você deveria saber — ele falpi, e eu o encarei em desentendimento.

— O quê?

— Não foi ideia minha te levar pra sair.

— Não? — Franzi o cenho, e ele meneou a cabeça. — Foi de quem?

— Da sua mãe.

Confesso que me surpreendi com isso.

— Não sabia que vocês tinham contato.

— Nao exatamente. Ela me ligou ontem, mas eu não reconheci o número. De acordo com ela, você quem passou o meu contato.

— Mas eu não passei nada... — Pensei por um tempo, e não levou nada para que eu deduzisse o que ocorrera. — Não acredito que ela pegou meu celular!

— Você não tem senha?

— Não! — exclamei, e ele me encarou como se eu fosse uma espécie singular do que ele caracterizava como ser humano. — Nunca vi necessidade, minha mãe nunca mexeu nas minhas coisas e jamais pensei que ela fosse fazer isso algum dia.

— Nem é só essa a questão. Qualquer outra pessoa poderia pegar seu celular. É questão de segurança. De qualquer maneira, você descobriu que tudo tem sua primeira vez, então não duvide de nada.

— Vou ficar mais atenta. A propósito, por que ela te pediu isso?

— Ela disse que você está meio sem rumo ultimamente e está seguindo um mau caminho — diz com um sorriso esperto. — Então provavelmente pensa que eu sou um bom caminho e posso te afastar disso.

— Mau caminho? — Neguei com a cabeça, dando risada. — Ela está agindo como uma criança só porque eu estou saindo com o Finn. E olha que antes ela gostava dele...

— Aparentemente sua mãe só gosta de um garoto até ele transar com você.

— Puta merda, não acredito que ele te contou...

— Não contou. — Sorriu. — Finn é previsível. Certamente não foi a primeira vez também.

— Não mesmo. Acho que levou pouco mais de um mês pra isso acontecer. Talvez não seja pouco na visão de outras pessoas, mas eu sempre tive aquela visão de "sexo só depois do casamento". E eu nunca nem pensei em me casar.

— Ele deve ter mudado seu pensamento bem rápido — afrontou, e eu não pude discordar. — Eu o conheço bem. Bom, não tanto quanto imagino. Há sempre mais o que saber sobre o Finn, e eu nunca sei o que esperar. Ele me conta muitas coisas, mas acredito que não seja nem metade do que esconde.

— Você acha que ele esconde alguma coisa? — perguntei receosa, e Caleb percebeu.

— Ah, sim, bastante — falou, balançando a cabeça em sinal de afirmação. — Mas nada preocupante, eu creio. De qualquer forma, você sabe que sua mãe está certa na parte do mau caminho.

One Last Time | Finn WolfhardOnde histórias criam vida. Descubra agora